Celebridade
Giulia Costa expõe o passado sobre diagnóstico e especialista alerta: ‘Não existe cura linear’

Aos 25 anos, Giulia Costa, filha de Flávia Alessandra e do falecido diretor Marcos Paulo, voltou a falar abertamente sobre os transtornos alimentares que enfrentou na adolescência. Nesta quinta-feira, 13, a jovem compartilhou uma foto de quase dez anos atrás, período em que lidava com compulsão alimentar, bulimia e intensa pressão estética, além da ansiedade do vestibular.
Na imagem, Giulia aparece de biquíni tomando uma ducha. Apesar da barriga extremamente seca, ela explicou que sua saúde física e emocional estavam longe do ideal. “Essa foto aqui foi pós-ENEM. Lembro muito. Eu tinha muita compulsão essa época, e aí consequentemente vinha a bulimia depois. Estava muito descompensada, ainda mais com o estresse do ENEM. Isso já faz oito anos. Sigo em busca da cura com altos e baixos”, desabafou.
Para entender os impactos emocionais do relato de Giulia, CARAS Brasil conversa com a psicanalista e especialista em neuroemagrecimento Bruna Arão, que explica como a mente constrói, e também pode curar, padrões de compulsão, restrição e distorção da imagem corporal. “A compulsão não é sobre comida é sobre emoção reprimida”, diz.
Segundo a especialista, transtornos como os de Giulia estão profundamente ligados à forma como o indivíduo lida com emoções difíceis. “A compulsão é um mecanismo de sobrevivência emocional. A pessoa não está tentando comer mais: ela está tentando sentir menos. Menos ansiedade, menos cobrança, menos dor”, explica Bruna.
Ela ressalta que jovens enfrentando vestibular, mudanças hormonais e pressão estética, como era o caso de Giulia, tornam-se especialmente vulneráveis. “O cérebro, quando sobrecarregado, busca recompensas rápidas. A comida vira um anestésico. A culpa vem depois, e esse ciclo se retroalimenta”, afirma.
Bruna destaca que a fala de Giulia sobre jejum prolongado corresponde ao padrão mais comum dos transtornos alimentares. “Toda restrição intensa gera uma necessidade fisiológica e emocional de compensação. O corpo pede energia, e a mente pede alívio. É aí que surgem os episódios de compulsão e, muitas vezes, comportamentos purgativos, como a bulimia”, comenta.
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A especialista alerta que bulimia é frequentemente confundida apenas com vômitos induzidos. “O que Giulia trouxe é muito importante: bulimia inclui uso de laxantes, exercícios exaustivos, jejum compensatório. São comportamentos silenciosos, que passam despercebidos até por pessoas próximas”, esclarece.
Giulia Costa e a pressão estética: os riscos da romantização da magreza O relato de Giulia sobre sua fase considerada “mais magra” pela sociedade ser também a mais dolorosa é um ponto crucial, segundo Bruna.
“Existe uma romantização da magreza que adoece. Muitas mulheres recebem elogios justamente quando estão emocionalmente mais fragilizadas, mais ansiosas e mais restritivas. Isso reforça comportamentos perigosos”, afirma.
Giulia Costa: por que a cura dos transtornos alimentares não é linear
Bruna reforça que a jornada de recuperação, como a que Giulia mencionou, é contínua: “Não existe cura linear. Existem dias bons e dias difíceis. O mais importante é que ela reconhece seus gatilhos e segue em acompanhamento. Esse é o caminho real da cura emocional.”
Para a psicanalista, o desabafo público da atriz tem um impacto social relevante: “Quando uma figura pública fala abertamente sobre transtornos alimentares, ela abre espaço para outras mulheres reconhecerem que não estão sozinhas. É um ato de coragem e de cuidado coletivo”, finaliza.
