Música
Novo livro relembra rumor de que Janet Jackson pediu para Tupac fazer teste de HIV antes de cena de beijo

O livro Only God Can Judge Me: The Many Lives of Tupac Shakur foi lançado na última terça-feira, 21 de outubro. A obra é uma biografia sobre a vida complexa de Tupac Shakur, escrita pelo jornalista Jeff Pearlman. Após dois anos e meio de pesquisa e quase 700 entrevistas com pessoas que o conheceram, o autor explora o impacto cultural e a influência do rapper na história do hip hop, que faleceu aos somente 25 anos.
Como ator, um dos marcos da carreira de Shakur foi sua participação em Sem Medo no Coração (1993), drama romântico dirigido por John Singleton (Velozes e Furiosos). O longa acompanha uma poetisa (Justice) em luto pela perda de seu namorado, que fica encantada por um aspirante a rapper e carteiro, Lucky (Shakur).
A atriz e cantora Janet Jackson, irmã de Michael Jackson, contracenou com Shakur em Sem Medo No Coração. De acordo com o livro recém-lançado, ela passou por momentos difíceis com ele nos bastidores.
Pearlman ressuscitou um boato polêmico da época: a atriz teria solicitado que o rapper fizesse um teste de HIV antes da gravação de uma cena de beijo no filme.
Mas a história é mais complicada do que isso. Pearlman entrevistou o produtor do filme, Steve Nicolaides, sobre a relação entre os dois: segundo o entrevistado, Janet não se sentia confortável na presença de Shakur. Ele descreve que ela estranhava a sua “abordagem, seus esforços estranhos de ser sexual, e sua necessidade de sempre roubar a atenção”.
Antes do dia de gravação da cena do beijo, Pearlman escreve que “Tupac falava sem parar sobre dominar Jackson com seus lábios. Ele achava que estava sendo fofo. Ela não”.
O ápice da polêmica ocorreu quando Nicolaides foi chamada ao trailer de Janet. Tupac era conhecido por ter um estilo de vida “promíscuo”, e a atriz confessou sua preocupação em beijá-lo: “‘E eu não quero trocar saliva com ele até ter certeza de que ele está saudável e limpo’”, ela teria dito.
Nicolaides deu a notícia a Shakur, e segundo Pearlman, ele ficou furioso. “’Tá brincando?’, perguntou Tupac… ‘F***-se ela. Eu não vou fazer nada por essa vagabunda. Manda ela se fo***.’”, respondeu.
Antes de sua morte, Shakur abordou o caso em uma entrevista. “Não sei se foi da Janet que veio”, disse ele. “Mas sei que, de repente, do nada, eles queriam que eu fizesse um teste de aids para esta cena de amor. Eu não discordei se realmente faríamos amor. Eu disse que se eu pudesse fazer amor com Janet Jackson, faria quatro testes de aids. Mas se eu fosse fazer uma cena de amor com ela como outra pessoa fez, e não fizessem o teste, eu não faria o teste.”
Alguns anos depois, porém, o diretor John Singleton, que morreu em 2019, assumiu o crédito por iniciar o boato. Ele disse que tudo começou com uma piada, mas foi posteriormente utilizado como publicidade para o filme. “Essa era uma brincadeira que estávamos fazendo no set, porque a conversa real é que Tupac estava atraído por Janet, eu estava atraído por Janet… nós dois estávamos no set, tentando, tipo, flertar com ela e coisas assim”, disse.
Por fim, o filme foi um sucesso de bilheteria: ele arrecadou US$ 27,5 milhões na bilheteria mundial, cerca do dobro do orçamento. Jackson ainda recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Canção Original por co-escrever a faixa “Again“.
Não foi possível contatar um representante de Jackson para comentar. A PEOPLE também entrou em contato com Nicolaides, mas não obteve resposta.
Quem foi Tupac Shakur
Considerado um dos rappers mais influentes de todos os tempos, Tupac Shakur construiu uma carreira de sucesso, apesar do envolvimento em diversas controvérsias. Além de ator e compositor, ele também foi um ativista influente da comunidade afro-americana: suas músicas frequentemente abordavam temas sociais como violência, racismo e pobreza.
Apesar de rimar sobre empoderamento feminino em sua canção “Keep Ya Head Up“, Shakur também cumpriu sete meses de prisão na Clinton Correctional Facility, Nova York, em 1995, quando foi condenado por abuso sexual.
Tupac morreu em 13 de setembro de 1996, após ser baleado em um tiroteio em Las Vegas, Nevada. O rapper foi atingido por quatro tiros e faleceu após seis dias, devido aos ferimentos. Segundo as investigações, a violência foi desencadeada por uma briga anterior entre Shakur e membros de uma gangue rival. No livro, Pearlman adentra na vida turbulenta, a ascensão eufórica e a morte trágica do rapper.
Only God Can Judge Me: The Many Lives of Tupac Shakur já está disponível nas livrarias estadunidenses, mas não tem previsão de chegar ao Brasil.
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