Insuficiência venosa: médico detalha a condição de Trump: ‘Não deve ser ignorado’

A Casa Branca confirmou nesta quinta-feira (17) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (79), foi diagnosticado com insuficiência venosa crônica. A informação foi divulgada por sua porta-voz, Karoline Leavitt, durante coletiva de imprensa realizada em Washington.

Segundo Leavitt, Trump procurou atendimento médico após relatarinchaço nas pernas e hematomas nas mãos. Após a realização de exames laboratoriais e de imagem, os médicos constataram o comprometimento da circulação venosa, condição que exige acompanhamento clínico contínuo.

Mas afinal, o que é insuficiência venosa crônica? E o que os sintomas apresentados por Trump revelam?

O que é insuficiência venosa crônica?

Em entrevista à CARAS Brasil, o médico Dr. João Branco, especialista em clínica geral, emagrecimento e performance física, explicou que a insuficiência venosa é uma condição relativamente comum, principalmente com o avanço da idade.

“A insuficiência venosa, principalmente por retenção de líquidos e inchaço nos membros inferiores, é uma condição que geralmente aparece com o envelhecimento. Porém, o simples inchaço não deve ser ignorado. É essencial fazer um diagnóstico diferencial para descartar outros problemas, como insuficiência cardíaca ou até quadros iniciais de trombose”, afirma o médico.

Quais são os sintomas mais comuns?

De acordo com o especialista, a insuficiência venosa costuma causar inchaço nas pernas, sensação de peso, câimbras noturnas, coceira e até alterações na coloração da pele nos casos mais avançados.

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“Quando o retorno venoso é prejudicado, o sangue se acumula nos membros inferiores, gerando pressão nos vasos e favorecendo o extravasamento de líquidos para os tecidos. Com isso, aparecem o inchaço, a sensação de peso nas pernas e, em casos mais avançados, alterações na coloração da pele. Muitos pacientes também relatam câimbras noturnas e coceira constante”, explicou.

Hematomas e medicamentos: o que os sinais no corpo indicam?

Os hematomas observados em Trump também chamaram a atenção, e segundo o Dr. João Branco, eles podem estar associados ao uso de medicamentos anticoagulantes, frequentemente indicados em quadros de insuficiência venosa ou risco cardiovascular.

“Em geral, quando há histórico de insuficiência venosa ou risco cardiovascular associado, o médico pode indicar anticoagulantes como aspirina (AS), rivaroxabana (Xarelto), clopidogrel, entre outros. Esses remédios aumentam a fragilidade dos vasos e podem facilitar o surgimento de equimoses – manchas roxas na pele – mesmo com pequenos traumas”, detalhou.

Quando a insuficiência venosa se torna preocupante?

O médico alerta que há sinais que não devem ser ignorados. Dor intensa e súbita, vermelhidão, calor localizado ou endurecimento da perna são indicativos de que pode haver complicações mais graves, como trombose venosa profunda.

“O ideal é que o paciente mantenha acompanhamento regular, pratique atividade física leve, evite ficar longos períodos sentado ou em pé e mantenha uma alimentação que favoreça a boa circulação. Em muitos casos, mudanças de hábito já trazem melhora significativa“, finaliza o Dr. João Branco.

A condição de Trump, embora comum entre idosos, acende um alerta para os cuidados com a saúde vascular e reforça a importância de procurar avaliação médica ao notar alterações incomuns no corpo.