Como os fabricantes testam a segurança de geladeiras

Garantir a segurança das geladeiras é uma prioridade para a indústria de eletrodomésticos, visto que esses aparelhos estão presentes em praticamente todas as residências e estabelecimentos comerciais. Para reduzir riscos de choques elétricos, vazamentos de gases refrigerantes e outros perigos, os fabricantes estabelecem controles e aplicam diversos testes em todas as etapas do desenvolvimento e produção dos refrigeradores. Esse processo visa atender tanto normas nacionais quanto internacionais, tornando o uso dos equipamentos mais confiável.

A realização desses ensaios é uma prática obrigatória para o lançamento de qualquer modelo novo no mercado. Os protocolos de segurança foram intensificados ao longo dos anos, acompanhando alterações tecnológicas e a introdução de fluidos refrigerantes menos poluentes. Os testes envolvem tanto a avaliação dos componentes internos como inspeções sobre a integridade da carcaça e funcionamento em diferentes situações adversas.

Quais normas internacionais orientam os testes de segurança das geladeiras?

Fabricantes de eletrodomésticos devem seguir regras bem estabelecidas, como a IEC 60335-2-24, que detalha requisitos específicos voltados a refrigeradores, congeladores e máquinas de gelo residenciais. Essa regulamentação é frequentemente revisada para incorporar novas demandas tecnológicas, incluindo operação sob falhas, testes de durabilidade do compressor e mecanismos de partida elétrica seguros. A versão em vigor em 2025 traz atualizações para assegurar que os aparelhos estejam preparados para desafios modernos do setor.

Outra diretriz importante é a ISO 20854:2019, aplicada especialmente a equipamentos que utilizam fluidos refrigerantes inflamáveis. Nessa norma, destacam-se a análise detalhada de riscos, exposição a impactos, testes de vibração, além da exigência de mecanismos que impeçam vazamentos e falhas que possam causar acidentes. Ao adotar esses padrões, as fabricantes promovem um ambiente mais seguro não apenas para quem utiliza as geladeiras, mas também para quem realiza sua manutenção.

Como são realizados os testes elétricos nas geladeiras?

Uma das avaliações mais cruciais é aquela que envolve o sistema elétrico dos refrigeradores. Testes de isolamento, resistência à corrente de fuga, verificação do aterramento e exposição a situações de sobrecarga são padrões obrigatórios. Essas análises garantem que não haja riscos de curtos-circuitos, choques para o usuário ou mau funcionamento decorrente de picos de energia. Durante o teste de corrente de fuga, por exemplo, avalia-se o nível de eletricidade que pode passar por partes metálicas externas em casos de falhas isoladas.

São inspecionados também os pontos que podem ser tocados pelo usuário. O objetivo é certificar que nenhuma parte viva (que pode estar energizada) fique exposta, mesmo sob condições anormais. Além disso, verifica-se a resistência de materiais isolantes a altas temperaturas e realiza-se o teste de funcionamento sob operação anormal para observar se o equipamento ainda se mantém inofensivo em caso de avarias.

Quais ensaios mecânicos e ambientais são aplicados durante os testes?

Para analisar a robustez estrutural e o desempenho da geladeira ao longo do tempo, aplicam-se ensaios de impacto, vibração, quedas e soldados das prateleiras e portas. O objetivo é eliminar riscos de tombamento e garantir que as peças resistam a anos de uso. Testes de pressão são realizados nos compartimentos para evitar rachaduras ou falhas em temperaturas extremas, simulando cenários comuns de transporte e instalação.

O componente térmico é avaliado por meio de simulações de calor intenso, frio excessivo e alta umidade relativa. Isso comprova que o aparelho consegue manter os alimentos conservados e não apresenta falhas como formação de gelo indesejado ou condensação excessiva. Ensaios de uso contínuo buscam assegurar que, mesmo sob funcionamento prolongado, todos os dispositivos internos permaneçam eficientes e seguros.

A eficiência energética também faz parte dos testes de segurança?

Além dos aspectos de segurança, a verificação da eficiência energética é um aspecto fundamental para a indústria de refrigeradores. A partir de padrões como a ANSI/ASHRAE 72-2022, mensura-se o consumo de energia durante o funcionamento em condições controladas e realistas, comparando a capacidade de refrigeração entregue pela máquina. Avalia-se também a estabilidade das temperaturas internas, que deve ser mantida em todos os compartimentos mesmo com abertura frequente da porta e reposição de alimentos.

Essas medições possibilitam classificar os produtos conforme labels de consumo e identificar oportunidades de melhoria nas linhas de produção. Ensaios comparativos avaliam diferentes modelos em câmaras controladas, com simulação de cargas térmicas variadas e exposição a oscilações climáticas, representando de forma fiel o uso cotidiano em casas ou estabelecimentos comerciais.

Como funcionam as certificações e o controle de qualidade final?

Após a conclusão dos testes de segurança e eficiência, os refrigeradores passam por auditorias conduzidas por laboratórios independentes. Órgãos como o INMETRO no Brasil, o UL nos Estados Unidos e certificadoras acreditadas fora desses mercados avaliam amostras dos lotes produzidos, garantindo que padrões sejam mantidos em toda a cadeia produtiva. O selo de certificação se torna, assim, um passaporte para a comercialização e o indicativo de que o produto atende critérios mínimos globais ou locais.

Empresas são obrigadas a aplicar testes rotineiros em cada lote ou unidade produzida, conforme as exigências de órgãos reguladores nacionais. Laboratórios como o LABELO, no Brasil, atestam tanto a eficiência energética quanto a segurança elétrica desses produtos preconizando normas internacionais. Esse rigor na checagem ajuda a reduzir o número de recalls, aumenta a confiança dos consumidores e amplia a longevidade das geladeiras.

No geral, o processo de validação das geladeiras abrange diversas etapas que vão desde o projeto até o controle final, envolvendo testes normatizados, verificação em campo e certificação por órgãos credenciados. Tudo isso para assegurar que os aparelhos sejam operados com máxima segurança, eficiência e durabilidade, contribuindo para a redução de acidentes e de custos com manutenção ao longo do tempo.