FUNK: Um Grito de Ousadia e Liberdade no Museu da Língua Portuguesa

O Museu da Língua Portuguesa inaugura, em 15 de novembro, a exposição temporária “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade”, uma imersão na potência estética, social e política do gênero que nasceu nas periferias urbanas e se tornou um dos movimentos culturais mais influentes do país.

Após temporada de um ano e meio no Museu de Arte do Rio (MAR), onde foi sucesso de público e crítica, a mostra chega a São Paulo com acervo ampliado, incluindo materiais exclusivos que contam a trajetória do funk paulista. No total, são 473 obras, entre pinturas, fotografias, vídeos e registros de memória — com destaque para o acervo histórico da FUNK TV, referência na Cidade Tiradentes.

Funk além do som

Com curadoria de Taísa Machado, Dom Filó, Amanda Bonan, Marcelo Campos e Renata Prado, a exposição apresenta o funk não apenas como música, mas como linguagem cultural que influencia modos de falar, vestir, dançar e ocupar cidades.

A mostra percorre a gênese do gênero desde os bailes black dos anos 1960, passando pelo impacto de nomes como James Brown — cuja histórica apresentação na Chic Show, em 1978, é recontada em obras especialmente produzidas — até a consolidação do funk no Rio e em São Paulo, cada qual com estéticas próprias.

O público encontra fotografias raras de artistas e personagens fundamentais para essa construção, como Jair Rodrigues, Lady Zu, Nelson Triunfo e Gerson King Combo.

Artes visuais e cultura urbana

A influência do funk nas artes visuais contemporâneas ocupa parte central da exposição, com obras de artistas como Panmela Castro, Rafa Bqueer, Marcela Cantuária, Maxwell Alexandre, Rafa Black e outros nomes que exploram visualidades, corpos, afetos e territorialidades ligadas ao movimento.

Pinturas, instalações e peças audiovisuais dialogam com objetos históricos do gênero e ampliam o entendimento sobre a estética única que o funk consolidou.

Inclusão e novas audiências

A mostra busca aproximar públicos jovens que nem sempre frequentam museus, articulando o repertório cotidiano das periferias com o universo institucional. Os visitantes também podem aproveitar a exposição principal do museu, que celebra a diversidade da língua portuguesa.

A realização conta com patrocínio da Petrobras e Motiva, apoio da Vale, Instituto Ultra, Itaú Unibanco e CAIXA, além de incentivo pela Lei Rouanet.