Cultura
Lô Borges, morto aos 73, foi ícone do Clube da Esquina e renovou música brasileira
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/c/u/YcBm2URHuXEHymnE4DpA/o-publico-fez-bonito-e-transformou-o-ribeirao-em-braco-de-mar-em-uma-noite-incrivel-no-teatro-do-centro-cultural-unimed-bh-minas-em-show-do-projeto-uma-voz-um-instrumento-lo-borges-cantou-e-encantou.jpg?ssl=1)
Lô Borges, um dos fundadores do Clube da Esquina, morre aos 73 anos
Lô Borges morreu aos 73 anos, devido a uma intoxicação por medicamentos. A morte foi confirmada pela família nesta segunda (3). O artista é um dos maiores nomes da música brasileira.
Símbolo de liberdade criativa, Lô Borges traçou uma carreira cuja influência atravessa gerações há décadas. Cantor, compositor, instrumentista e produtor, ele foi peça-chave para a renovação da cena musical brasileira dos anos 70.
O cantor tinha um filho, Luca Arroyo Borges.
Lô Borges faz show de abertura do Festival Inverno nas Montanhas em Monte Verde (MG)
Redes sociais/Lô Borges
O clube da esquina
Lô foi um dos fundadores do Clube da Esquina, o famoso grupo de artistas mineiros que transformou a música do Brasil, ao misturar rock, samba e jazz. Inspiradas na psicodelia dos Beatles, suas canções trouxeram melodias experimentais e referências nacionais que vão das letras aos acordes.
Além de Lô, participavam do clube nomes como Milton Nascimento, Beto Guedes e Toninho Horta. Eles se reuniam para fofocar, ouvir música e compor. Faziam isso nas ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro Santa Tereza, de Belo Horizonte (MG). É daí que veio o nome Clube da Esquina.
Selada pelo clube, a dupla Lô Borges e Milton Nascimento é um marco na história da música brasileira. Juntos, eles lançaram um dos mais prestigiados álbuns nacionais: “Clube da Esquina” (1972). Entre as canções, estão “O Trem Azul”, “Um Girassol da cor do seu cabelo” e “Trem de Doido”.
Lô e Milton também trabalharam em parceria em “Para Lennon e McCartney”, de 1970. Eternizada na voz de Milton, a música foi composta por Lô, Marcio Borges (seu irmão) e Fernando Brant.
Uma vida de música
O mineiro lançou o primeiro álbum solo em 1972. Intitulada de “Lô Borges”, a obra ficou popularmente conhecida como “O disco do tênis”, devido à imagem da capa. Após o lançamento, o cantor chegou a largar a carreira musical por uns anos e passou a levar um estilo de vida hippie. Mas voltou à rotina artística em 1978, quando participou do “Clube da Esquina 2”.
No ano seguinte, Lô lançou seu segundo álbum solo: “A Via Láctea”, que traz faixas como “Vento de maio” e “Nau sem rumo”. Desde então, ele gravou outros álbuns e fez parcerias marcantes como “Dois Rios”, composta ao lado do Nando Reis e do grupo Skank.
Entre os anos de 2019 e 2025, o músico lançou sete álbuns — cada um deles, ao lado de um grande artista: Nelson Angelo, Makely Ka, Marcio Borges, Patricia Maês, César Maurício, Manuela Costa e Zeca Baleiro.
Efeito Lô Borges
Mas o impacto de Lô Borges vai muito além das canções que ele assinou, tocou ou cantou. Ele se tornou uma das principais referências da mesclagem entre emoção e experimentação.
Com mais de 50 anos de carreira, sua obra inspirou artistas de diferentes gerações — de Flávio Venturini à banda Terno Rei.
Como legado, ele deixa uma coleção de clássicos da MPB e uma carreira tão brilhante quanto a cor de um girassol, flor que deu origem a um de seus maiores sucessos.
Lô Borges conta como foi primeiro encontro com Milton Nascimento aos 10 anos de idade
