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Celebridade

Amara Hartmann celebra o Natal em meio ao sucesso em Dona de Mim: ‘Reencontro comigo’

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O Natal costuma chegar como um tempo de pausa, reflexão e reencontro, mas, para Amara Hartmann, ele também dialoga diretamente com um momento especial de maturidade artística e pessoal. Aos 31 anos, a atriz vive uma fase de colheita, em que o brilho das luzes natalinas se mistura ao reconhecimento do público que a acompanha diariamente na televisão. Atualmente no ar como a Rosa Jovem da novela Dona de Mim, da faixa das 7 da TV Globo, Amara contrasta o clima afetivo do fim de ano com a intensidade da personagem que divide com Suely Franco, um dos maiores ícones da dramaturgia brasileira. Entre gravações, escrita e novos projetos, ela encontra no Natal um espaço simbólico para olhar para dentro, sem perder o encantamento que marcou sua infância e que hoje inspira também sua produção artística.

Em entrevista à CARAS Brasil, Amara fala sobre esse período como um convite à reflexão, à escuta e à reconexão, valores que atravessam tanto sua vida pessoal quanto sua trajetória profissional.

Natal como pausa, memória e exercício de afeto

Para Amara Hartmann, o Natal nunca foi apenas uma data no calendário. Mesmo com as transformações da vida adulta e a rotina intensa de trabalho, a atriz mantém uma relação afetiva profunda com esse momento do ano, que segue carregado de simbolismos, memórias e expectativas. O que antes era vivido com a fantasia típica da infância hoje ganha contornos mais introspectivos, mas sem perder o sentido de celebração.

“O Natal pra mim sempre foi muito festivo e muito mágico. Eu confesso que quando a gente vai crescendo essa magia vai se diluindo um pouco, né? A gente deixa de acreditar em Papai Noel, a gente começa a se relacionar com essa data de uma maneira diferente. Mas a minha maneira de trazer magia pra essa data é pensar em como foi o ano e o que eu quero pro próximo ano, então fazer esse exercício de olhar pra trás e desejar coisas boas pro ano seguinte”, diz.

Mesmo com a agenda corrida, Amara faz questão de preservar tradições familiares que atravessaram gerações e seguem funcionando como âncoras emocionais. Para ela, esses rituais ajudam a manter viva a essência da data e fortalecem os laços afetivos.

“As brincadeiras e os jogos em família como amigo secreto, amigo oculto, e escrever uma cartinha também pra abrir só no ano seguinte. É uma coisa que eu faço com a minha família que também é muito legal… É um reencontro comigo mesma todo ano”, fala.

A atriz reconhece que, apesar do clima festivo, o Natal também desperta um lado mais silencioso e reflexivo. É nesse equilíbrio entre festa e introspecção que ela encontra sentido para encerrar um ciclo e se preparar emocionalmente para o próximo.

“Eu sempre passo Natal com a minha família e faço esse exercício de tentar me reconectar comigo mesma, me preparar pro que vem, então apesar de festejar muito com a minha família, eu fico um pouquinho introspectiva também”, explica.

Alguns detalhes sensoriais funcionam como verdadeiros portais para o passado, transportando Amara diretamente para memórias afetivas da infância, especialmente ligadas às viagens em família e aos encontros com quem ela ama.

“Eu amo panetone! E pegar a estrada, olhar a paisagem, me lembra muito essa época, pois quando eu era criança, eu ia para Recife de carro todo ano pra visitar a minha família”, revela.

Para além das lembranças pessoais, o Natal também representa um chamado coletivo para valores que, segundo a atriz, não deveriam se perder em meio à pressa e ao consumo.

“Pra mim é importante lembrar que o Natal é uma data que fala sobre amor e, principalmente, amor ao próximo. A gente acabou relacionando o Natal a uma data comercial, mas a gente sempre tem que lembrar do real motivo do Natal que é o amor e ajudar ao próximo”, completa.

Literatura infantil, folclore brasileiro e a criação de Lia Roxa

Além de atriz, Amara Hartmann amplia seu campo de atuação ao dialogar com o público infantil, um universo que ela trata com carinho e responsabilidade. Seu mais novo livro, Lia Roxa e a Matinta Pereira, marca esse encontro entre arte, memória e sensibilidade. A obra, ilustrada por Milena Santos, aborda temas como amizade, confiança, diferenças e novas configurações familiares, tudo isso envolto por elementos do folclore brasileiro.

