Celebridade
Modelo que morreu há seis anos vítima de câncer precisou amputar perna aos 16 anos
Modelo e ativista haitiano-americana, Mama Cax (1989-2019) morreu há exatos seis anos, aos 30 anos, deixando um legado marcante na luta por inclusão e diversidade no mundo da moda. Diagnosticada ainda na adolescência com câncer, ela precisou amputar a perna direita aos 16 anos — experiência que moldou não apenas sua trajetória pessoal, mas também sua atuação pública.
Nascida como Cacsmy Brutus, em 20 de novembro de 1989, no Brooklyn, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, Mama Cax passou parte da infância e juventude no Haiti. Aos 14 anos, recebeu o diagnóstico de osteossarcoma e câncer no pulmão, com um prognóstico inicial extremamente grave. Dois anos depois, após uma cirurgia malsucedida para colocação de uma prótese no quadril, teve a perna direita amputada.
Por um período, ela enfrentou dificuldades para aceitar a prótese e chegou a escondê-la, até reencontrar a própria confiança. Com o tempo, transformou a prótese em parte de sua identidade estética, adotando modelos personalizados, coloridos e artísticos, além de um estilo marcante em roupas, maquiagem e cabelo.
Carreira
Formada em relações internacionais, Mama Cax iniciou sua carreira na moda em 2016, quando foi convidada para um desfile na Casa Branca durante o governo Barack Obama (64). No ano seguinte, assinou com a agência JAG Models, em Nova Iorque, e passou a desfilar para marcas como Chromat e Fenty Beauty, de Rihanna (37). Seu trabalho também incluiu campanhas para Sephora, Tommy Hilfiger, Asos e Olay.
Leia também: Modelo chega aos 42 anos com cinco filhos e na batalha contra o câncer descoberto em pinta
Em 2018, ela desfilou na Semana de Moda de Nova Iorque usando um maiô criado para desafiar padrões tradicionais de beleza e, no mesmo ano, estampou a capa da Teen Vogue ao lado de outras modelos com deficiência. Além da moda, Mama Cax também se destacou no esporte adaptado e chegou a completar uma maratona em Nova Iorque utilizando uma handbike, bicicleta adaptada para pessoas com deficiência, que é movida pela força dos braços e das mãos, ao invés dos pés.
Ativa nas redes sociais, ela se tornou uma das vozes mais influentes na defesa da inclusão de mulheres negras com deficiência na indústria fashion, denunciando a falta de representatividade e ampliando o debate sobre diversidade corporal.
Despedida
Em dezembro de 2019, enquanto estava na Inglaterra, Mama Cax foi hospitalizada após sofrer fortes dores abdominais. Exames apontaram coágulos sanguíneos no pulmão, e ela morreu no dia 16, em decorrência de uma embolia pulmonar. Naquele mesmo ano, o câncer havia voltado de forma agressiva.
Seu impacto segue vivo. Em 2023, Mama Cax foi homenageada com um Google Doodle durante o Mês da História Negra, reconhecimento de uma trajetória que ajudou a redefinir a forma como pessoas com deficiência são vistas na moda e na cultura contemporânea.
