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Gravidez na adolescência e mães solo: como novela 'Três Graças' se inspira em histórias reais que espelham o Brasil

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Veja a íntegra do programa Globo Repórter de 17/10/2025
O Globo Repórter desta sexta-feira (17) mergulhou das de “Três Graças”, a nova novela das nove. A trama aborda temas delicados, como a gravidez na adolescência e o abandono parental – uma realidade enfrentada por milhões de brasileiras. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, 15% das famílias no país são chefiadas por mães solo. Esse número cresceu de 9 para 12 milhões de lares nos últimos 12 anos.
O autor Aguinaldo Silva revelou que a ideia para o enredo da novela surgiu após uma visita marcante à Maternidade Leila Diniz, no Rio de Janeiro.
“Vi uma fila enorme de meninas, muitas com 14, 15 anos, algumas acompanhadas pelas mães, outras sozinhas. Nenhuma com um homem ao lado”, relembra.
Gravidez na adolescência e mães solo: como novela ‘Três Graças’ se inspira em histórias reais que espelham o Brasil
Reprodução/TV Globo
Realidade que se cruza com a ficção
Ambientada em uma comunidade fictícia inspirada na Brasilândia, na zona norte de São Paulo — uma das regiões mais populosas da capital — Três Graças acompanha a trajetória de Lígia, Gerluce e Joély: avó, mãe e filha unidas por histórias de superação, afeto e acolhimento.
Na vida real, mulheres como Delmara, Janaína, Yeda, Ana Paula e Devanir compartilham experiências semelhantes no Instituto Ser Mãe Solo, localizado na Brasilândia e coordenado pela assistente social Carla Simone Silva. O espaço funciona na laje da casa da fundadora e oferece apoio emocional, orientação e rede de suporte para mais de 130 mulheres que enfrentam os desafios da maternidade sem a presença de um companheiro.
“Infelizmente, ainda existe o preconceito de que a mãe solo não conseguiu manter um casamento”, afirma Carla.
Gerluce Maria das Graças (Sophie Charlotte) é mãe de Joélly Maria das Graças (Alana Cabral) em Três Graças
Reprodução/TV Globo
Três gerações, um mesmo destino
Na ficção, Gerluce engravidou aos 16 anos, repetindo a história da mãe, Lígia, vivida por Dira Paes. Agora, sua filha Joély, interpretada por Alana Cabral, enfrenta a mesma situação aos 15.
“É um baque. É a repetição de gerações de mulheres que lutam para sobreviver”, diz Sophie Charlotte.
A atriz Alana Cabral destaca a representatividade de sua personagem:
“Como uma menina preta, aos 18 anos, representar uma garota periférica que engravida é muito significativo”.
A novela também dá voz às avós, figuras centrais na criação dos netos.
“A Lígia quase foi mais mãe da neta do que da própria filha”, comenta Dira Paes.
Na vida real, Maria Aparecida, moradora da Rocinha, criou sozinha suas filhas e netos.
“Tudo na minha vida se baseia na minha neta. Foi a força que eu dei para ela”, emociona-se.
Lígia Maria das Graças (Dira Paes) e a neta Joélly Maria das Graças (Alana Cabral) em Três Graças
Reprodução/TV Globo
Gravidez precoce: um desafio nacional
Segundo estudo coordenado pelo Hospital Moinhos de Vento, em parceria com o Ministério da Saúde, o Brasil registra cerca de mil partos por semana de meninas entre 10 e 19 anos. Só na maternidade Leila Diniz, são 500 partos mensais, sendo 20% de mães adolescentes.
A médica Palusa Mattos alerta para os riscos:
“A paciente muito jovem tem mais chances de desenvolver hipertensão, infecções urinárias e complicações para o bebê, como a prematuridade”.
Além dos riscos físicos, há impactos emocionais profundos.
“Elas parecem uma casquinha de ovo. Você encosta e ela quebra”, descreve Palusa.
Brasil registra cerca de mil partos por semana de meninas entre 10 e 19 anos, diz estudo
Reprodução/TV Globo
Ficção como ferramenta de reflexão
Para o diretor artístico Luiz Henrique Rios, a novela tem o papel de provocar reflexão.
“Quando você coloca situações reais na ficção, as pessoas pensam sobre o que acontece com elas e com os outros”.
A atriz Sophie Charlotte reforça:
“A gente apresenta a questão para quem está em casa conversar, refletir sobre essa realidade”.
Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, 15% das famílias no país são chefiadas por mães solo
Reprodução/TV Globo
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