O processo criativo do livro exigiu que Amara revisitasse experiências pessoais profundas, transformando dores e descobertas da vida adulta em uma narrativa leve, acolhedora e acessível para crianças.

“Foi um processo de olhar para o passado e de entender quais foram os mecanismos que eu encontrei na época pra lidar com todas as situações adversas. Pegar esses mecanismos, transformar eles em narrativas que se tornam conselhos pra passar para as crianças: as maneiras que essa menina encontrou para se sentir melhor e mais confortável consigo mesma”, diz.

A personagem Lia, que carrega o cabelo roxo como símbolo de diferença, nasce desse olhar afetuoso para aquilo que um dia foi motivo de estranhamento. Amara reflete sobre o momento em que percebeu que ser diferente poderia deixar de ser um peso e se transformar em potência.

“Quando eu era criança essas coisas aconteciam comigo, e eu tinha vozes de adultos que sempre me lembravam de que aquilo ia passar e que ser diferente era uma coisa muito especial. Que o mundo lá fora era muito maior do que aquele universo escolar. Essas pessoas foram meus pais e a diretora do colégio. Eles falaram isso algumas vezes pra mim, confesso que demorou um pouco pra entrar na cabeça, mas uma vez que você entende o que eles estão falando, é impossível voltar atrás, né? Então depois que você entende que tá tudo bem ser diferente, que é bonito, quando você se aceita é quase impossível voltar pro que era antes”, fala.

Ao trazer o folclore brasileiro para o centro da narrativa, Amara também assume uma missão de resgate cultural, especialmente em um contexto em que as crianças estão cada vez mais conectadas ao universo digital.

“A minha ideia de trazer o folclore foi pensar qual a fonte de magia do Brasil, assim, qual é a magia brasileira e onde a gente pode encontrar histórias mágicas. O folclore fala muito sobre a nossa relação com a natureza, então eu acredito que é uma maneira de fazer esse resgate cultural e trazer pras crianças de hoje em dia histórias fantásticas em território nacional”, explica.

Rosa Jovem em Dona de Mim e o encontro de gerações com Suely Franco

Na televisão, Amara Hartmann vive um dos momentos mais marcantes de sua carreira ao interpretar a Rosa Jovem em Dona de Mim. Dividir a mesma personagem com Suely Franco representa não apenas uma grande responsabilidade, mas também um aprendizado diário sobre entrega, generosidade e amor pela profissão.

“A Suely é uma atriz incrível e uma pessoa mais incrível ainda! Ela sempre tá de bom humor, sempre fazendo piada, tratando todo mundo muito bem, então esse encontro com a Sueli, me fez relembrar do porquê eu amo a minha profissão e de tratar o que a gente ama de uma maneira leve. Brincando em cena de uma maneira amorosa, mas também com muita seriedade e respeito. Foi um presente muito grande, uma responsabilidade muito grande e eu sou muito grata a essa oportunidade que eu tive continuo tendo de fazer parte desse elenco tão maravilhoso como uma personagem tão importante que é a matriarca da família Boaz”, diz.

Para construir a versão jovem da personagem sem perder a conexão com a Rosa madura, Amara buscou inspiração direta na essência transmitida por Suely em cena, especialmente na forma como o amor atravessa cada gesto da personagem.

“Acredito que a principal característica do trabalho da Suely como a Rosa é trazer o amor na interpretação, principalmente por interpretar uma avó e matriarca da família. Minha principal inspiração foi fazer tudo com muito amor no olhar, nas ações, em como me deslocar pelo espaço e falar com os outros personagens”, explica.

Ao avaliar o impacto de Dona de Mim em sua trajetória, Amara define a novela como um verdadeiro marco profissional, carregado de gratidão e sensação de dever cumprido.

“Acho que o principal é dividir o papel com uma atriz tão importante pra profissão e pra história da teledramaturgia nacional, isso é maior do que eu poderia imaginar como um primeiro trabalho com personagem numa novela. É, definitivamente, um marco na minha carreira. Então eu me sinto muito feliz e muito grata, sinto uma sensação de dever cumprido. Assim como a época do ano, me sinto muito animada com os próximos capítulos dessa história pra continuar construindo uma relação de diálogo com o público, contando histórias que falam sobre amor e sobre fé na humanidade”, completa.


Paulo Henrique Lima

Paulo Henrique Lima é repórter de pautas especiais do Grupo Perfil. Tem passagens por diversos veículos de comunicação na web. É apaixonado por entretenimento e realities.

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