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veja o que passageiros esquecem em voos da Azul
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Dentadura, vibrador, tampa de panela e até um rolo de papel higiênico com dedicatória. Esses são apenas alguns dos itens mais inusitados esquecidos por passageiros nas aeronaves da Azul Linhas Aéreas em 2025. O levantamento da companhia, feito entre janeiro e julho, contabilizou 3.652 objetos deixados para trás em aviões, balcões de check-in e áreas sob responsabilidade da empresa nos aeroportos brasileiros.
Embora seja comum perder um fone de ouvido ou esquecer uma bolsa de mão, a lista de achados e perdidos da Azul revela um retrato curioso —e por vezes cômico— dos hábitos de quem viaja. Há quem abandone muletas, óculos, necessaires e até documentos pessoais. Mas também há quem esqueça objetos que parecem ter saído de uma cena de comédia: como o rolo de papel higiênico com a mensagem “Para Lulu, com carinho”, encontrado no aeroporto de Guarulhos.
A Azul opera em mais de 100 aeroportos e mantém setores de bagagens dedicados à coleta e guarda desses itens. Mesmo com o esforço logístico, mais de 95% dos objetos esquecidos não são resgatados pelos passageiros, o que levanta questões sobre distração, pressa e até desapego durante o processo de embarque e desembarque.
“Os nossos tripulantes são orientados a encaminhar os itens encontrados para o Setor de Bagagem dos aeroportos e guardamos tudo por um determinado período, como parte do nosso compromisso de cuidado e atenção com os nossos clientes”, conta Diogo Youssef, diretor de Aeroportos da Azul.
A empresa também identificou os cinco aeroportos onde mais objetos são deixados: Viracopos (Campinas) lidera o ranking, seguido por Confins (Belo Horizonte), Recife, Brasília e Curitiba. A concentração em grandes centros urbanos reflete o volume de voos e o perfil variado dos passageiros que circulam por esses terminais.
O que os objetos esquecidos revelam sobre os passageiros
Mais do que uma lista curiosa, os objetos esquecidos em aviões revelam aspectos do comportamento humano em trânsito. A pressa, o cansaço, a ansiedade e até o encantamento com a viagem podem contribuir para lapsos de memória. E, em alguns casos, o esquecimento pode ser proposital —como uma forma de desapego ou de deixar para trás algo que já não faz sentido.
O vibrador, por exemplo, pode ter sido esquecido por descuido ou por constrangimento. A dentadura, talvez por distração ou por uma troca de prótese. A tampa de panela, quem sabe, por ter sido usada para embalar algo improvisadamente. Cada item carrega uma história, mesmo que nunca seja contada.
Esses achados também mostram como o avião se tornou uma extensão da vida cotidiana. Não é raro encontrar objetos que normalmente não fariam parte de uma bagagem de mão, mas que, por alguma razão, foram levados a bordo. Isso inclui brinquedos, utensílios domésticos, acessórios íntimos e até lembranças pessoais.
O que fazer em caso de esquecer algum objeto dentro do avião?
Segundo as normas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Contrato Aéreo da Companhia, a responsabilidade pelos itens pessoais e bagagens de mão é exclusivamente do passageiro.
O cliente que esquecer um item pessoal na aeronave, no balcão de check-in ou em algum, voo deve procurar o balcão da companhia no aeroporto de desembarque para relatar o ocorrido. É importante ter em mãos as informações sobre o voo, como o número e a data, horário de partida e chegada, assento ocupado, além de fornecer uma descrição detalhada do objeto e os dados de contato.
Caso não consiga atendimento presencial, o cliente deve entrar em contato assim que possível com a empresa para fazer a comunicação do item esquecido.
De acordo com a política da Azul, os objetos permanecem guardados no aeroporto em que foram localizados por um período de 30 dias e, posteriormente, são enviados ao depósito da Azul no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), onde ficam armazenados por mais 60 dias. Ao fim do prazo de 90 dias, os itens não reclamados são doados a instituições de caridade ou são descartados de forma adequada.
É importante esclarecer que as companhias não cobram taxas para guardar itens pessoais esquecidos por clientes em suas dependências (balcão de check-in ou aeronave).