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Celebridade

Sexóloga sobre segredo de casamento de Lore Improta e Léo Santana: ‘Reflexos profundos’

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Em conversa com a CARAS Brasil, sexóloga analisa relato da dançarina Lore Improta sobre casamento com o cantor Léo Santana

A dançarina Lore Improta abriu o jogo nas redes sociais sobre um tema que muitos casais ignoram: como manter o casamento vivo depois da chegada de um filho. Com Liz, de apenas 3 anos, e a agenda lotada ao lado do cantor Léo Santana, ela garante que não deixa a relação virar “só logística”:

“Viver o casamento com presença e troca, não é só cuidar da relação, mas sim da família. Antes de sermos mãe e pai, existe nós dois. O amor é uma plantinha, que precisa ser regada todos os dias.”

A fala levantou um ponto importante: será que priorizar o casal, mesmo com filhos pequenos, é possível? Para responder, a CARAS Brasil conversou com a sexóloga Bárbara Bastos, que mergulhou no assunto com franqueza e experiência.

O impacto da chegada dos filhos na relação

Bárbara começa com uma observação direta: “Bom, vamos lá. Antes de responder diretamente à pergunta, me vem algo na cabeça sobre a primeira frase: ‘Muitos casais relatam que, após a chegada dos filhos, a relação fica em segundo plano.’ Sim. E é importante que os casais alinhem essas expectativas desde o início.”

Segundo ela, antes de ter filhos, o tempo e a energia do casal são muito mais disponíveis: “Porque, antes de ter filhos, o tempo que vocês têm é só de vocês — do casal e também individualmente. Existe mais liberdade, mais disposição. Agora, quando os filhos chegam, especialmente o primeiro, passa a existir um ser que depende cem por cento dos pais para tudo: comer, dormir, ser acolhido… enfim, para sobreviver.”

E isso muda tudo, embora não seja algo negativo: “Então, é claro que o casal não vai ter mais a mesma energia de antes. Eles continuam com o trabalho, com as responsabilidades do dia a dia, mas agora têm um trabalho a mais: cuidar de um filho e construir essa nova estrutura familiar. E eu não falo isso de um lugar negativo, de forma alguma. Eu sou mãe de dois, sou apaixonada por eles! Mas a gente precisa reconhecer que a energia, o sono, o tempo e até a liberdade mudam. E está tudo bem.”

O segredo, segundo ela, é conversar antes para evitar frustrações: “Por isso, é tão importante alinhar essas expectativas antes. Quando existe esse diálogo prévio, tudo fica mais leve quando os filhos chegam. Fica mais fácil se comunicar, se organizar, ajustar as rotinas. E por que é mais fácil? Porque, inevitavelmente, o casal vai enfrentar desafios. O tempo livre já não será o mesmo, o humor pode ser afetado pela privação de sono, pelo cansaço, pela exaustão física e emocional — e tudo isso impacta, tanto individualmente quanto na relação a dois.”

Os riscos para o casal

A sexóloga alerta que os maiores perigos para a vida a dois são claros: “Os principais riscos para a vida sexual e afetiva do casal, nesse cenário, são a distância emocional e a falha na comunicação. Por conta do cansaço e do estresse, muitas vezes a forma de se comunicar se torna mais ríspida, mais seca. Não necessariamente agressiva, mas com um tom mais duro, impaciente — e isso afeta a relação.”

E lembra que a intimidade sexual exige mais do que vontade: “Em relação ao sexo, é importante lembrar que o desejo não surge do nada. Ele depende de energia, de tempo, de conexão. E tudo isso pode estar comprometido. No caso da mulher, especificamente, os hormônios no pós-parto estão voltados à sobrevivência daquele bebê — e não, biologicamente falando, à procriação novamente. O corpo da mulher entende isso. Então é natural que o desejo esteja mais baixo nesse momento.”

Ela reforça que cada mulher é única e não deve se culpar: “E vale ressaltar: isso varia de mulher para mulher. Não devemos nos culpar por estar sem desejo logo após o parto. É normal, sim. Mas também é verdade que não se trata só de hormônio — o ambiente, a ajuda (ou falta dela), a parceria, a comunicação com o companheiro, tudo influencia.”

O afastamento não atinge só o sexo, mas também o afeto diário: “Além da sexualidade, outras áreas da relação podem ser afetadas: o carinho, o toque, o olho no olho. Tudo isso pode se perder aos poucos, pelas mesmas razões que mencionei lá no início — cansaço, acúmulo de tarefas, sobrecarga física e emocional.”

