Celebridade
Dia mundial do AVC: Sharon Stone e outros famosos já enfrentaram o problema de saúde; médico explica

O dia 29 de outubro celebra o dia mundial do AVC. Nesta data, a atenção se volta para uma emergência médica que já afetou celebridades, como Sharon Stone. A atriz sofreu um AVC provocado por um aneurisma em 2001 e teve que reaprender a andar e falar, além de relatar perdas financeiras significativas em um momento de grande vulnerabilidade.
Para entender um pouco mais sobre o assunto, a CARAS Brasil consultou o médico neurologista Dr. Matheus Trilico. Ele explicou que o AVC costuma se manifestar de forma súbita, esse é um ponto fundamental. De um momento para o outro, o paciente pode apresentar fraqueza ou dormência em um lado do corpo, dificuldade para falar ou entender palavras, boca torta, visão turva ou perda de equilíbrio.
“A grande diferença entre o AVC e outros quadros neurológicos é a instalação abrupta dos sintomas e a assimetria corporal. Por exemplo, uma tontura isolada ou dor de cabeça intensa podem ter outras causas, mas se vierem acompanhadas de perda de força, fala arrastada ou alteração facial, deve-se pensar imediatamente em AVC. O lema é simples: “Deu sinal, é hospital.””.
Fatores de risco
Segundo o especialista, os principais fatores de risco são hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, tabagismo, sedentarismo e uso excessivo de álcool. Além disso, pessoas com fibrilação atrial (um tipo de arritmia cardíaca) também têm risco aumentado de AVC.
“A prevenção começa com o básico: manter a pressão controlada, praticar atividade física, alimentar-se bem e não fumar.
Dormir bem e controlar o estresse também são atitudes poderosas e muitas vezes subestimadas. O cérebro agradece os bons hábitos diários mais do que qualquer remédio”.
Leia também: Saiba como Sharon Stone perdeu 18 milhões de dólares
Recuperação
O Dr. Matheus explica que a recuperação depende da área atingida e da rapidez no atendimento. Quanto mais cedo o tratamento é iniciado, maior o potencial de reversão.
“Após a fase aguda, o paciente inicia um processo de reabilitação multiprofissional, que pode envolver fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e acompanhamento psicológico. O cérebro tem uma capacidade notável de se reorganizar, chamada de neuroplasticidade, e isso permite que muitas funções sejam reaprendidas. O segredo é começar cedo, com disciplina e estímulo constante”.
Os desafios para reduzir os casos de AVC
Perguntamos para o médico o que a população ainda precisa entender melhor sobre o AVC para reduzir o número de casos e mortes no Brasil.
Segundo ele, o maior desafio ainda é o reconhecimento rápido dos sintomas. Muita gente perde tempo achando que vai “passar sozinho” ou que é apenas uma queda de pressão.
“Outro ponto é entender que o AVC é, em grande parte, prevenível. Controlar a pressão e o açúcar no sangue é simples e salva vidas. Precisamos falar mais sobre o tema, desmistificar o medo e reforçar que o AVC não é uma sentença, mas uma emergência que precisa de resposta rápida. Informação é o primeiro passo para salvar cérebros e vidas”, completa.
