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Celebridade

Ludmilla Bezzan explica sinais importantes da saúde feminina

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Com formação sólida em clínica e atuação voltada à saúde hormonal da mulher, Ludmilla Bezzan construiu uma trajetória em que ciência, escuta e espiritualidade caminham juntas. À frente da Clínica Hewa, em Brasília (DF), ela recebe diariamente mulheres com queixas de cansaço extremo, dores, sangramentos intensos, dificuldade para emagrecer e medo da menopausa. Muito do que ouve no consultório ecoa a própria história.  

“Comecei a sentir em mim a dor das minhas pacientes. Entendi, na prática, que ‘estar mal’ não é normal e que a medicina precisa olhar a mulher como um todo”, resume. 

Ludmilla nasceu em Brasília, mas cresceu em Goiânia (GO), cercada por médicos dentro da própria família. Entre tios e primos, são cerca de 30 profissionais de diferentes especialidades. Em casa, ela e as duas irmãs também seguiram o mesmo caminho: todas escolheram a medicina. 

Desde cedo, a referência mais marcante foi um primo, a quem chamava de irmão mais velho, que atuava na endocrinologia. “Sempre soube que queria fazer endócrino por causa dele. Ele era a minha inspiração”, lembra. A escolha se confirmou ao longo da graduação em Araguari, em Minas Gerais, onde se formou em 2013. 

Logo depois, Ludmilla mudou-se para Brasília para acompanhar o serviço de endocrinologia da Universidade de Brasília (UnB), no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Mergulhou na área metabólica, buscou cursos com nomes importantes, participou de atualizações e dedicou a prática clínica à saúde hormonal. Ainda assim, sentia falta de algo. “Por mais que eu oferecesse o melhor tratamento clínico possível, parecia que faltava uma forma de cuidar melhor da paciente como um todo”, conta. 

A dor que muda o olhar: adenomiose, FIV e empatia radical 

A virada veio com uma experiência pessoal. Aos 18 anos, Ludmilla teve uma apendicite que supurou e evoluiu com infecção em trompas, útero e ovários. Precisou retirar as trompas ainda jovem e soube, desde então, que só poderia engravidar por fertilização in vitro (FIV). 

Anos depois, já casada e em Brasília, iniciou o tratamento para engravidar e recebeu o diagnóstico de adenomiose. De repente, sintomas que a acompanhavam desde a juventude passaram a fazer sentido: “Eu sempre tive TPM severa, sangramento muito abundante, cólicas importantes, sensação de inchaço, muita dor de cabeça e dores nas pernas”, recorda. 

O primeiro ciclo de estímulo resultou em dois embriões e na gestação gemelar tão desejada. A maternidade, no entanto, não apagou os sintomas da adenomiose. As queixas persistiam e as respostas que ouvia como paciente se repetiam: “É normal, usa anticoncepcional e vai melhorar”. Para ela, algo não fechava. “Eu não tinha necessidade de anticoncepcional, já que não engravidaria espontaneamente. Eu queria entender por que estava usando um remédio para uma finalidade que não era a minha necessidade real”, relata. 

Essa inquietação aumentou a empatia pelas mulheres que encontrava no consultório. “Eu via na minha história o que muitas delas viviam: dor minimizada, sintomas tratados como frescura ou algo comum. Percebi que a medicina muito fragmentada não entregava a qualidade de vida que elas precisavam”, afirma. 

Quando a medicina convencional encontra a visão integrativa 

A partir dessa percepção, Ludmilla começou a se aproximar da medicina integrativa com foco na saúde da mulher. Fez curso de implantes hormonais, participou de diversos congressos e, em 2023, esteve no primeiro congresso brasileiro voltado à medicina integrativa, evento que considera um marco em sua trajetória. Lá, teve contato com profissionais que admira e decidiu aprofundar-se em uma pós-graduação em medicina integrativa. 

Em paralelo, realizou outro sonho antigo: abrir sua própria clínica. Assim nasceu a Clínica Hewa, em Brasília, hoje compartilhada com outra médica e uma equipe multidisciplinar. “Eu queria um espaço em que fosse possível ter tempo de qualidade com a paciente, avaliar rotina, sono, treino, alimentação, intestino, vitaminas, minerais. Tudo isso interfere na saúde hormonal”, explica. 

O cuidado começa antes mesmo da primeira consulta. As pacientes preenchem um questionário detalhado sobre queixas e hábitos, a partir do qual Ludmilla já solicita exames iniciais. “Quando a paciente chega, eu já tenho informações suficientes para mudar muitas coisas já na primeira avaliação”, diz. 

