Música
A música do Nirvana que fez Billy Corgan dizer: ‘me copiou’

Billy Corgan e Kurt Cobain travaram uma das grandes rivalidades criativas dos anos 1990. À frente de Smashing Pumpkins e Nirvana, respectivamente, eles ajudaram a definir o som de uma época e se tornaram referência enquanto compositores de rock alternativo.
O líder do Smashing Pumpkins inclusive admite que havia uma espécie de retroalimentação mútua entre eles. No entanto, Corgan sugere que Kurt e o produtor Butch Vig, que trabalhou com as duas bandas, acabaram indo um pouco longe demais.
Em entrevista a Rick Beato (via American Songwriter), Corgan contou que se espantou ao ouvir “Smells Like Teen Spirit” pela primeira vez. Segundo o músico, Vig lhe mostrou o hit do Nirvana antes mesmo do lançamento de Nevermind (1991) e a música continha um timbre de guitarra obtido a partir de uma técnica de gravação típica do Smashing Pumpkins, que no mesmo ano lançou Gish, seu disco de estreia.
Corgan relembra o episódio com Vig, que, segundo ele, ocorreu em Wisconsin, em julho de 1991:
“Ele aperta, e é ‘Smells Like Teen Spirit’. E, sabe… o sol está se pondo em um lindo dia de verão em Wisconsin. Eu tive duas reações. Primeiro, pensei: ‘Ah, ele copiou ‘More Than a Feeling’ do Boston. Interessante’. Aí, quando a música começou, olhei para o Butch e disse: ‘Você copiou meus sons de guitarra, filho da p****’.”
“Smells Like Teen Spirit” foi o single que catapultou o Nirvana ao estrelado, e Billy Corgan afirma que não conseguia evitar a comparação entre o hino do grunge e o som de sua banda:
“Então agora, o Nirvana tocava no rádio a cada 18 segundos e, claro, toda vez que ouço essa guitarra, penso: ‘Ah, esse é o som da minha guitarra’.”
Os méritos do Nirvana, segundo Billy Corgan
Apesar desse caso de semelhança e suposta imitação, Corgan não hesita em reconhecer os méritos de Kurt Cobain com o Nirvana. O líder do Smashing Pumpkins declarou à Apple Music (via Consequence) que o “rival” era o grande nome de sua geração. E que sua morte, em 1994, deixou uma lacuna:
“Não tenho vergonha disso. Vou sempre dizer que Kurt era o cara mais talentoso da nossa geração. Sua capacidade era assustadora, do nível de John Lennon ou Prince. Mas ele não está mais aqui, infelizmente. Então, olhei em volta e pensei: ‘tudo bem, eu posso vencer o resto’.”
Corgan acrescentou:
“Quando Kurt morreu, chorei por perder meu maior rival. Eu queria vencer o melhor. Não quero ganhar o campeonato porque sou só eu e um bando de gabronis, para usar um termo do wrestling. É como Michael Jordan, indiscutivelmente o maior competidor esportivo que já vi na minha vida. Aquele cara queria ganhar até a gorjeta do manobrista.”
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