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Médico alerta para câncer após caso da Laerte: ‘Um dos tumores mais ligados ao envelhecimento’

Em setembro de 2023, a cartunista Laerte Coutinho recebeu o diagnóstico de câncer de próstata e passou por cirurgia de remoção do órgão. À época, quando descobri o quadro, ela tinha 72 anos. Recentemente, a famosa deu detalhes do assunto.
A cartunista Laerte é uma mulher trans e alertou sobre o diagnóstico de câncer de próstata em mulheres trans: “Mulheres trans precisam entender que possuem próstata e possuem um organismo que precisa ser cuidado de forma adequada”, afirmou ela em entrevista ao Jornal Folha de S. Paulo.
Após o diagnóstico de câncer de próstata, em 2023, a cartunista e a médica geriatra optaram pela realização de uma prostatectomia radical por laparoscopia. O procedimento foi feito em dezembro do mesmo ano.
“Quando me falaram que era câncer, pensei ‘é sério’, mas aí a geriatra falou que o câncer de próstata é um dos mais administráveis. Se você deixá-lo à vontade, é claro que ele vai matar você. Mas se você tomar providências, ele é domável, não é tão perigoso como outros […] Minha uretra ficou jogo livre. Está demorando a se readaptar. Desde o final de 2023 tenho tentado recuperar algum controle sobre a bexiga, mas tem sido difícil”, disse Laerte à Folha de S. Paulo.
Opinião de um médico oncologista
Para entender mais sobre o assunto, a CARAS Brasil, entrevista o Dr. Jorge Abissamra, médico oncologista e especialista em Oncologia Clínica pelo Instituto de Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho. Segundo ele, o câncer de próstata é um tumor maligno que se desenvolve na próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino localizada logo abaixo da bexiga.
“O câncer surge quando células da próstata começam a se multiplicar de forma descontrolada, podendo formar nódulos, invadir tecidos vizinhos e, em alguns casos, metastatizar para ossos, linfonodos ou outros órgãos”, declara.
Quais os sinais?
Nos estágios iniciais, geralmente não causa sintomas. Quando aparecem, os sinais mais comuns são:
- Dificuldade para urinar;
- Jato urinário fraco;
- Aumento da frequência urinária, principalmente à noite;
- Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga;
- Sangue na urina ou no sêmen;
- Dor óssea (em casos avançados)
Dados que chamam a atenção
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 71,7 mil novos casos por ano. O Dr. Jorge Abissamra Filho chama a atenção também para o fato da idade.
“É um dos tumores mais ligados ao envelhecimento. Raro antes dos 50 anos, incidência aumenta muito após os 60 anos. Aos 80 anos, até 80% dos homens podem ter algum grau de câncer de próstata microscópico (nem sempre agressivo)”, afirma.
Qual o tratamento?
O Dr. Jorge Abissamra Filho reforça que o tratamento depende do estágio e da agressividade do tumor. As principais modalidades são:
- “Vigilância ativa – Para tumores muito iniciais e indolentes. Acompanha-se PSA, toque e biópsia seriada”;
- “Cirurgia (prostatectomia radical) – Retira a próstata inteira. Pode ser aberta, laparoscópica ou robótica”;
- “Radioterapia – Excelente alternativa à cirurgia, com mesma eficácia em muitos casos”;
- “Terapia hormonal (bloqueio androgênico) – Usada em tumores avançados ou metastáticos. Bloqueia a testosterona, que alimenta o tumor”;
- “Imunoterapia e terapias-alvo – Para casos metastáticos específicos, dependendo do perfil molecular (como mutações BRCA, MSI, etc.)”;
- “Quimioterapia – Usado apenas em casos bem avançados”, finaliza ao analisar casos como da cartunista Laerte.
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