No consultório, são frequentes diagnósticos que passaram despercebidos por anos: adenomiose, endometriose, doença de Hashimoto e outras condições crônicas. “Muitas chegam dizendo: ‘nunca ninguém tinha falado isso para mim’. São coisas básicas, que exigem escuta e um olhar atento para a história clínica”, pontua. 

FOTO: Hay Torres

Ciência, fé e escuta: três pilares inseparáveis 

Se a base é integrativa, o alicerce continua sendo a medicina baseada em evidências. Ludmilla faz questão de diferenciar rigor científico de promessas milagrosas. “Nada é milagroso. Tudo o que eu faço é baseado em evidência. Não trabalho com modismos nem com a ideia de que um tratamento é revolucionário só porque é novo”, ressalta. 

Essa postura é reforçada pelo ambiente de estudo contínuo. Integrante de uma mentoria com cerca de cem médicos, ela discute casos complexos, acompanha artigos ainda em fase de publicação e atualiza continuamente suas condutas. “Tem artigo que só vai ser publicado em 2026 e nós já estamos estudando agora. Isso dá segurança para o que eu levo para a paciente”, comenta. 

Ao lado da ciência, a fé ocupa lugar central. Ludmilla é consagrada a Nossa Senhora das Graças e não esconde a influência dessa dimensão em seu modo de cuidar. “Muitas pacientes dizem que sou muito calma. Eu respondo que não sou eu, é Nossa Senhora operando em mim. Se aquela paciente chegou até mim, eu acredito que existe um propósito”, afirma. 

Na prática, essa visão se traduz em acolhimento, prudência e presença. Ela se emociona ao lembrar de casos em que conseguiu identificar doenças graves ou causas pouco exploradas para sintomas persistentes. “Já fiz diagnóstico de câncer de intestino em paciente que havia passado por vários médicos. Em outras, encontramos adenomiose e endometriose em contextos de infertilidade. Ver essa mulher engravidar depois de um tratamento adequado é muito marcante. Eu não vejo isso como acaso”, diz. 

Programa Via Hewa: acompanhamento contínuo e multidisciplinar 

Na Hewa, o atendimento não se limita ao consultório. Para pacientes que podem se beneficiar de um acompanhamento mais próximo, Ludmilla estruturou o Via Hewa, um programa multidisciplinar que funciona como extensão da consulta médica. 

O foco é melhorar a saúde como um todo, organizar, em conjunto, estratégias factíveis para cada rotina, sempre após o ajuste dos “pilares básicos”: saúde hormonal, intestino, vitaminas, minerais, sono e nível de inflamação. “Nada é engessado ou igual para todas. A partir da primeira consulta, avaliamos se faz sentido incluir a paciente no programa e em qual formato”, explica. 

Esse acompanhamento pode ser mensal, bimestral ou, em alguns casos, até semanal. Envolve contato mais próximo com nutricionista, psicóloga e profissional de educação física, além da própria médica, que acompanha a evolução de forma integrada. Medicações, quando utilizadas, são discutidas caso a caso, visando à melhora da saúde dentro de uma abordagem terapêutica realista. O programa não é um atalho nem uma promessa de resultado rápido. É uma forma estruturada de sustentar mudanças que precisam acontecer ao longo do tempo”, resume. 

TPM, adenomiose e endometriose: quando não é “frescura” 

Entre os temas mais presentes na rotina de Ludmilla estão a TPM intensa, a adenomiose e a endometriose — condições que, muitas vezes, são minimizadas. “O ser humano não foi feito para conviver com dor forte, sangramento exagerado e outros sintomas importantes. O normal é viver bem”, afirma. 

Ela explica que, em muitos casos, há um quadro de predominância estrogênica, frequentemente associado a focos de adenomiose ou endometriose, que provoca desequilíbrio entre estradiol, progesterona e testosterona. Os sinais vão muito além da irritação pré-menstrual: 

  • cólicas intensas que incapacitam;
     
  • sangramento abundante, uso prolongado de absorvente noturno, ciclos muito longos ou muito frequentes;
     
  • enxaqueca recorrente;
     
  • sensação de inchaço e dores nas pernas;
     
  • acúmulo de gordura e celulite em membros inferiores, às vezes com quadro de lipedema;
     
  • nódulos e cistos de repetição em mamas e ovários;
     
  • dor na relação sexual;
     
  • alterações de intestino no período pré-menstrual;
     
  • vontade intensa de doces, ansiedade e compulsão alimentar;
     
  • dor ao urinar sem infecção comprovada.
     

