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Música

Fernando Quesada transforma clássicos do rock nacional em experiência intimista no projeto ‘Acústico BR’

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Na terça, 18, Fernando Quesada abre o show do Boyce Avenue na Audio, em São Paulo, em um dos momentos mais simbólicos de sua nova fase artística. A apresentação antecede a estreia oficial de seu projeto Acústico BR, que teve show completo no dia 22 de outubro de 2025 no Blue Note São Paulo, dentro do Rolling Stone Sessions.

Conhecido por sua trajetória no rock brasileiro, com passagens por bandas como Shaman e Noturnall, e por sua atuação como produtor e educador musical, Quesada assume pela primeira vez o papel exclusivo de vocalista e violonista em um espetáculo integral.

Segundo ele, o show solo representa “a coroação de tudo que foi lançado até agora e o início de uma nova etapa”. A proposta, construída apenas em voz e violão, explora uma linha do tempo afetiva do rock nacional, de Roberto Carlos a Legião Urbana, dos ícones dos anos 1980 às vozes dos anos 2000, em versões inéditas, acústicas, detalhadas e emocionalmente conectadas ao público.

Ao longo da carreira, Fernando Quesada ocupou diversos papéis: baixista, guitarrista, produtor, arranjador, empresário, professor e diretor de grandes projetos educacionais. O Acústico BR, no entanto, marca uma virada simbólica. “É a primeira vez que resolvo cantar e ser frontman”, afirma em entrevista à Rolling Stone Brasil, destacando que chegou a um ponto da carreira em que “queria contar algumas histórias também”.

Nos últimos anos, enquanto expandia sua atuação como diretor de marketing da School of Rock Brasil, Espanha e Portugal, Quesada percebeu mudanças no modo como novas gerações consomem música, principalmente adolescentes. A partir dessa observação e movido pelo desejo de revisitar obras que “merecem ser ouvidas pelas novas gerações”, decidiu iniciar uma série de turnês temáticas sob seu nome, começando pelo universo afetivo do rock nacional.

O projeto Acústico BR: um tributo vivo à memória musical do país

Lançado em junho de 2025, o Acústico BR reúne releituras exclusivamente em voz e violão de canções que marcaram época. O projeto, que ultrapassa três milhões de visualizações nas redes e plataformas, já ganhou duas temporadas gravadas em locais como o Teatro Bradesco, o Sonastério e a fábrica da Rozini Instrumentos Musicais. A terceira temporada traz participações de artistas como Luana Camarah, Paulo Castanholi e Isabella Dervalli.

Mas o diferencial do projeto está na relação pessoal de Quesada com cada canção. Segundo ele, o repertório é escolhido “faixa por faixa, história por história”, sempre baseado em memórias afetivas.

Quesada acredita que esse elo entre gerações é justamente o que dá potência ao Acústico BR. “Então a minha ideia é justamente escolher clássicos de artistas lá dos anos 60, 70, 80, 90, 2000, 2010 e continuar trazendo temas com diferentes artistas que ultrapassam gerações. Hoje a gente tem vários artistas que têm seus lançamentos, têm seus sucessos, que já fazem mais de 20 anos, 25 anos, e são músicas que merecem, assim como vários sucessos. Também merecem sempre ser lembradas por todas as gerações.“, diz. Para ele, o formato em voz e violão abre esse caminho: é simples, acessível e capaz de tocar públicos muito distintos.

Entre as faixas mais emocionais do repertório está “Mais Uma Vez”, de Renato RussoFlávio Venturini. Quesada conta que foi a música que mais mexeu com ele durante o processo do show, além de ser “uma canção intensa, com uma das letras mais bonitas do nosso rock“.

Ao construir os arranjos, buscou equilíbrio entre fidelidade e reinvenção. “Sempre pra fazer uma versão, eu tento ser o mais respeitoso possível com a obra, mas também trazer um pouco não da minha cara exatamente, mas do que eu acho que aquele significado daquela música e do poder daquela melodia tem,“, diz. 

Parceria dos sonhos

Recentemente, Quesada também foi convidado para abrir o show do Boyce Avenue na Audio, em São Paulo, em uma noite que ele define como um marco pessoal. “Abrir o show do Boyce pra mim é uma realização muito grande. Eu já tive a sorte de abrir pra alguns artistas que eu sou fã, na época com outras bandas mais voltadas para o heavy metal, como Ozzy OsbourneHelloweenNightwishDream Theater e outras”, relembra.

“É muito bom poder fazer um show pra um público que já vem com uma energia incrível e ainda conhecer um artista que você admira, ver o trabalho da equipe, o backstage, tudo isso. É um dia de muito aprendizado e uma experiência inesquecível.”

O convite, conta ele, nasceu de uma conversa entre a assessoria da agência Tudo em Pauta e a Opus Entretenimento, que viu no Acústico BR o encaixe perfeito para a abertura. “Hoje o Boyce é o artista que eu mais escuto nas minhas playlists, então vai ser muito legal saber um pouquinho mais sobre a equipe e o artista”, diz. No palco, a ideia é construir um diálogo direto com o repertório dos norte-americanos: “O grande lance desse show de abertura é unir o Brasil com o resto do mundo. O Boyce vai trazer as versões internacionais de grandes sucessos e eu vou trazer versões de grandes sucessos nacionais”.

Show que conectam gerações

A resposta do público ao Acústico BR surpreendeu o artista. Para muitos, a experiência revive memórias; para outros, representa a primeira porta de entrada para clássicos que moldaram a música brasileira.

“O feedback mostra que estamos chegando em públicos variados. Pessoas que não conheciam algumas músicas agora as apreciam de forma nova, e fãs antigos revisitam essas canções com outra leitura”, explica.

Para Quesada, a missão é clara: manter vivo o repertório do rock nacional num cenário de constante renovação cultural. Ele reforça que muitas músicas que fizeram sucesso há 20, 30 ou 40 anos continuam essenciais — e merecem novas interpretações, novos palcos e novos ouvintes.

Depois do Blue Note, o artista prepara gravações inéditas, repertórios revisados e novas colaborações para o Acústico BR. Mas também planeja expandir suas turnês temáticas. Além do rock nacional e internacional, pretende explorar projetos que incluam outros instrumentos além do violão, retornando às suas origens na bateria, guitarra e baixo.

“A partir de agora, quero trazer várias vertentes minhas como músico. Vou sempre trabalhar com bastante conteúdo e temas diferentes, tentando contribuir com a versatilidade que o cenário musical brasileiro merece”, explica.

Enquanto define os próximos capítulos, o Acústico BR segue crescendo semanalmente, com novos vídeos, novos convidados e novas leituras de músicas que fazem parte do imaginário musical brasileiro.


Kadu Soares (@soareskaa)

Kadu Soares é formando em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, passa o dia consumindo música, esportes, filmes e séries. Possui um perfil no TikTok e um blog no Substack, onde faz reviews de projetos musicais.

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