Celebridade
Estilista japonesa explora o limite entre arte e moda em desfile significativo
Na temporada Spring 26 da Paris Fashion Week, a renomada estilista japonesa Rei Kawakubo (83) apresentou uma coleção da grife Comme des Garçons que reafirma todo seu domínio sobre o paradoxo entre construção e ruína. A estilista partiu da ideia de que há valor e beleza no que se rompe, propondo uma verdadeira reflexão sobre o desgaste como motor criativo.
Em um cenário silencioso e contemplativo, suas criações surgiram quase como esculturas em movimento, reforçando sua vocação para o diálogo entre moda e arte. A sua coleção explorou volumes expressivos e composições têxteis que tensionam conceitos opostos de rigidez e fluidez, de delicadeza e de aspereza.
Tecidos como algodão cru, brocado e juta apareceram em sobreposições complexas, com acabamentos mais irregulares que evidenciavam o gesto manual. As formas se projetavam do corpo das modelos em estruturas acolchoadas e dobraduras densas, como se as peças buscassem romper os limites do chamado vestuário tradicional.
A paleta, marcada por brancos, vermelhos e tons terrosos, reforçou o contraste entre a pureza e o caos, controle e espontaneidade. Em vez de fazer uma busca pelo impacto imediato, Kawakubo propôs um novo laço entre corpo e vestuário, em que a beleza pode nascer do atrito e a imperfeição torna-se a forma mais pura de criação. Aqui, nós testemunhamos um ensaio visual sobre a desconstrução.
Desfile da estilista Rei Kawakubo (Foto: Getty Images)
Desfile da estilista Rei Kawakubo (Foto: Getty Images)
Desfile da estilista Rei Kawakubo (Foto: Getty Images)
Desfile da estilista Rei Kawakubo (Foto: Getty Images)
Desfile da estilista Rei Kawakubo (Foto: Getty Images)
Cada look da nova coleção carrega a história de algo antes perfeito, agora transformado em algo mais vivo e ainda mais humano. Ao danificar o ideal de perfeição, a designer abre espaço para o imprevisto e também para as novas interpretações do conceito de belo.