“Nada disso deve ser banalizado. São sinais de que algo está desequilibrado e precisa ser investigado com seriedade”, reforça. Os tratamentos podem envolver estratégias hormonais e não hormonais, sempre de forma combinada e multidisciplinar, com foco na redução de sintomas e na prevenção de complicações a longo prazo. 

Perimenopausa, menopausa e proteção de longo prazo 

Outra fase central em sua atuação é a transição para a menopausa, frequentemente confundida com “apenas cansaço” ou “muito estresse”. A perimenopausa pode durar até cinco anos antes da última menstruação e costuma trazer alterações importantes. 

Palpitações, mudança do padrão menstrual, menstruações mais curtas ou irregulares, ondas de calor, sudorese noturna, insônia, névoa mental, queda de libido, tristeza e dificuldade maior para perder gordura são alguns dos sinais. “Muitas mulheres naturalizam esse sofrimento, mas ele não é inevitável. É possível tratar e, mais do que isso, proteger os ossos, o coração e o cérebro dessa queda hormonal”, explica. 

Ela chama atenção especial para mulheres que já têm diagnóstico de adenomiose ou endometriose na fase reprodutiva. “Só de ter esse diagnóstico, o risco de doença cardiovascular e trombótica é maior. Essas pacientes precisam de um olhar diferenciado quando chega a hora de discutir terapia hormonal”, pontua. 

Para Ludmilla, a reposição hormonal, quando indicada e possível, deve ser pensada precocemente e de forma individualizada, considerando riscos, benefícios e o histórico de cada mulher. “O problema principal não são apenas os sintomas na pele. É o que acontece com os ossos, com o coração e com o sistema nervoso ao longo dos anos”, esclarece. 

Massa muscular como remédio, não como estética 

Ao lado da regulação hormonal, a preservação de massa muscular é outro eixo central na prática da médica. Ela fala com frequência sobre obesidade sarcopênica — quadro em que o peso parece “normal” para a altura, mas o percentual de gordura é alto porque está faltando músculo. 

“Isso não acontece só na menopausa. Vejo mulheres jovens, inflamadas, com intestino ruim, sem vitaminas adequadas, exaustas. Elas até querem treinar, mas não têm força, ânimo e disposição”, descreve. 

O caminho, segundo ela, é construir condições para que o corpo suporte o exercício e, aos poucos, incorporar algum tipo de treino de força. “Não precisa amar musculação. Qualquer treino de força — funcional, pilates, cross, exercícios em casa com orientação — já é melhor do que nada”, orienta. Mesmo 10 minutos diários, se feitos com constância, já representam um ganho em comparação à inatividade absoluta. 

Mais do que estética, a meta é proteção. “Com o tempo, o osso fica frágil, o coração fica frágil, a cabeça fica frágil. A massa muscular é uma espécie de escudo para o futuro. O corpo mais definido é só consequência, não o objetivo principal”, sintetiza. 

Planos de expansão e uma medicina em permanente construção 

O próximo passo da trajetória de Ludmilla passa pela expansão da Clínica Hewa. Já em fase de projeto, a nova estrutura prevê uma área maior e novos recursos voltados à saúde integrativa da mulher, sempre com foco em qualidade de vida e trabalho em equipe. “Queremos enriquecer ainda mais o cuidado que já oferecemos hoje, com estratégias que complementem o que fazemos no consultório”, adianta, sem revelar detalhes enquanto negociações com profissionais não estão concluídas. 

Entre pacientes, estudos, família e os gêmeos de quatro anos, ela segue revendo rotas e reafirmando o propósito que a trouxe até aqui: cuidar de mulheres que, muitas vezes, chegam exaustas, culpadas por não dar conta de tudo e acostumadas a ouvir que “é assim mesmo”. 

Na clínica, encontra espaço para reposicionar essa narrativa. “Acho que toda mulher merece ser cuidada, no corpo e no coração. O equilíbrio começa dentro da gente. Cuidar das minhas pacientes com compromisso, escuta e melhoria real da qualidade de vida é o meu propósito. Sentir dor o tempo todo, viver cansada e se sentir mal não é normal; o normal é se sentir bem, porque Deus nos fez para ter uma vida com propósito e qualidade, então, quando esses sintomas aparecem, é importante ser olhada com respeito, com ciência e com estratégia para que essa mulher possa, de fato, voltar a viver melhor”, conclui. 

CRM: 21483/DF 

Instagram: @draludmillabezzan 

Sitehttps://draludmillabezzan.com.br  

FOTO: Hay Torres

O conteúdo dessa publicação é de responsabilidade da TV Notícias Assessoria de Imprensa / Brasil News.

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