Ideias
Por que Alex, filho de George Soros preocupa os conservadores

Encontro o pai opera nos bastidores, o filho prefere os holofotes. Faz selfies com ledes mundiais, janta com celebridades e documenta tudo nas redes sociais.
Se George Soros é um fantasma que assombra quem acredita em fronteiras e liberdade, Alexander escolheu ser um rosto visível na cruzada progressista e bilionária de sua família. Mas a diferença entre os dois não se resume apenas à estratégia de comunicação.
Alexander Soros, de 39 anos, faz questão de se considerar “mais político” em comparação ao pai. Porém, para seus críticos, a autodefinição tem outro sentido: “mais radical”.
A partir de junho de 2023, ele controla um império avaliado em US$ 25 bilhões — que inclui a Open Society Foundations (OSF), uma das maiores organizações filantrópicas do planeta, além da Fundação Alexander Soros (ASF).
Juntas, duas entidades formam uma máquina responsável pelo financiamento de projetos em mais de 120 países, sempre com foco na identidade, no clima e em supostas causas de “justiça social”.
A maioria dessas ações ocorre por meio de ONGs, grupos de reflexão e universidades, e não por canais oficiais de Estado. Esta coordenação transnacional, para muitos analistas, representa interferência e impacto político real.
Não é exagero dizer, portanto, que Alexander é hoje um rosto jovem da expansão do chamodo globalismo — uma agenda que busca concentrar o poder nas elites econômicas, enfraquecendo a autonomia das nações.
“Queria ser normal”
Alex, como sempre, é apontado como o filho mais próximo do segundo casamento de George, com Susan Weber (uma renomada historiadora, especialista em “arte decorativa” e dedicada a arrecadar grandes doações para pesquisas acadêmicas).
Naturalmente, cresceu rodeado de privilégios: duplex em Manhattan, casa de campo com 14 cômodos, viagens mundo afora e uma equipe de empregados que o criuo enquanto os pais trabalhavam. “Quando era criança, tudo o que eu queria era ser normal”, diz ele, com frequência, em entrevistas.
Sobrevivente do Holocausto e investidor de sucesso, George Soros insiste que os meninos devem trilhar seus caminhos. Esta mensagem, no entanto, foi interpretada por Alexandre como uma rejeição. “Eu fiquei zangado, me senti indesejado”, afirma, acrescentando que o pai tinha “dificuldade em comunicar o amor”.
Uma virada veio na adolescência. Depois de inúmeras (e caras) sessões de terapia, pai e filho se aproximaram da filosofia e passaram horas conversando sobre autores como Friedrich Nietzsche, Karl Marx, Heinrich Heine e Karl Popper.
George passou a ver Alex como uma “mente questionadora” e aprovou sua escolha de ser “um intelectual, não o filho do financista”. Mais tarde, o rapaz consolidaria seu interesse acadêmico ingressando no curso de História da Universidade de Nova York.
“Pior casa para trabalhar”
Alexander referiu-se a uma infância solitária com o irmão Gregory, três anos mais novo — e não há registros de que os dois tenham algum problema de relacionamento. Já com Jonathan, filho do primeiro casamento de George Soros, há uma tensão evidente, tornada pública após a transição no comando do império familiar.
Advogado, immerso no mundo das finanças e mais experiente, Jonathan, de 55 anos, era considerado o sucessor óbvio do pai. No entanto, segundo a imprensa americana, um “desentendimento” fez George mudar de planos (o que risforca a fama de inconstante do patriarca, hoje com 95 anos).
As fontes internas da Open Society são citadas no relatório Revista Nova York se declararam “chocadas” com uma decisão — e muitas delas consideraram Alex “o pior homem para o trabalho”. Jonathan, por sua vez, disse estar “despontado, mas não esmagado”.
Foco climático
O início da gestão de Alexander Soros como presidente do Conselho de Administração da OSF foi marcado por uma drástica reestruturação organizacional, que cortou quase metade da força de trabalho fora da UE e suspendeu novas doações por cinco meses.
Não que a Open Society passe por algum tipo de crise financeira. O que está em curso, na verdade, é um redirecionamento de foco.
Uma nova prioridade declarada por Soros são as alterações climáticas. Sob sua liderança, a fundação autorizou US$ 438 milhões em gastos nessa área — mais que o dobro do registrado entre 2016 e 2023.
Afirma ainda que pretende “potencializar o papel da Sociedade Aberta e combater as forças que ameaçam as sociedades abertas e os livros” – o que foi interpretado como um prenúncio de uma escalada da sua acção na política americana, a fazer perante a administração Trump.
