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A forte opinião de Guillermo del Toro contra IA

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O premiado cineasta Guillermo del Toro voltou a criticar o uso de inteligência artificial generativa na indústria audiovisual. Durante sua participação na edição 2025 do Festival Lumière, na França, o diretor de O Labirinto do Fauno (2006) foi direto ao abordar a crescente adoção da IA em processos criativos e declarou:

“Vivemos em tempos perigosos — tempos em que temos vergonha das nossas emoções, em que nos dizem que a arte não é importante e que podemos fazer arte numa p*rra de um aplicativo…”

O comentário foi feito durante um painel de debates sobre o futuro do cinema, que reuniu nomes da direção, roteiro e crítica. Além disso, o cineasta completou dizendo:

“Quando nos roubam a arte e a emoção, isso nos leva à estética do fascismo. Neste filme [Frankenstein], todos os cenários são reais, a decoração é em tamanho humano, há miniaturas meticulosamente criadas. É uma ópera, feita por humanos para humanos. É um filme que está lá para nos lembrar que a arte não é apenas necessária, é urgente. E a IA pode se f*der!”

Confira o trailer de Frankenstein, de Guillermo del Toro:

A crítica se soma a outras manifestações de profissionais da área que vêm expressando preocupações com a automação de processos criativos, inclusive em roteiros, ilustrações, design de produção e até atuações recriadas digitalmente.

Diretor de obras premiadas como A Forma da Água (2017) e Pinóquio (2022), del Toro tem sido uma das vozes mais influentes nas discussões sobre o futuro do cinema. Ele também apoiou publicamente as greves recentes de roteiristas e atores em Hollywood, cujas pautas incluíam justamente o uso e regulamentação da IA.

Sobre o novo longa

Nesta nova adaptação do clássico de Mary Shelleydel Toro dá à história um romantismo gótico inconfundível, um deleite visual e emocional que reflete o carinho e o fascínio que o diretor tem pela criatura. É um filme não apenas sobre monstros, mas feito por alguém que os ama profundamente. E essa devoção se manifesta sobretudo na atuação hipnotizante de Jacob Elordi (Euphoria), que dá vida — e uma comovente humanidade — à criatura. Sua interpretação é contida e dolorosa, feita de gestos quebrados e olhares aflitos, e que merecia maior sorte na temporada de premiações.

Del Toro transforma o clássico em uma fábula sobre o divino. O simbolismo é nítido: o “brincar de Deus” é um tema constante, reforçado por referências bíblicas, como na sequência da leitura da história de Adão e Eva feita pela criatura, e também por sua pose em formato de cruz ao ser eletrocutado por raios e, posteriormente, ganhar vida. O monstro de Elordi é como um Jesus Cristo — um ser criado à imagem de seu criador, rejeitado pelo mundo, condenado por ser diferente. Há um eco de redenção e sofrimento, de amor e ira. O eterno conflito entre pai e filho se desdobra em camadas: primeiro entre Victor Frankenstein e seu próprio pai (Charles DanceDrácula: A História Nunca Contada), e depois entre Victor e a criatura — um reflexo trágico do mesmo amor distorcido que o criou.

+++LEIA MAIS: ‘Frankenstein’, de Guillermo del Toro, é carta de amor do criador à criatura

+++LEIA MAIS: Guillermo del Toro celebra o cinema brasileiro: ‘Diverso, político, poético e profundamente humano’


Kadu Soares (@soareskaa)

Kadu Soares é formando em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, passa o dia consumindo música, esportes, filmes e séries. Possui um perfil no TikTok e um blog no Substack, onde faz reviews de projetos musicais.

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