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Psicóloga explica como retomar a rotina após perda gestacional, como no caso de Clara Maia

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Clara Maia enfrentou um dos momentos mais difíceis de sua vida: a perda de um dos filhos gêmeos, Túlio, enquanto o outro bebê, Theo, permanece internado na UTI neonatal. A influenciadora compartilhou nas redes sociais detalhes da experiência e da condição que levou à morte do filho: a Síndrome de Transfusão Feto-Fetal (STFF), uma complicação rara que pode ocorrer em gestações de gêmeos que compartilham a mesma placenta.

A psicóloga perinatal Dra. Rafaela Schiavo que acompanha mães em situações como essa explica que o acompanhamento psicológico especializado é essencial para que a mulher possa elaborar o luto e se fortalecer emocionalmente para cuidar do bebê sobrevivente. “A internação prolongada do recém-nascido, seja por prematuridade ou outras intercorrências, já é um fator de risco para depressão pós-parto. Quando somada à perda, esse risco aumenta significativamente”, destaca.

Retomada da vida pública, redes sociais e trabalho

Clara tem mostrado nas redes sociais, com leveza e transparência, como concilia a rotina com seus gêmeos mais velhos, de 1 ano, enquanto continua acompanhando os cuidados com Theo, seu bebê que permanece na UTI neonatal e trabalha.

A psicóloga perinatal alerta, porém, que, apesar da postura positiva, é essencial que mães em situações semelhantes tenham espaço para sentir suas emoções e buscar apoio profissional, evitando sobrecarga emocional.

Conform a médica, não existe um tempo certo para retomar a vida pública após uma perda gestacional ou neonatal. Cada mulher tem seu próprio ritmo de dor, reconstrução e retomada. Retornar antes de estar emocionalmente preparada pode gerar sofrimento adicional. Por outro lado, o retorno no momento certo pode ser terapêutico, simbolizando o início de uma nova fase.

“O essencial é respeitar o tempo emocional, que não é cronológico, é psíquico. Quando a mulher sentir que quer e pode voltar, esse será o momento certo”, conclui a especialista.

A importância da rede de apoio

Segundo a especialista, a rede de apoio precisa incluir família, amigos e profissionais de saúde, oferecendo acolhimento sem julgamento e ajuda prática. “Muitas vezes, familiares, por não saber o que dizer, acabam tentando minimizar a dor com frases como ‘não fica triste’ ou ‘Deus quis assim’. Apesar da boa intenção, isso pode invalidar o sofrimento e agravar a sensação de solidão”, explica.

A psicóloga reforça que permitir que a mãe sinta e expresse sua tristeza é fundamental. Ajuda concreta, como preparar refeições, cuidar da casa ou ficar com o bebê por algumas horas, demonstra presença e acolhimento, aliviando a sobrecarga emocional.

O puerpério e a vulnerabilidade emocional

O puerpério já é, por si só, um período de grande vulnerabilidade emocional, com oscilações hormonais, cansaço físico e desgaste psicológico. Quando há luto perinatal, essa vulnerabilidade se intensifica. Sem acompanhamento profissional, o risco de desenvolver transtornos como depressão e ansiedade pós-parto aumenta consideravelmente.

“O suporte psicológico ajuda a mãe e o casal a elaborar o luto, lidar com a culpa e reorganizar o vínculo com o bebê sobrevivente. Ninguém precisa passar por isso sozinho. Assim como buscamos ajuda médica quando o corpo adoece, precisamos buscar ajuda psicológica quando a mente e o coração estão fragilizados”, afirma a especialista.

Sentimentos contraditórios e a culpa

A especialista também explicou que é comum que a mãe sinta emoções opostas ao mesmo tempo: tristeza profunda pela perda e alegria pelo bebê que sobreviveu. Essa dualidade pode gerar culpa e confusão. O papel do psicólogo é nomear e validar esses sentimentos, mostrando que é possível sentir amor e tristeza simultaneamente, sem que isso prejudique o vínculo com o bebê sobrevivente.

Quem é Clara Maia?

Clara Maia é influenciadora digital, empresária e ex-participante do reality show De Férias com o Ex Brasil (MTV), onde ganhou destaque nacional. Natural do Rio de Janeiro, ela também se tornou apresentadora e, junto do marido André Coelho, mantém uma forte presença nas redes sociais, acumulando mais de 2 milhões de seguidores.

Leia também: Clara Maia atualiza estado de saúde do filho prematuro e faz desabafo comovente

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Rafaela Schiavo

Rafaela Schiavo (CRP 93353) é psicóloga perinatal e fundadora do Instituto MaterOnline. Desde sua formação inicial, dedica-se à saúde mental materna, sendo autora de centenas de trabalhos científicos com o objetivo de reduzir as elevadas taxas de alterações emocionais maternas no Brasil. Possui graduação em Licenciatura Plena em Psicologia e graduação em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Além disso, concluiu seu mestrado em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem e doutorado em Saúde Coletiva pela mesma instituição. Realizou seu pós-doutorado na UNESP/Bauru, integrando o Programa de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Desenvolvimento Humano, atuando principalmente nos seguintes temas: desenvolvimento pré-natal e na primeira infância; Psicologia Perinatal e da Parentalidade.

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