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Celebridade

Bianca Andrade escancara tabu sobre mulheres e especialista aponta: ‘Existe uma cobrança social’

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A recente revelação de Bianca Andrade, a Boca Rosa, sobre sua vida íntima trouxe à tona uma discussão necessária sobre a liberdade sexual feminina. Durante seu último relacionamento com Diego Cruz, a empresária e influenciadora – conhecida pela transparência com seu público – surpreendeu ao expor uma mudança drástica em sua relação com o sexo. Se antes ela afirmava “não curtir muito”, a fase recente marcou uma virada de chave.

Ao confidenciar a novidade à mãe, Bianca brincou: “Minha mãe sempre foi mais safadinha que eu”, completando com a revelação: “Mãe, você não vai acreditar, estou amando fazer sexo“. A mudança de hábito, segundo a influenciadora, incluiu até a prática de relações matinais, algo inédito em sua rotina anterior.

No entanto, o que deveria ser uma celebração de autoconhecimento acabou atraindo críticas nas redes sociais, evidenciando o quanto a sociedade ainda patina quando o assunto é a mulher no comando do próprio desejo. Para entender esse fenômeno, a CARAS Brasil ouviu a sexóloga Bárbara Bastos, que traçou um panorama sobre a repressão e a cobrança que cercam a sexualidade feminina.

O paradoxo da “mulher sensual”

Para a especialista, o caso de Bianca Andrade é o exemplo perfeito de uma contradição social vigente. A mulher vive em uma corda bamba entre a expectativa de performance e a condenação moral.

“Sim, existe uma cobrança social para que a mulher goste de sexo, e ao mesmo tempo há uma crítica quando ela assume publicamente esse prazer. É uma contradição: de um lado, esperam que a mulher seja sensual, que se entregue, que não tenha vergonha; mas se ela se mostra assim, é julgada. As duas situações geram cobrança e julgamento”, explica Bárbara Bastos.

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A sexóloga relata que essa pressão dual aparece frequentemente em seu consultório: “Na terapia sexual, eu escuto muito isso — tanto de mulheres quanto de homens. Alguns homens reclamam que a parceira é tímida, que não toma iniciativa. E, por outro lado, muitas mulheres dizem que têm vergonha de abordar o parceiro, de demonstrar desejo. Então, existe uma crítica dos dois lados: se ela não demonstra, é vista como fria; se demonstra, é julgada como exagerada”.

A importância do diálogo

A atitude de Bianca em ligar para a mãe para compartilhar sua descoberta sexual foi vista com bons olhos pela profissional, que destaca a importância de quebrar o silêncio intergeracional.

“Eu vejo com bons olhos essa conversa sobre sexo entre gerações, como no caso da Bianca e da mãe dela. Por quê? Porque a forma como cada um entende a sexualidade está muito ligada às referências que recebeu dentro de casa. A gente cresce com os exemplos, com os silêncios e até com os medos dos nossos pais”, analisa Bárbara.

Ainda assim, a especialista ressalta que esse diálogo não deve ser impositivo, mas sim natural. “Se houver abertura e vontade, ótimo — procure uma forma leve de abordar o assunto. Mas se não houver, o importante é olhar para si mesma, buscar o próprio autoconhecimento e entender como você quer lidar com a sua sexualidade”, pontua.

A evolução do debate e o “direito à cama”

A repercussão mista — com muitos ataques à influenciadora — confirma que, embora tenhamos evoluído, o tabu persiste. “A gente viu isso claramente nos comentários do post que deu origem a essa matéria — a quantidade de críticas é muito maior do que de elogios. Isso mostra o quanto ainda há tabu em torno da sexualidade feminina”, observa a sexóloga.

Bárbara defende que a “persona pública” não deve ditar as regras da intimidade: “Muitas mulheres me dizem: ‘eu tenho vergonha de me soltar’, ‘não consigo ser mais ousada na cama’. E eu sempre falo: fora da cama, você pode mostrar a imagem que quiser — profissional, mãe, recatada, o que for. Mas dentro da cama, com o seu parceiro, é o espaço onde você pode — e deve — se permitir ser livre, se entregar, ser essa mulher que sente prazer”.

Apesar das polêmicas, a especialista vê um saldo positivo na exposição do tema por figuras públicas. “Hoje falamos muito mais sobre o assunto. Existem cada vez mais mulheres se conhecendo, se permitindo, vivendo a sexualidade de forma mais livre — tanto no sexo quanto na masturbação. Isso já é um avanço gigantesco”, conclui Bárbara, reforçando que o caminho ideal é a leveza: “Gosto de falar sobre sexualidade de uma forma natural, suave, sem peso. Porque já existe muito tabu nesse universo”.

CONFIRA PUBLICAÇÃO RECENTE DA CARAS BRASIL NAS REDES SOCIAIS:


Bárbara Bastos

Bárbara Bastos, sexóloga clínica e educacional pela FASEX; especialista em Terapia Cognitiva Sexual; pós-graduanda em Sexualidade Humana pelo Child Behavior Institute of Miami (Estados Unidos), co-fundadora da Désir Atelier e designer de produto pela PUC-Rio.

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