Música
Os únicos 7 filmes perfeitos da história, segundo Tarantino

Reconhecido como um dos maiores cineastas modernos, Quentin Tarantino é responsável por clássicos como Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994) e Django Livre (2012) — vencedores do Oscar de Melhor Roteiro Original —, Kill Bill: Volume 1 (2003) e Volume 2 (2004), Bastardos Inglórios (2009) e Os Oito Odiados (2015).
Com tantos sucessos no cinema, Jimmy Kimmel o questionou durante uma discussão: o que torna um filme perfeito?
De acordo com o No Film School, Tarantino disse que certos filmes transcendem o gosto individual e se tornam objetivamente notáveis, ainda que nem todos os espectadores o amem. “O filme perfeito meio que cruza todos os parâmetros, em um grau ou outro. Pode não ser a sua praia, mas não há nada que você possa dizer para desmerecê-lo.”
Um exemplo, segundo ele, é O Massacre da Serra Elétrica (1974). O terror independente acompanha um grupo de cinco amigos viajando pelo Texas que encontram uma família de canibais, incluindo o icônico Leatherface.
O longa foi dirigido por Tobe Hooper, também responsável por Poltergeist (1982) e Força Sinistra (1985). Em vez de dar foco ao gore e à violência, Hooper apostou em uma construção de terror psicológico — através de sons assustadores e ângulos claustrofóbicos — que revolucionou o gênero.
Apesar de ser uma produção de baixo orçamento, o filme foi gravado em um estilo semidocumental, o que confere baixa qualidade às imagens e cria uma atmosfera angustiante e perturbadora. A atuação crua e realista de Marilyn Burns (Sally Hardesty), única sobrevivente do massacre, a tornou uma das mais lendárias “final girls” (garotas finais). O filme de 1974 foi baseado na história real de Ed Gein, assassino e ladrão de túmulos — que também inspirou o lançamento recente da Netflix Monstro: Uma história de Ed Gein.
Outro filme citado por Tarantino é Tubarão (1975), clássico de Steven Spielberg e considerado por muitos o primeiro blockbuster (grande sucesso de bilheteria lançado em centenas de cinemas) moderno.
Na ilha Amity, um grande tubarão-branco começa a atacar banhistas, gerando pânico na cidade. O chefe da polícia Martin Brody (Roy Scheider), o oceanógrafo Matt Hooper (Richard Dreyfuss) e o caçador de tubarões Quint (Robert Shaw) se unem para caçar o predador, a bordo de um pequeno barco.
Devido a problemas com o tubarão mecânico durante as filmagens, Spielberg mostrou a criatura apenas em momentos-chave da narrativa: essa limitação se tornou o maior ponto forte do filme, porque aumentou o efeito de suspense. A obra deixou um marco na cultura popular e gerou inúmeras sequências e imitadores. A trilha sonora aterrorizante — composta por John William para sugerir a chegada do animal — se tornou tão simbólica que ainda é lembrada décadas depois.
Em terceiro lugar, Tarantino cita O Exorcista (1973), dirigido por William Friedkin (Operação França, O Comboio do Medo). O filme conta a história de uma mãe que gradativamente percebe que sua filha de 12 anos está agindo de forma estranha. Ela decide pedir ajuda a um padre, e ele chega à conclusão de que a garota está possuída pelo demônio. Um segundo sacerdote, especialista em exorcismo, tenta livrá-la da possessão.
Com apenas 14 anos, a atuação de Linda Blair lhe rendeu um Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante e uma indicação ao Oscar. Ellen Burstyn, que interpreta a mãe de Linda, foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz, e Jason Miller, o Padre, foi indicado a Melhor Ator Coadjuvante. A obra também foi indicada a Melhor Filme e Melhor Diretor.
Segundo críticos, Friedkin redefiniu o gênero de terror, pois não queria apenas assustar o público, mas causar uma reação visceral. Entretanto, ele ficou conhecido por utilizar métodos extremos para extrair atuações realistas, utilizando armas e até mesmo agressão física.
Em um estilo completamente diferente, Tarantino também menciona De Volta Para o Futuro (1985). O diretor, Robert Zemeckis, é renomado por mesclar elementos de ficção científica, comédia e aventura – ele fez Forrest Gump: O Contador de Histórias (1994) e O Expresso Polar (2004). Steven Spielberg e Kathleen Kennedy também atuaram como produtores executivos.
De Volta Para o Futuro constrói uma trama divertida e sensível que marcou várias gerações. Ele equilibra a viagem no tempo do carismático Marty McFly (Michael J. Fox) com muito humor e drama familiar. Christopher Lloyd (Dr. Emmett Brown) interpretou um cientista excêntrico, enquanto Lea Thompson viveu Lorraine McFly (mãe de Marty) no passado e no presente.
O roteiro de Zemeckis e Bob Gale foi rejeitado mais de 40 vezes antes de ser feito, mas agora é aclamado como um clássico: ele teve a maior bilheteria de 1985 e deu início à franquia de três capítulos. Os roteiristas se recusaram a permitir remakes ou reboots: “Isso não pode acontecer até que Bob e eu estejamos mortos”, afirmou Zemeckis à Vanity Fair.
Abaixo, veja os únicos sete filmes perfeitos da história, segundo Quentin Tarantino:
- Meu Ódio Será Sua Herança (1969)
- O Exorcista (1973)
- O Massacre da Serra Elétrica (1974)
- O Jovem Frankenstein (1974)
- Tubarão (1975)
- Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977)
- De Volta para o Futuro (1985)
+++LEIA MAIS: Quentin Tarantino diz que Stephen King copiou ‘A Hora do Pesadelo’ ao escrever ‘It: A Coisa’