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Celebridade

Juliana Silveira é dona da própria história: ‘Estou começando de novo’

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De coração aberto, em entrevista exclusiva à Revista CARAS, a atriz Juliana Silveira reflete sobre ofício, autoestima e recomeços

Alguns personagens atravessam o tempo. Prova disso é que, 20 anos depois, Juliana Silveira (45) vem reunindo uma legião de fãs da novela Floribella em sua turnê Juliana Silveira Canta Floribella, na qual entoa os sucessos da icônica trama da Band, febre entre as crianças e adolescentes da época.

Os anos se passaram, as pipoquinhas, como ela chamava as crianças da novela, cresceram e a atriz
também amadureceu. Hoje, com mais calma e experiência, ela curte o sucesso e diz estar mais bem resolvida sobre a nova fase do audiovisual. “Achei que era o fim, mas agora estou entendendo que não, que consigo produzir os meus sonhos”, afirma a artista, em entrevista exclusiva para CARAS no CDesign Hotel, no Rio de Janeiro.

– Como é estar de volta aos palcos, relembrando todo o sucesso de Floribella?

– É emoção atrás de emoção! O legal são as histórias que a gente compartilha, principalmente nesse momento de encontro pós-show. Infância é um terreno que a gente pisa a vida inteira, mas estou conseguindo comprovar o quanto isso é forte e significativo na vida dessas pessoas. Eu quase neguei essa personagem por medo de cantar e por medo de tudo que poderia acontecer. Que bom que tive coragem, porque foi tão incrível a ponto de, 20 anos depois, isso ainda estar vivo e forte no coração das pessoas.

– Na época, a Band estava havia seis anos sem produzir novelas, você arriscou e deu certo.

– Eu já tinha feito Malhação, que dava 40 pontos, uma audiência que você espera de uma novela das 9. Aí, vou para uma emissora do esporte e consigo fazer um sucesso maior ainda. São coisas que acontecem na minha trajetória que não se explica. Hoje, eu vejo como o mercado mudou com a chegada do streaming e que bom! Beleza Fatal foi exibida na Band com um elenco de peso. Não dá mais para pensar de um jeito fechadinho. Se não pensar um pouco fora da caixa, você não consegue sobreviver profissionalmente. Essa coragem é fundamental. É você empreender, fazer coisas que as pessoas não estão esperando.

– E você já fazia isso 20 anos atrás, você saiu da caixinha…

– Hoje, a gente vê muito forte em meninas, até mais jovens do que eu, o discurso de liberdade, de estética, de padrão. Eu já conduzia minha vida dessa forma, mas de um jeito muito solitário, porque não encontrava o mesmo discurso nas minhas amigas no camarim. Estava todo mundo fazendo um outro caminho. Então, quando você opta por fazer esse tipo de escolha profissional, você se sente mais sozinha. Não tinha muita gente me apoiando, a não ser quem estava ali comigo, minha empresária, me achando louca, mas me dando a mão e indo comigo. Porque era todo mundo querendo ficar na TV Globo e eu fazendo isso. Tinha um caminho para você fazer de um certo padrão estético, de uma roupa…

– Na época falaram para mudar algo em seu corpo?

– Falaram que eu tinha que colocar silicone, fazer lipo, emagrecer. E eu já era magra. Hoje, olho e até acho que sim, na época eu devia ter alguma distorção de imagem mesmo, porque eu não comia. Eu não malhava, não coloquei o silicone, mas de alguma forma estava dentro daquela estrutura e era afetada por ela. Foram coisas de que fui me libertando. Hoje em dia eu como. Quero malhar, ficar bem, mas o objetivo já é outro, é para ter uma menopausa melhor, uma qualidade de vida. Sei que a barriga já não é mais a mesma e que está tudo bem. Eu não ia para praia, tinha vergonha de tirar a canga e ir até o mar porque iriam ver minha celulite. Agora, saio correndo, balançando a bunda, não estou nem aí! É uma liberdade que você vai encontrando e vejo que as meninas de hoje já têm, elas são mais bem resolvidas. A gente pode não estar cem por cento resolvida porque ser mulher é difícil, mas acho que essa geração já está bem melhor nesse sentido, já deu grandes passos.

– Você acha que ficou muito marcada pela personagem?

