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Carisma, temas políticos e ação equilibrada marcam ‘Zootopia 2’

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Se o primeiro Zootopia conquistou o público ao apresentar uma sociedade animal complexa, a continuação chega não apenas para revisitar esse universo, mas para expandi-lo de forma magistral. Sob o comando de Jared Bush e Byron Howard, a sequência demonstra um desejo claro de complementar o original, apostando todas as fichas em uma homenagem aos clássicos enredos de mistério e aventura. O resultado é uma obra que consegue a façanha de melhorar o que já era considerado tecnicamente perfeito, entregando uma narrativa que diverte toda a família com uma “metralhadora” de piadas, trocadilhos e referências cinematográficas, sem jamais perder o ritmo.

O coração pulsante da trama continua sendo a inabalável química entre Judy Hopps e Nick Wilde. Agora parceiros oficiais no Departamento de Polícia, a dinâmica buddy cop evolui de maneira fascinante: eles são inseparáveis, carismáticos e funcionam em ótima sintonia. No entanto, o roteiro acerta em cheio ao colocar essa parceria à prova. Ao ignorarem os avisos de seus superiores para agirem por conta própria, a dupla enfrenta não apenas criminosos, mas também suas próprias inseguranças — a necessidade de validação de Judy colide com o complexo de solidão de Nick —, o que enriquece a relação e torna a eventual redenção e o “final feliz” ainda mais satisfatórios.

A estrutura investigativa, marca registrada do primeiro, retorna com um escopo muito mais ambicioso. O subúrbio e o centro da metrópole já não bastam; a aventura nos ajuda a conhecer outros lugares, levando os protagonistas disfarçados a territórios inexplorados e visualmente deslumbrantes. O mistério central gira em torno de Gary, uma cobra adorável e esperançosa que surge como o primeiro réptil visto em um século, desafiando a história oficial das colunas climáticas e enfrentando a poderosa família Lynxley

Tecnicamente, o salto de qualidade é absurdo. A evolução da animação permite uma densidade impressionante de personagens em tela e um nível de detalhe minucioso, especialmente visível nas texturas e na interação com elementos como a água. 

Essa sofisticação visual acompanha um ritmo mais frenético: o filme troca o excesso de diálogos expositivos por perseguições intensas e cenas de ação empolgantes, apoiadas por uma paleta de cores vibrante que confere uma personalidade única a cada novo ambiente visitado. 

Por fim, Zootopia 2 triunfa ao abordar temas espinhosos com uma leveza admirável. Questões como corrupção, apagamento cultural, pressão familiar e o preconceito — agora focado na tensão entre mamíferos e répteis — são tratadas com seriedade e não há lições de moral forçadas. A mensagem é orgânica, dissolvida nas atitudes e no amadurecimento dos personagens.

LEIA TAMBÉM: ‘Zootopia 2’ tem cena pós-créditos?


Giulia Cardoso (@agiuliacardoso)

Jornalista em formação pela Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, Giulia Cardoso começou em 2020 como voluntária em portais de cinema. Já foi estagiária na Perifacon e agora trabalha no núcleo de cinema da Editora Perfil, que inclui CineBuzz, Rolling Stone Brasil e Contigo.

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