Ideias
Aqui, extrema direita não se cria

“O Brasil mudou. Vamos reeleger Lula e mudar radicalmente o Congresso” – ameaça José Dirceu, corrupto condenado, de olho em uma vaga na Câmara em 2026. É a evolução do guerrilheiro. Antes, o plano era como fugir do país. Hoje, é como governá-lo.
“Vim para conhecer de perto a Times Square, com um olhar técnico. Foi observada por mim de dia, à tarde, à noite. Analisei de todos os ângulos” – Zoe Martínez, vereadora (PL-SP), diretamente de Nova York, onde foi investigar a tecnologia dos painéis de LED. A menina cresceu em Cuba, talvez nunca tenha visto um painel de LED na vida. Aguardo ansiosamente o próximo projeto da vereadora: uma viagem à Itália para estudar como funciona o macarrão.
“Eu sou incapaz de entender por que alguém quer conhecer alguma cidade nos EUA, antes de conhecer Mariana e Ouro Preto” – Cármen Lúcia, ministra do Supremo (STF-MG), desdenhando das sanções americanas. Quer saber? É melhor deixar a menina ir visitar Nova York para conhecer os painéis de LED. Vai que ela não viaja e termina incapaz como a Carminha?
“Tarcísio nunca vai vestir a faixa presidencial” – Guilherme Boulos, deputado federal (PSOL-SP). Que orgulho do Boulos! Ainda ontem nunca tinha usado um terno, e agora já dá até dicas sartoriais para os outros candidatos.
“Estou aqui!” – Allan dos Santos, exilado, provocando agentes da PF que faziam a segurança de Lula nos EUA. Taí uma boa ideia para a sequência de “Ainda Estou Aqui”: um filme sobre o Allan dos Santos chamado “Prenda-me se for Capataz”.
“Avião bimotor de pequeno porte fez pouso forçado após piloto confundir luzes de motel com pista de pouso” – manchete do Portal Aero Magazine. Bom, quem nunca?
“Altas autoridades da República me chamaram para um jantar e começaram a falar da possibilidade de eu ser um presidente interino” – Leandro Karnal, historiador, revelando suposto convite para assumir a presidência caso Michel Temer sofresse impeachment junto a Dilma. Quando pensávamos que “Fazer o L” era o fundo do poço, Karnal nos lembra que alçapão também tem um L… L de Leandro.
“Jamais fui esse personagem fictício, o chamado ‘Careca do INSS’. Rótulo que induziu toda a sociedade a acreditar em uma narrativa fantasiosa” – Careca do INSS, reclamando do apelido durante depoimento na CPMI. Apoiado! Por mim você pode até escolher seu novo apelido: “Gordão das Fraudes”, “Shrek da Previdência” ou o “Terror das Aposentadas”?
Programa de Proteção às Testemunhas
“Não existem condições para a participação de um país que teve uma virada extremista e cujo governo está questionando a democracia e as eleições brasileiras” – disse Funcionário Anônimo do Itamaraty à Folha de S. Paulo, justificando ausência dos EUA em “reunião sobre a democracia” organizada pelo Brasil. Um funcionário anônimo do MEC me garantiu que o Brasil ainda vai organizar uma cúpula sobre a gravidade, porém vetou a presença de Isaac Newton.
“Toda a boa vontade que poderia haver no tribunal, especialmente com o núcleo central da trama golpista, se esfumaçou” – Ministro Anônimo do STF, em declaração à Folha de S.Paulo, confessando uso político da anistia. A justiça no Brasil opera em três estados da matéria: sólida para os amigos, líquida para os agregados e gasosa para os inimigos.
Dosimetria e Impunidade
“Anistia é inconstitucional. Vamos tratar a partir de agora da dosimetria das penas” – Aécio Neves, deputado federal (PSDB-MG), sobre o PL da “Dosimetria”. É o vício de todo político de carreira: exagera na própria dose e depois quer meter o nariz na dosimetria alheia.
“As sanções injustificadas não intimidarão o STF e menos ainda o Senado. Sem anistia” – Renan Calheiros, senador (MDB-AL), recordista de processos criminais arquivados pelo STF. Fala com a autoridade de quem conhece o sistema por dentro, por fora e, principalmente, pelas brechas.
“Discurso de ‘centro’ foi erro, nós somos de direita” – Rodrigo Maia, filho de César Maia e ex-presidente da Câmara. Quem errou foi seu pai. Você é só uma consequência.