Quando a relação vira “empresa familiar”

Bárbara diz que esse distanciamento pode durar anos se não for percebido: “É muito comum que, ao longo dos anos de relacionamento, especialmente quando começam a ter filhos — e aqui a gente está falando bastante sobre filhos pequenos —, o casal acabe se distanciando emocionalmente. Mas eu atendo, na terapia sexual, muitos casais com filhos mais velhos, de sete, dez anos, por exemplo, e o que percebo é que o relacionamento entre eles virou quase uma ‘empresa familiar’.”

Ela explica que, nesse cenário, tudo gira em torno das tarefas: “Eles dividem tarefas, organizam a rotina da casa, cuidam da educação das crianças… mas não conversam mais sobre eles como casal, sobre planos a dois, desejos, sentimentos. Tudo gira em torno do que precisa ser feito para manter a casa funcionando e oferecer um ambiente saudável para os filhos. Mas, do ponto de vista afetivo e relacional, o vínculo do casal vai se perdendo — e isso influencia diretamente na estrutura familiar como um todo.”

E lembra que isso atinge até a forma como os filhos vão amar no futuro: “A forma como o casal se conecta, se envolve afetivamente, impacta não só no bem-estar dos dois, mas também na segurança emocional dos filhos. Além disso, influencia diretamente na forma como essas crianças vão enxergar o amor, a intimidade e os relacionamentos quando forem adultas. Ou seja: cuidar do relacionamento do casal não é algo só entre dois adultos — isso tem reflexos profundos na formação da família como um todo.”

Ajustando as expectativas

Para lidar com a rotina intensa, a primeira atitude é simples: “Antes de qualquer coisa, eu acredito que o mais importante é alinhar as expectativas. Se a gente não passa por esse processo, vai tentar equilibrar todos os pratinhos e, inevitavelmente, vai se sentir frustrado, angustiado, exausto, mal-humorado.”

E aceitar que tudo muda: “Então, o primeiro passo é entender e aceitar que a rotina vai mudar, sim. E tudo bem.”

Bárbara cita sua própria experiência como exemplo: “Eu não vou conseguir manter o mesmo ritmo de trabalho de antes. Antes, talvez eu pudesse trabalhar até às 11 da noite. Hoje, eu tenho que buscar meu filho na escola, tenho que estar presente em casa, ter tempo de qualidade com meus filhos e com o meu marido. E isso é importante para a família toda.”

Ela lembra que o início é sempre desafiador: “Esse primeiro momento da mudança é mesmo desafiador. Muitas vezes a gente pensa: ‘O que eu faço agora? Como eu lido com isso?’ E está tudo bem não saber. É um processo novo, e reconhecer isso também é uma forma de se acolher. Permita-se não ter todas as respostas de imediato, e vá construindo, junto com o parceiro, uma rotina que funcione para vocês dois.”

Rotina das crianças e tempo para o casal

Uma dica prática é ter rotina clara para os filhos: “Vou dar um exemplo da minha própria casa — e que eu também costumo sugerir para os casais que atendo: é muito importante ter rotina com as crianças. Rotina de alimentação, de banho, de sono… especialmente à noite. Porque, se a criança vai dormir junto com os pais às 10 da noite, qual é o tempo que o casal tem depois disso? Nenhum. Porque logo em seguida, vocês também precisam dormir, acordar cedo no dia seguinte, enfim.”

Ela explica que isso ajuda todos: “Além disso, dormir tarde também pode impactar negativamente o desenvolvimento da criança — não é minha área, mas a ciência já fala sobre isso. A rotina ajuda a criança a entender o que esperar: hora de comer é hora de comer, hora de dormir é hora de dormir. Não precisa ser uma coisa rígida ou inflexível, mas uma certa organização ajuda muito.”

O benefício é duplo: “E por que isso tudo é importante? Porque, ao organizar melhor a rotina das crianças, o casal conquista tempo de qualidade juntos. E os filhos também passam a entender e respeitar que existem momentos que são só dos pais. Isso fortalece o vínculo familiar como um todo.”

Amor que se adapta

Por fim, Bárbara lembra que as soluções mudam com o tempo: “Acho que, no fundo, a resposta para essa pergunta passa muito por isso: entender o seu dia a dia, se acolher nesse processo e ir testando, organizando, ajustando o que funciona naquele momento. E lembrar que nada precisa ser fixo. O que funciona agora, talvez não funcione daqui a algumas semanas, e tudo bem. Vocês vão adaptando.”

E deixa um recado final: “Com o tempo, quando a rotina da casa estiver mais estruturada, todos vão se acostumando: os pais, claro, mas também o bebê. Porque essa criança que acabou de nascer não conhece vocês. Ela não faz ideia de como é viver fora da barriga. Tudo é novo para ela também.”

“Então, o mais importante é: tenham paciência, deem tempo ao tempo, e lembrem-se de que cuidar da relação de vocês é, sim, cuidar da família.”

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