– Fiquei marcada na memória dessas pessoas que assistiram, que foram muitas. Mas tem cineasta, diretor que não sabe. Ainda mais hoje, com o streaming, tem uma galera gringa que está chegando e a gente tem que fazer teste, porque eles não conhecem os atores brasileiros. A sensação é que estou começando de novo. Tenho uma memória afetiva, tenho esse público que conquistei na Globo, na Record, na Band, nas redes sociais, existem nichos dentro desses meus seguidores e tem uma galera com quem estou trabalhando agora.

– Com a carreira consolidada, ainda tem que provar algo?

– Eu não faço pensando nisso, senão não entrego nenhum teste. Mas não é todo teste que pego, às vezes, não sinto algo legal e não faço. Como hoje em dia o mercado evoluiu, existe mais oportunidade para todo mundo, mas ele está nichado. Existem poucas oportunidades para o meu perfil e, quando elas chegam, existem muitas atrizes talentosas e lindas disponíveis, então está mais difícil, mais concorrido. Já me organizei financeiramente, entendi que se não rolar, não rolou.

– Levou quanto tempo para chegar a esse entendimento?

– Hoje estou em paz, mas fiquei seis anos insatisfeita até entender isso. Porque tudo mudou. O ritmo mudou, o mercado, eu mudei, estou mais velha. As pessoas precisam escrever mais para as pessoas da minha idade, então tem tanta questão que não tem a ver com o meu talento e nem com a minha disponibilidade, que se eu ficar achando que eu vou resolver, eu surto. Agora entrei no modo de celebrar tudo que já fiz. Estou vivendo essa oportunidade de me reunir com as pessoas, de sentir isso. É quase um processo terapêutico. Você consegue fechar portas para abrir novas. Achei que era o fim, mas agora estou entendendo que não, que eu consigo empreender, produzir os meus sonhos, como fiz com a turnê. E isso é um novo passo. Eu estava muito acostumada a ser escolhida, você faz o teste e alguém te escolhe. Agora estou escolhendo. Escolho estar no palco, escolho produzir esse espetáculo. Tenho autonomia, quero produzir série, peças. Não quero mais ficar só esperando alguém me escolher. E no meio do caminho, se alguém me escolher e eu tiver agenda, ótimo. Depois de seis anos entendi que tem que ser assim. A gente tem que começar a fazer nossos corres. É um processo difícil, não é fácil, não.

– Neste ano você estreia na RecordTV a série Estranho Amor. O que te fez aceitar?

– Ela é baseada numa história real, um tema superforte, que é a violência contra a mulher. A gente vai procurando personagens e histórias que tragam alguma reflexão mais profunda, que tenham valores, coisas em que acredito e quero passar por meio da arte, até como cidadã. Como mulher é algo que me preocupa. Tenho filho e o educo no sentido de que homem ele vai ser, que namorado vai ser, como a gente elimina esse padrão mais tóxico. É um tema que me toca, que discuto com as amigas. Fiquei feliz de, aos 45 anos, poder deixar essa história. Espero que com 55 eu tenha orgulho dessa década que estou construindo agora. É legal ter a oportunidade de rever essa construção e não se arrepender de nada. Acho que estou num caminho bacana. 

“A sensação que eu tenho é que estou começando de novo.”

Fotos: Marcio Farias/ BELEZA: LUAN MILHORANSE; STYLING: SAMANTHA SZCZERB; AGRADECIMENTOS: CDESIGN HOTEL

Fotos: Marcio Farias/ BELEZA: LUAN MILHORANSE; STYLING: SAMANTHA SZCZERB; AGRADECIMENTOS: CDESIGN HOTEL

Fotos: Marcio Farias/ BELEZA: LUAN MILHORANSE; STYLING: SAMANTHA SZCZERB; AGRADECIMENTOS: CDESIGN HOTEL

Fotos: Marcio Farias/ BELEZA: LUAN MILHORANSE; STYLING: SAMANTHA SZCZERB; AGRADECIMENTOS: CDESIGN HOTEL

Fotos: Marcio Farias/ BELEZA: LUAN MILHORANSE; STYLING: SAMANTHA SZCZERB; AGRADECIMENTOS: CDESIGN HOTEL

Fotos: Marcio Farias/ BELEZA: LUAN MILHORANSE; STYLING: SAMANTHA SZCZERB; AGRADECIMENTOS: CDESIGN HOTEL

Fotos: Marcio Farias/ BELEZA: LUAN MILHORANSE; STYLING: SAMANTHA SZCZERB; AGRADECIMENTOS: CDESIGN HOTEL

Leia mais em: Juliana Silveira chega aos 45 repleta de fé e recebe nova fase com coragem: ‘Muita vida pela frente’

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