“O Brasil está de cabeça pra baixo, tem político com um passado mais sujo do que pau de galinheiro posando de moralista e honesto” – Ciro Nogueira, senador (Progressistas-PI), sobre o movimento contra PEC da Imunidade liderado por Temer, Aécio e Renan Calheiros. Colocou os colegas no lugar e ainda fez uma autocrítica. Perfeito.
“Se você acreditar que impunidade gera pacificação, solta todos os bandidos” – Octávio Guedes, comentarista da GloboNews, militando contra o PL da Anistia. Já fizeram o teste: soltaram a turma toda do Petrolão e a paz não veio. Pelo menos não para nós.
“Crime organizado pode se infiltrar no Parlamento” – Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, ao criticar a PEC da Imunidade. Isso foi um alerta ou um convite?
“Sonhei que eu poderia andar na rua de forma impune e se eu desejasse matar, roubar, ou caluniar alguém, não poderiam me prender” – Leandro Karnal, professor de filosofia, em alegoria contra o PL da Anistia. Então ele sonhou que era o Lula?
“Esse comentários sobre a anistia não têm valor jurídico, podem ter até uma dimensão política” – Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo (STF-RJ), negando que os palpites de ministros do STF sobre a anistia configurem pré-julgamento. Já que os ministros parecem ter tempo de sobra, em vez de usá-lo para fofocar e conspirar contra o país, sugiro que criem o “Bolão da Anistia”. Daí vocês dão seus palpites, fazem suas apostas, e o povo, claro, paga a conta.
“Há uma decisão do STF da qual ele não abrirá mão. A anistia para crimes de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito é inconstitucional” – Aécio Neves. A Constituição, coitada. Já foi rasgada, ignorada e agora, para humilhação final, é defendida por Aécio Neves duas vezes na mesma semana.
O Choro dos Sancionados
“São restrições que não têm cabimento. São injustas, absurdas, e nós estamos relatando e pedindo a interferência do secretário-geral junto ao país-sede” – Mauro Vieira, suposto ministro das Relações Exteriores, sobre as restrições à circulação do ministro da Saúde, o sancionado Alexandre Padilha, impostas pelos EUA. De fato, é revoltante impedir um Ministro de Estado de fazer suas comprinhas no outlet da Apple. Afinal, a diplomacia moderna se faz com sacolas cheias e discursos vazios.
“O ‘visto‘ que realmente me importa é o carimbo do passaporte concedido pelo presidente Lula” – Bessias, o “Jorge Messias”, advogado-geral da União, sobre perda de visto americano. As autoridades americanas alertam: o carimbo do Lula no passaporte tem o mesmo valor de uma nota de três reais na imigração de Miami.
“A ilegal e lamentável aplicação da Lei Magnitsky à minha esposa não só contrasta com a história dos EUA, como também violenta o Direito Internacional, a Soberania do Brasil e a independência do Judiciário” – notinha de repúdio de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo (STF-SP), após esposa ser sancionada por violações aos direitos humanos. Não mandou confiscar o celular do Trump, nem decretou a prisão domiciliar do Marco Rubio… Tá desanimado, ministro? Não fica assim, se a sanção é “ilegal”, basta entrar com um recurso. Quanto à sua esposa, relaxe. Se ela já aguentou tantos anos de casamento, certamente vai tirar uma sançãozinha dessas de letra.
“Infelizmente prevaleceu junto às autoridades americanas uma narrativa que não corresponde à verdade dos fatos” – Luís Roberto Barroso, insinuando que autoridades americanas seriam ignorantes ao aplicar sanções. É duro quando o mundo insiste em não engolir a sua “verdade dos fatos” – e você não pode dar uma canetada mágica para obrigá-lo.
“Este tipo de mentira coloca a sua vida e a vida do seu bebê em risco. A OMS, a ANVISA e as principais agências internacionais de proteção à saúde já deixaram claro que o paracetamol é uma medicação segura” – Alexandre Padilha, ministro da Saúde, contrariando orientação dos fabricantes e espalhando desinformação ao recomendar o uso de paracetamol por gestantes. Fica a dúvida: será que a própria mamãe do ministro não tomou paracetamol na gravidez e por isso ele acabou assim?
Janja & Janjo
“A maioria dos deputados não tem compromisso com trabalhadores” – Lula, em novo ataque ao Congresso. O eterno sindicalista que nunca bateu ponto, decepcionado com quem segue seu exemplo.
“Tem sido um momento de revelação me sentir confortável nesses ambientes e muito bem acolhida” – Janja Lula da Silva, durante discurso em igreja evangélica. Claro, no terreiro ela deve ficar mais tensa – há sempre o risco de acabar virando despacho.
