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A cena explícita de ‘Monstro’ que Charlie Hunnam não se incomodou de filmar

Em Monstro: A História de Ed Gein, Charlie Hunnam interpreta o infame assassino em série e ladrão de cadáveres estadunidense Ed Gein, condenado por dois homicídios e suspeito de outros seis. Apelidado de “Açougueiro de Plainfield”, Gein foi diagnosticado com esquizofrenia e condenado a passar o resto de sua vida em uma instituição psiquiátrica.
Esta é a terceira parte da antologia Monstro, criada por Ryan Murphy. Nos capítulos anteriores, a série abordou as histórias de Jeffrey Dahmer e dos irmãos Lyle e Erik Menendez. O lançamento recente é repleto de cenas gráficas e sangrentas que podem ser perturbadoras demais para o espectador mal-acostumado — mas que suprem as expectativas dos fãs do criador.
Em entrevista à GQ, Murphy afirmou que até mesmo ele ficou surpreso com a tranquilidade de Hunnam para gravar certos trechos da história. Em uma das cenas consideradas mais chocantes, Gein toca acordeão momentos antes de abusar sexualmente um cadáver recém-retirado do túmulo. Murphy revelou que o ator nem se incomodou, e ficou mais intrigado em tocar acordeão antes do ato do que em qualquer outra coisa. Quando questionado se desejava fazer alterações no roteiro, Hunnam respondeu: “Não, é moleza”.
A dedicação do ator ao papel foi completa: ele buscou fitas antigas gravadas pelo criminoso e passou por diversas transformações físicas. Ian Brennan, co-criador de Monstro, expressou sua admiração: “Pelo canto do olho, vi algo surgindo na curva da fazenda que construímos no estúdio. Quando olhei, era ele. Era o Ed Gein”, comenta.
A recepção das cenas de gore
Apesar de bem recebida pelo público geral, alguns internautas criticaram a construção da narrativa do terceiro capítulo de Monstro. Espectadores comentaram, nas redes sociais, que a série “glorifica” a violência ao justificar as ações de Gein, em vez de focar na crueldade de seus atos. A falta de foco nas vítimas, especialmente em cenas de violência sexual, desagradou parte da audiência.
Essas críticas se somam a outras recebidas pelas produções da antologia. A temporada sobre Jeffrey Dahmer também gerou polêmica por “fetichizar” os crimes, enquanto a dos irmãos Menendez foi acusada de conter mentiras.
Em bate-papo com a imprensa internacional, Murphy afirmou que o objetivo não foi glorificar, mas entender uma mente perturbada. Para ele, Gein é um reflexo da cultura incel: um homem socialmente isolado – cuja relação problemática com a mãe teria incitado uma aversão ao sexo e às mulheres –, frustrado e ressentido por sua dificuldade para se relacionar e afundado em transtornos mentais.
Após as filmagens, Hunnam chegou a visitar o túmulo de Gein em Plainfield, Wisconsin, como uma forma simbólica de se despedir do personagem. “Eu posso ser criticado por dar muita empatia a ele, mas apenas realmente precisei seguir meu instinto”, disse à GQ.
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