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NASA vai usar o que aprendeu em cavernas da Terra pra procurar vida marciana
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As cavernas representam ambientes únicos na Terra, onde a luz solar nunca penetra e as condições se aproximam da hostilidade encontrada em outros planetas. Esses ecossistemas isolados preservam formas de vida adaptadas a situações extremas, oferecendo pistas valiosas sobre como organismos podem sobreviver fora do nosso planeta.
Pesquisadores da NASA e cientistas brasileiros, incluindo pesquisadores da USP, investigam ambientes extremos, como cavernas, geleiras e desertos, em busca de analogias com Marte.
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Como as cavernas se assemelham ao ambiente marciano?
Marte apresenta condições superficiais severas, com radiação intensa, temperaturas que oscilam drasticamente e atmosfera rarefeita. Porém, suas regiões subterrâneas podem oferecer proteção contra essas adversidades, criando nichos onde água líquida e compostos químicos essenciais permaneceriam estáveis por longos períodos.
As similaridades entre cavernas terrestres e possíveis ambientes marcianos incluem características fundamentais para a astrobiologia:
- Ausência de luz solar que obriga organismos a obterem energia através de processos químicos alternativos
- Temperaturas relativamente estáveis protegidas das variações extremas da superfície planetária
- Presença de minerais que podem servir como fonte de nutrientes para microrganismos quimiolitotróficos
- Proteção contra radiação cósmica e ultravioleta que danifica material genético em ambientes expostos
Que tipos de organismos sobrevivem nesses ambientes extremos?
Dentro de cavernas profundas, cientistas identificaram bactérias e arqueas que obtêm energia oxidando ferro, enxofre e outros elementos químicos presentes nas rochas. Esses microrganismos não dependem da fotossíntese, demonstrando que a vida pode prosperar completamente desconectada da cadeia alimentar baseada em luz solar.
Alguns desses organismos toleram níveis elevados de acidez, salinidade extrema e escassez severa de água, condições comparáveis às detectadas em certas regiões de Marte. O Instituto de Astrobiologia da USP documenta espécies capazes de entrar em estados de dormência por décadas, reativando seu metabolismo quando encontram mínimas quantidades de umidade, uma estratégia de sobrevivência relevante para ambientes planetários áridos.
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Quais técnicas os cientistas usam para estudar vida subterrânea?
Equipes de pesquisa utilizam equipamentos especializados para mapear comunidades microbianas sem contaminar os ambientes investigados. Essas metodologias combinam análises genéticas, químicas e geológicas para construir um perfil completo dos ecossistemas subterrâneos e suas dinâmicas metabólicas.
As principais abordagens aplicadas nessas expedições científicas envolvem:
- Sequenciamento de DNA ambiental para identificar espécies presentes sem necessidade de cultivá-las em laboratório
- Espectrometria de massa que detecta compostos orgânicos e assinaturas químicas da atividade biológica
- Microscopia eletrônica capaz de revelar estruturas celulares e biofilmes aderidos às superfícies rochosas
- Sensores remotos que monitoram temperatura, umidade e concentração de gases sem intervenção humana constante
- Protocolos de esterilização rigorosos para evitar introdução de contaminantes externos durante as coletas
O que essas pesquisas revelam sobre possibilidades em Marte?
Os dados coletados em cavernas terrestres expandem significativamente o conceito de zona habitável, demonstrando que vida pode existir em locais anteriormente considerados inóspitos. A NASA incorpora essas descobertas no planejamento de missões futuras, priorizando exploração de tubos de lava e cavidades profundas no planeta vermelho.
Instrumentos desenvolvidos para analisar microrganismos em cavernas brasileiras e de outros continentes estão sendo adaptados para rovers marcianos. Compreender como a vida persiste em condições extremas na Terra fornece critérios objetivos para reconhecer sinais biológicos em amostras marcianas, aumentando as chances de detectar evidências caso organismos tenham existido ou ainda existam no subsolo de Marte.