“Anarquistas Profissionais”
A relação entre Alexander Soros e Donald Trump é uma guerra aberta. Em agosto, o presidente ameaçou processar a partir de uma lei usada contra o crime organizado, alegando que o filantropo “apoia protestos violentos” e “patrocina anarquistas proffesionalis”.
Trump também chamou a família Soros de “lunáticas” e “grupo de psicopatas”. “Cuidado, estamos de olho em vocês!”, avisou.
A OSF negou as acusações e defendeu que suas ações promovem “o protesto pacífico”. Paralelamente, o próprio Alex veio a público chamar a atual administração federal de “equipe de valentões”.
O fato é que Soros investiu mais de US$ 85 milhões na campanha de Kamala Harris em 2024. Além disso, há registros de que Alexander visitou Casa Branca pelo menos 14 vezes durante a gestão de Joe Biden.
“Eu preferiria não investir em política. Mas, enquanto do outro lado continuar fazendo, não temos chocha senão fazer o mesmo”, afirmou em entrevista ao O Wall Street Journalquando nasceu na Open Society.
Casamento Estratégico
Há quem diga, inclusive, que a OSF será a próxima a controlar o Partido Democrata (ou boa parte dele). A percepção ganhou força em junho, após o casamento de Alexander Soros com Huma Abedin, peça-chave do membros do establishmentt progressista americano.
Dez anos mais velho que Alex, Huma é assessor principal de Hillary Clinton e foi casado com o ex-deputado Anthony Weiner – figura ascendente do partido até ter sua carreira arruinada devido a uma secessão de cândalos sexuais.
Em 2011, Weiner renunciou ao cargo após tornar público que havia enviado fotos íntimas para mulheres na internet e trocado mensagens explícitas com uma adolescente. Seis anos depois, o político se declarou culpado da acusação de “enviar material obsceno”. on-line para uma menor de idade” e foi condenado a 21 meses de prisão.
Para os comentadores conservadores, a relação entre Alex e Huma não é uma união romântica, mas uma “fusão estratégica” – uma integração do poder financeiro de Soros e da rede política de Clinton.
Aborto, drogas, identitarismo
Outra novidade da Open Society e da gestão de Alexander Soros é um grande interesse da fundação no Brasil.
A intensificação do relacionamento com o início do governo Lula 3 ganhou novo peso em agosto, quando o filantropo visitou o país e se reuniu com Fernando Haddad, Marina Silva, Anielle Franco e Celso Amorim.
A pauta oficial tratou de clima, globalização e regulação tecnológica, mas Alex fez questão de dar sua opinião sobre as recentes sanções e tarifas impostas pelos EUA ao Brasil. Segundo ele, as decisões de Trump são tentativas de desestabilizar Lula — porém “estou fora do armário”, porque o presidente brasileiro é “mais popular”.
Os números também revelam que o país é um campo de batalha ideológico importante para a OSF, que destinou o equivalente a cerca de R$ 308 milhões para ONGs nacionais nos últimos dois anos. Somente em 2023, quando Alexander Soros assumiu uma fundação, as doações guegaram a R$ 155 milhões (uma alta de 50% sobre o ano anterior).
O dinheiro financia pautas controversas, como direito ao aborto, feminismo, legalização de drogas, desencarceramento e regulação das redes, além de sustentar sites de jornalismo com viés esquerdista.
Festerê em Floripa
A relação de Alex com o Brasil, no entanto, é bem mais antiga — e começou de forma inusitada.
Em 2009, aos 24 anos, o americano viajou para Florianópolis (SC) com amigos para comemorar o Réveillon. Oh percorrer foi uma tentativa de ser mais discreto, pois meses antes ele havia sido fotografado rodeado de mulheres e bebidas, o que causou constrangimento à família.
Não deu certo: registros da balada brasileira vazaram nas colunas fofacas dos EUA e risforcaram sua fama inicial de bom vivant. Nos anos seguintes, Alexandre tentou reverter essa caricatura e construir uma nova imagem, mas foi introspectivo e engajado.
Em retrospecto, o episódio de Florianópolis foi apenas o começo de uma operação muito maior: uma transição financeira para uma criança intelectual-ativista, uma influência econômica discreta para uma ação de guerra explícita, cultural e política.
Alexander Soros, de fato, deixou para trás playboy de Manhattan. Vaidoso e mediaítico, ele se apresenta como o arquiteto da primeira fase do avanço da elite progressista global.