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Médica destaca importância de investigação precoce após perdas de Thaeme: ‘É fundamental’

A cantora Thaeme Mariôto revela diagnóstico após perdas e médica detalha quando investigar e como tratar casos semelhantes
A cantora Thaeme Mariôto(39) emocionou ao compartilhar sua difícil trajetória até a maternidade. Ao longo dos anos, ela sofreu seis abortos espontâneos antes de conseguir concluir uma gestação com sucesso. Mãe de Liz e Ivy, a artista destaca a importância de buscar respostas desde a primeira perda, contrariando o mito de que apenas após três abortos é indicado investigar.
Durante esse período, Thaeme descobriu uma incompatibilidade genética e uma possível reação imunológica com o marido, Fábio Elias, que fazia seu corpo rejeitar os embriões. A superação das perdas é celebrada por ela como um “milagre de Deus”, e hoje, Thaeme incentiva outras mulheres a se informarem e buscarem apoio médico adequado.
Mas como saber quando é hora de procurar ajuda para casos de abortos recorrentes?
Incompatibilidade genética pode dificultar gestação
Em entrevista à CARAS Brasil, a ginecologista endócrina Maira Campos explicou os principais fatores que podem dificultar a evolução de uma gestação, mesmo quando a fecundação ocorre normalmente.
“Quando falamos de incompatibilidade genética, estamos nos referindo a várias condições possíveis. As mais comuns incluem translocações cromossômicas em um dos parceiros, que são como reorganizações nos cromossomos que podem gerar embriões inviáveis. Também temos a incompatibilidade no sistema HLA, onde o sistema imunológico materno não reconhece adequadamente o embrião, tratando-o como um corpo estranho”, explica a médica.
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Ela acrescenta que outros fatores genéticos também merecem atenção: “Mutações genéticas que afetam a coagulação sanguínea e polimorfismos relacionados ao metabolismo do ácido fólico também são causas importantes. Para diagnosticar essas condições com precisão, realizamos cariótipo de alta resolução do casal, tipagem HLA para avaliar a compatibilidade imunológica, pesquisa completa de trombofilias hereditárias e análise de polimorfismos genéticos, especialmente o MTHFR.”
Investigação precoce aumenta as chances de sucesso
A médica reforça que não é necessário aguardar múltiplas perdas para iniciar exames e tratamentos: “Essa investigação é fundamental porque, uma vez identificada a causa, podemos direcionar o tratamento de forma mais eficaz e aumentar significativamente as chances de uma gestação bem-sucedida.”
Segundo ela, o diagnóstico correto é decisivo para personalizar a conduta médica e evitar que novas perdas aconteçam.
Tratamentos hormonais e suporte multidisciplinar
Ao avaliar o caso de Thaeme, a médica reconhece que vários fatores podem ter contribuído para o sucesso das gestações posteriores.
“O sucesso da Thaeme após múltiplas perdas pode ser atribuído a vários fatores. O sistema imunológico materno pode ter se adaptado melhor ao longo do tempo, pode ter havido melhora natural de algum desequilíbrio hormonal, a redução do estresse após entender melhor sua condição certamente ajudou, e os cuidados gerais com saúde, como manutenção do peso adequado, exercícios regulares e suplementação vitamínica, também contribuíram”, detalha Maira.
Sobre as possibilidades de tratamento, ela explica: “Sim, tratamentos hormonais são frequentemente recomendados nesses casos. Meu protocolo inclui ácido fólico em dose alta, cinco miligramas por dia, iniciado três meses antes da concepção, progesterona natural desde o início da gestação até pelo menos a décima segunda semana, anticoagulantes como AAS ou heparina quando indicado, e suplementação de vitamina D.”
Estratégias para uma nova gestação após perdas
Por fim, a médica compartilha o protocolo que costuma aplicar em pacientes com histórico de abortos recorrentes:
“A abordagem preventiva que utilizo envolve um preparo pré-concepcional de três meses, acompanhamento do beta-hCG desde o décimo dia pós-ovulação, suporte hormonal adequado e monitoramento intensivo com ultrassons frequentes. Essa estratégia tem mostrado resultados muito positivos na minha prática clínica, permitindo que a maioria das pacientes com histórico de perdas recorrentes consiga levar a gestação a termo“, finaliza.
