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Apresentador da Band passa por cirurgia cardíaca complexa; médica explica a condição: ‘Emergência’
Recentemente, o apresentador do programa Perrengue na Band, Angelo Campos, usou as redes sociais para compartilhar um desabafo sobre sua saúde. Ele contou que, há um mês, precisou passar por uma cirurgia cardíaca de emergência após sentir uma dor intensa no peito. Durante o procedimento, o comunicador também enfrentou três AVCs e precisou iniciar um processo de reabilitação física e motora.
Segundo o apresentador, tudo começou quando ele sentiu uma dor muito forte no peito e acreditou estar sofrendo um infarto. Com isso, correu para o hospital e descobriu que estava com uma síndrome aórtica aguda, condição grave que ocorre quando há uma ruptura na aorta, o principal vaso sanguíneo do corpo.
O que é a síndrome aórtica aguda?
A CARAS Brasil conversou com a médica cardiologista Dra. Lívia Sant’ana para entender um pouco mais sobre a síndrome aórtica aguda, diagnosticada no apresentador da Band.
“A síndrome aórtica aguda é uma emergência cardiovascular causada por uma lesão repentina na parede da aorta, o principal vaso sanguíneo do corpo. Essa lesão pode ocorrer na forma de uma dissecção, um hematoma intramural ou uma úlcera na parede da aorta”.
Ela disse que, embora os sintomas possam lembrar os de um infarto, o mecanismo é completamente diferente. No infarto, há uma obstrução das artérias coronárias que irrigam o coração; já na síndrome aórtica, o problema está na estrutura da própria aorta, e não no fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco.
“Os principais fatores de risco estão ligados a condições que enfraquecem a parede da aorta, como hipertensão arterial mal controlada, aterosclerose, doenças genéticas do tecido conjuntivo (como a síndrome de Marfan e Ehlers-Danlos), além do tabagismo. Idade avançada, traumas torácicos e o uso de drogas estimulantes, como cocaína, também podem precipitar o quadro”.
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Segundo a especialista, os sintomas mais comuns envolvem uma dor súbita e muito intensa no peito ou nas costas, descrita pelos pacientes como uma sensação de ‘rasgo’ ou ‘facada’.
“Essa dor pode migrar conforme a dissecção progride pela aorta. Outros sinais podem incluir falta de ar, desmaio, sudorese intensa, fraqueza em um dos lados do corpo e queda abrupta da pressão arterial. É uma situação crítica e que exige atendimento imediato. A mortalidade global da síndrome aórtica aguda pode chegar a 1% por hora nas primeiras 24 horas, se não tratada. Após 48 horas, a mortalidade ultrapassa 50% nos casos não operados”.
É possível confundir os sintomas com os de outras doenças cardíacas, como o infarto?
A resposta é sim! A Dra. Lívia disse que isso acontece com frequência. A dor torácica intensa leva muitos pacientes e até profissionais a pensarem inicialmente em infarto.
“Por isso, é fundamental realizar exames de imagem, como tomografia ou ecocardiograma transesofágico, para diferenciar as causas. A distinção é essencial, porque o tratamento é totalmente diferente, enquanto o infarto pode ser tratado com anticoagulantes, na síndrome aórtica isso pode ser fatal”, completou.
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