Celebridade
DJ Calvin Harris transforma placenta em capsúla e especialista comenta: ‘Riscos’

Em entrevista à CARAS Brasil, a Dra. Fabiane Gama explica os riscos da placentofagia e analisa a prática de encapsulamento realizada por Calvin Harris
No início de agosto, o DJ Calvin Harris e sua esposa Vick Hope anunciaram ao mundo o nascimento de seu primeiro filho, Micah. A novidade do casal veio por meio de uma sequência de fotos postadas no Instagram pelo pai do bebê: “20 de julho nosso menino chegou. Micah está aqui! A minha mulher é uma super-heroína e estou completamente admirado com a sua sabedoria primordial. Apenas muito grato. Nós te amamos muito Mika”, escreveu.
A sequência de fotos publicadas, no entanto, chamou a atenção do público. Entre imagens do casal com o filho, Harris incluiu uma imagem da placenta da esposa e o processo de transformação e desidratação para torná-la em cápsulas consumíveis. A prática é crença comum em diversos lugares ao redor do mundo, mas não possui qualquer tipo de comprovação científica de possíveis benefícios.
Em entrevista à CARAS Brasil, a ginecologista Dra. Fabiane Gama fala sobre o mito da placentofagia, possíveis benefícios e riscos para as mães e orienta sobre os cuidados pós-parto.
“O consumo da placenta, que chamamos de placentofagia, é a prática de ingerir a própria placenta após o parto”, explica a especialista. “Algumas mulheres optam por isso acreditando que pode ajudar na recuperação pós-parto, aumentar a produção de leite e prevenir depressão puerperal, devido ao conteúdo de hormônios, ferro e nutrientes”.
Segundo Fabiane, no entanto, não existem evidências científicas sólidas que comprovem esses benefícios: “Apesar de a placenta conter hormônios e nutrientes, não há comprovação de que, ao ingeri-lá, esses elementos sejam absorvidos em quantidade eficaz”.
Para a especialista, o processamento reduz ainda mais o conteúdo da placenta, tornando os riscos mais altos que os possíveis benefícios. Entre as possíveis ameaças está a potencial contaminação por bactérias ou metais pesados.
“O cozimento reduz esses riscos, mas também destrói grande parte dos hormônios e nutrientes”, alerta. “Na forma encapsulada, geralmente a placenta é desidratada e moída, o que também diminui o valor nutritivo, sem eliminar totalmente a possibilidade de contaminação”.
Essa crença, apesar de antiga, ganhou um novo nível de popularidade após começar a ser adotada por diversas celebridades nacionais e internacionais, como o DJ Calvin Harris. A divulgação desta prática também é acompanhada por uma onda de tendências envolvendo a busca pelo bem estar-estar e por uma saúde baseada em condutas naturais ou orgânicas.
“A visibilidade aumentou principalmente por influência de celebridades e redes sociais, que divulgaram a placentofagia como algo “natural” e benéfico, mesmo sem respaldo científico”, Fabiane relata. “Esse efeito de marketing e identificação com figuras públicas pode influenciar pacientes, gerando curiosidade ou expectativas de benefícios, e muitas vezes leva à adoção da prática sem avaliação crítica das evidências e riscos”.
Em casos de pacientes que demonstram interesse na placentofagia, a ginecologista relata informar de forma clara e sem julgamento que não existem evidências científicas confiáveis que comprovem benefícios e que há riscos reais, como infecção e contaminação: “Também informo que não há protocolos médicos formais ou regulamentados para a preparação segura da placenta, o que torna a prática ainda mais incerta”.
A crença afirma que o consumo da placenta também pode ser benéfico para lidar com os efeitos do puerpério, porém a Dra. Fabiane recomenda métodos mais tradicionais nesses casos: “Para lidar com os efeitos emocionais e físicos desse período, o acompanhamento médico, apoio psicológico, amamentação adequada e cuidados com o sono são estratégias recomendadas e eficazes, conforme evidências clínicas”, conclui.
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