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Como o som inaudível de aparelhos comuns muda o comportamento do seu gato
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Em muitas casas, gatos começam a demonstrar mudanças de comportamento sem que alguém consiga explicar o motivo. O animal passa a se esconder com mais frequência, evita determinados cômodos ou reage a aparelhos aparentemente desligados. Nesses casos, uma possível causa é o som inaudível, ruídos em frequências que os humanos não escutam, mas que podem ser extremamente incômodos para os felinos.
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Como funciona a audição do gato e o som inaudível?
A audição felina é muito mais sensível do que a humana, principalmente nas altas frequências. Um gato percebe sons em faixas ultrassônicas usadas por pequenos roedores para se comunicar, enquanto nós sequer notamos esses ruídos.
De modo geral, a audição humana alcança sons entre cerca de 20 Hz e 20.000 Hz (20 kHz), enquanto a dos gatos pode chegar a aproximadamente 85.000 Hz (85 kHz). Assim, um ambiente que parece silencioso para nós pode estar repleto de estímulos sonoros para eles, gerando estresse contínuo.
Como o ambiente amplifica o impacto do som para o gato?
Além da frequência, a forma como o som se espalha pelo ambiente interfere muito na percepção do gato. Materiais como vidro, azulejo e superfícies metálicas refletem o ruído, criando ecos e vibrações adicionais que tornam o cenário sonoro mais complexo.
Quando o som bate nessas superfícies, ele retorna ao ambiente em forma de reflexões sonoras. Para os gatos, isso pode criar a sensação de que o ruído vem de vários pontos ao mesmo tempo, como se estivesse amplificado, especialmente em cozinhas, banheiros e áreas de serviço com muitos azulejos e metais.
Quais são as principais fontes domésticas de som inaudível para o gato?
O chamado som inaudível que estressa o gato geralmente se origina de equipamentos comuns do dia a dia. Cada item doméstico pode emitir zumbidos, apitos leves ou vibrações em alta frequência, muitas vezes contínuos e mais perceptíveis à noite.
Essas fontes, somadas, criam um cenário em que o animal está sempre exposto a estímulos que não cessam. Com o tempo, o organismo do gato reage como se estivesse diante de uma ameaça permanente, favorecendo quadros de ansiedade e alterações fisiológicas. Alguns exemplos de equipamentos que podem gerar esse tipo de som incluem:
- Fontes eletrônicas: carregadores, fontes de computador e televisores com apitos agudos contínuos.
- Eletrodomésticos: geladeiras, freezers, micro-ondas em espera e máquinas de lavar com zumbidos constantes.
- Iluminação: algumas lâmpadas LED e reatores antigos que geram ruídos em alta frequência.
- Equipamentos de segurança: alarmes, sensores de presença e cercas eletrônicas com sinais ultrassônicos.
- Dispositivos de repelência: aparelhos ultrassônicos contra pragas, muitas vezes desconfortáveis para cães e gatos.
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Quais sinais indicam que o gato sofre com sons inaudíveis?
Identificar que o felino está sendo afetado por sons inaudíveis exige observação cuidadosa do comportamento. O animal não consegue indicar diretamente o incômodo, mas manifesta sinais físicos e emocionais, que variam conforme o temperamento e o tempo de exposição.
Alguns gatos passam a evitar determinados cômodos, encaram aparelhos ou paredes como se escutassem algo, mantêm as orelhas em alerta constante, escondem-se com frequência, mudam o padrão de sono, comem menos ou apresentam lambedura excessiva. Em vez de atribuir isso a “manias”, pode haver um estímulo sensorial real agindo no ambiente.
Como reduzir o impacto do som inaudível na rotina do gato?
Algumas medidas simples ajudam a diminuir o impacto desse som oculto no bem-estar felino. O objetivo é tornar o ambiente mais previsível e confortável, reduzindo fontes de ruído de alta frequência e oferecendo opções de refúgio seguro para o animal.
Vale mapear aparelhos ligados continuamente e, quando possível, desligá-los à noite, criar áreas de refúgio sonoro afastadas de eletrodomésticos, usar tapetes e cortinas que absorvem som, repensar o uso de dispositivos ultrassônicos e evitar concentrar muitos eletrônicos no local de descanso do gato. Se o estresse persistir, um médico-veterinário ou especialista em comportamento felino pode investigar melhor o ambiente e orientar intervenções específicas.
