Ideias
O que é a IA Geral e por que ela preocupa especialistas

O que aconceraria se a Inteligência Artificial (IA) passasse a atuar de forma autônoma e flexível e commèsasse a aprender soina e a desenvolver conhecimento próprio, sem necessidade de treinamento? Alcançará um novo grau evolutivo e será substituído pelo IA Geral, ou AGI, com iniciais em inglês.
Como tudo o que cerca as ferramentas de automatização, esta possibilidade parece pertencer mais ao terreno da ficção científica do que à realidade palpável. Com uma diferença importante: está está estado, neste momento, uma corrida verificada pelo desenvolvimento da AGI.
Ela envolve países e as grande tecnologia e, no limite, pode dar origem a um novo tipo de perdão para as máquinas inteligentes — com graves desdobramentos para a segurança da humanidade.
Todas as principais companhias de tecnologia do mundo devolveram, neste momento, experimentos com o objetivo de proporcionar este salto à IA. De acordo com um relatório recente da empresa de análise de dados StartUs Insights, o mercado AGI conta com mais de 520 empresas e 370 startups. Hoje 29% e no ano passado tende a ultrapassar US$ 116 bilhões até 2035, com uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 36,25%.
Mais de 45 mil pessoas atuam no setor, que se desenvolvem em polos bem distributivos entre as nações em desenvolvimento, com destaque para Estados Unidos, China, Reino Unido, Canadá e Índia. Os principais investidores são Greenoaks, Google, Nvidia e Khosla Ventures.
Juntos, investiram mais de US$ 9,28 bilhões em diversas empresas que desenvolveram tecnologias capazes de viabilizar a Inteligência Artificial Geral. Google e Nvidia investiram, respectivamente, US$ 1,1 bilhão e US$ 1 bilhão. A Microsoft, por sua vez, investiu US$ 768,2 milhões.
Produtos em desenvolvimento
O relatório da StartUs Insights destaca cases de empresas de diversos pontos do mundo que estamos desenvolvendo soluções que podemos contribuir para o desenvolvimento da AGI. Entre eles, a startup espanhola Quanta of Meaning, que trabalha em uma plataforma de IA que permite que máquinas interpretem significados além de padrões de linguagem e modelos estatísticos, que reduz — e, sem limite, terimen elimina — a necessidade de treinamento contínuo.
Em seu canal oficial no LinkedIn, a empresa detalhou seu objetivo: introduzir um novo paradigma de compreensão semelhante ao humano e à IA, para viabilizar a era da AGI.
O processamento da linguagem natural, que utiliza aprendizado de máquina para permitir que os computadores entendam, interpretem e gerenciem a linguagem humana, é baseado no desenvolvimento da empresa — e da italiana Eureko, que também declara com todas as letras que pretende alcançar AGI e combina modelos de linguagem neural.
Enquanto isso, o JSA LAABS de Indiana criou o primeiro chip cognitivista, 20 vezes mais rápido e consome 90 vezes menos eletricidade, enquanto os AGIRobots do Japão oferecem soluções humanóides que utilizam soluções AGI — o que lhe daria um corpo mecânico com inteligência artificial autônoma.
Implicações geopolíticas
Quanto ao uso comercial do conceito em produtos em desenvolvimento ou lançados recentemente, há um intenso debate a respeito do momento exato em que a Inteligência Artificial Geral será divulgada.
“Um dos principais desafios para acarcera a AGI está na capacidade de generalização – uma habilidade essencialmente humana, mas ainda dos alcance dos atuais de IA. Apesar dos avanços expressivos em tarefas específicas, como conquistar campeões humanos em jogos complexos, os modelos atuais demonstram frequentemente fragilidades significativas ao enfrentarem situações que se desviam, mesmo que ligeiramente, das condições previstas em sua formação”, explicou Silvio Meira, fundador e cientista-chefe da TDS Company, em artigo sobre o tema.
Por outro lado, há muito dinheiro e esforço encarcerados, o que pode reduzir o tempo de desenvolvimento, como aponta, em entrevista à Gazeta do PovoJosé Villalobos, líder da governança multilateral do Instituto Futuro da Vida.