“Se ele passar perto de mim eu vou cumprimentá-lo porque eu estendo a mão pra todo mundo” – Lula, sobre cumprimentar Trump durante Assembleia da ONU em Nova York. Cuidado, Trump! Reza a lenda que quando o Lula estende a mão, ela raramente volta vazia…
“Nós tivemos uma química excelente. É um bom sinal” – Donald Trump, mencionando Lula durante discurso na ONU. Dizem que a química foi tão forte que a equipe de limpeza da ONU ainda não conseguiu tirar o cheiro de enxofre do salão.
“Pintou química mesmo” – Lula, sobre encontro com Trump. Cuidado, Lula! Lembre-se que não existe ratoeira grátis, somente o queijo.
“Dureza é admitir que Lula tem razão!” – Joice Hasselmann, ex-deputada federal, sobre discurso de Lula na ONU atacando Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo. A Joice defendendo o Lula? Quase cheguei a cair da minha própria altura, tamanho foi o choque.
A Semana dos Supremos
“Mundo vê com surpresa instituições funcionando melhor no Brasil do que nos EUA” – Andreza Aruska de Souza Santos, diretora do Instituto Brasil da universidade King’s College London. É o eficiente modelo chinês aplicado ao direito: decisões em massa, rápidas, mal-acabadas e atropelando qualquer direito fundamental que atrapalhe a linha de produção.
“Talvez seja hora de repensar o televisionamento do Supremo” – sugere Luisa Moraes Abreu Ferreira, professora de Direito Penal na FGV-SP, como forma de proteger o STF do escrutínio popular. Concordo: ou o Supremo começa a se portar com algum decoro, ou é melhor proteger nossas crianças dessas obscenidades togadas.
“É uma proibição lógica. Não precisou a Constituição dizer” – Ayres Britto, ex-ministro do Supremo, sobre suposta inconstitucionalidade do PL da Anistia. Para que Constituição, se temos a imaginação fértil dos ministros?
“Não há Clyde sem Bonnie” – Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, comparando o sancionado casal Moraes aos notórios criminosos americanos. Quase a mesma coisa – só faltam a inteligência, o charme e, sobretudo, o glamour aos medíocres clones tupiniquins.
“Os EUA estão sancionando uma rede-chave de apoio ao violador de direitos humanos Alexandre de Moraes” – Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, após mais recente rodada de sanções. A esquerda deve estar com lágrimas nos olhos ao ver seu pequeno “fascista que mandava bater em professor” ganhar o mundo assim.
“No Brasil, a quase totalidade da sociedade reconhece a importância histórica de um julgamento e punição por uma tentativa de golpe de Estado” – notinha do Supremo Tribunal Federal, criticando aplicação da Lei Magnitsky contra cônjuge de Moraes. Seria a totalidade, não fossem esses 213 milhões de pequenos tiranos.
Micareta Anti-Anistia
“Se na manifestação bolsonarista estenderam a bandeira americana, na manifestação da esquerda, estenderam a bandeira brasileira” – Joel Pinheiro, comentarista da GloboNews, comparando a micareta anti-Anistia com as manifestações do 7 de setembro. Fazer cosplay de patriota com a bandeira do Brasil é como usar perfume para disfarçar a falta de banho. A gente sente o mau cheiro de longe.
“Nós vamos colocar para fora os ratos” – Chico Pinheiro, ex-jornalista, ameaçando membros do Congresso ao convocar evento anti-Anistia. Ou seja: simbora, rataiada, que as cobras vêm aí!
“Registraram-se demonstrações de apoio ao STF, que esteve, mais uma vez, à altura da sua história. Precisamos transformar essa energia democrática em um grande pacto nacional entre Executivo, Legislativo e Judiciário” – Gilmar Mendes, ministro do Supremo (STF-MT), palpitando sobre a micareta anti-Anistia. É o juiz recebendo o carinho da torcida depois de dar cartão vermelho para metade do time adversário.
“Aqui, extrema direita não se cria” – Wagner Moura, ator, durante micareta anti-Anistia em Salvador. A julgar pela plateia presente à micareta cívica, o que também não anda se criando muito por aquelas bandas é emprego com carteira assinada.
“Povo brasileiro elegeu Lula, por isso a democracia no Brasil resiste” – Caetano Veloso, em discurso anti-Anistia. Um absurdo não reconhecer o papel das urnas eletrônicas, essas guerreiras anônimas da democracia. Sem elas, em vez da eleição de Lula, teríamos só mais um capítulo da nossa pitoresca história de golpes e contendas.