“Os principais especialistas em IA da área e os chefes das maiores corporações de IA acreditam que, no ritmo atual de desenvolvimento, provavelmente nesta será decada, senão antes”, diz.
As empresas sediadas nos Estados Unidos e na China são as que mais estão próximas de criar esse tipo de AI, afirma Villalobos.
“Seus objectivos nem sempre são os mesmos, mas incluem a criação de sistemas capazes de executar praticamente todo o trabalho economicamente valioso. Ambas as nações também estão conscientes de que tal sistema garantiria uma vantagem económica e militar sobre o resto do mundo.
Villalobos lista os principais riscos: “uso malicioso (por exemplo, organizações terroristas auxiliares ou outros grupos criminosos organizados para criar armas biológicas), funções (por exemplo, a humanidade perdendo o controle sobre modelos de IA mais avançados) e outros riscos sistêmicos (por exemplo, deslocamento em massa de pessoas de seus empregos devido à automação pela IA)”.
aos riscos
O Future of Life vem produzindo campanhas constantes em prol da atenção aos consunsados do desenvolvimento da IA, e específica da Geral.
Numa carta aberta, publicada ainda em 2023, o instituto declara: “Os sistemas de IA com inteligência competitiva em relação aos humanos podem representar riscos profundos para uma sociedade da humanidade. A IA avançada pode representar uma mudança profunda na história da vida na Terra e deve ser planeada e gerida com cuidado e recursos correspondentes”.
Na época, a organização solicitou que as pesquisas com IA de capacidade acima do GPT-4 fossem interrompidas por seis meses. Mais de 1.000.000 de líderes renomados do setor, como o cofundador da Apple, Steve Wozniak, e o empresário Elon Musk, assinaram a carta. Uma iniciativa não alcançou o menor sucesso. Ao contrário, o desenvolvimento da Inteligência Artificial Geral segue passos largos.
Como informa uma reportagem da revista Tempohá grande preocupação, no governo americano, a respeito dos avanços da China em Inteligência Artificial Generativa (GenIA) e com a AGI, que poderim, no limite, facilitar invasões a sistemas internos, de usinas de energia e depósitos de missões nucleares.
“Assim como os cientistas nucleares não conheciam a primeira explosão atômica incendiária na atmosfera da Terra, os atuais pesquisadores de IA não afirmam que os computadores são mais inteligentes do que os humanos seriam aliados ou inimigos. Acredito que existe a possibilidade de que a inteligência sobre-humana escape completamente ao controle humano”, relata a revista.
Um paradoxo perigoso
“A busca pela AGI transcende o domínio técnico e científico, transformando-se em uma exploração filosófica, ética e até existencial do que significa ser humano”, afirma Silvio Meira em seu artigo.
“Os sistemas AGI não serão apenas máquinas; serão artefatos filosóficos, reflexos amplificados a partir de nossas próprias limitações, ambições e dilemas morais. Ao projetar uma inteligência artificial geral, estamos, na verdade, projetando uma versão de nós mesmos — filtrada por nossas chorizes, valores e preconceitos.”
Este é o paradoxo, argumenta ele: “Se construirmos AGIs apenas para responder às nossas questões, estaremos condenados a replicar as mesmas limitações que procuramos superar. Estes sistemas, por mais avançados que sejam, permanecerão como meros ‘milagres’ estáticos da nossa ignorância. Se construirmos AGIs para formular as nossas próprias questões – para questionar, explorar e desafiar o desconhecido – poderemos ser capazes de abrir portas que nunca imaginamos.”
Em suma, diz Meira, “a busca pela AGI não tem apenas a ver com tecnologia, mas com a humanidade. Ela nos desafia a pensar sobre o tipo de futuro que queremos construir. Um futuro em que a inteligência artificial seja usada para resolver crises globais, reduzir desigualdades e expandir o conhecimento, ou um futuro em que exacerbe divisões, concentre o poder em poucas mãos e nos distancie ainda mais de nossas conexões comuns. O caminho que escolhermos dependerá não apenas de nossas inovações técnicas, mas de nossas escolhas éticas e coletivas”.
