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Capacitação é chave para ESG com impacto real, alerta especialista
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A importância de aproximar as agendas ESG das organizações sociais foi tema de uma masterclass conduzida por Alessandro Saade, especialista em inovação social e CEO do Espro (Ensino Social Profissionalizante). O encontro aconteceu no Web Summit Rio 2025 e trouxe reflexões sobre o papel das empresas e das ONGs em transformar boas intenções em impacto mensurável.
Para Saade, não basta criar áreas de ESG (Environmental, Social and Governance) nas empresas apenas para atender exigências do mercado. É preciso enraizar esses valores na cultura organizacional e buscar resultados reais. “Quando as coisas estão só no papel, não passam de uma tese solta”, alertou. Ele também chamou atenção para o desequilíbrio nas práticas, com foco excessivo em meio ambiente e perda de espaço para pautas de diversidade, equidade e inclusão.
O especialista destacou que o terceiro setor não busca parcerias “por pena”, mas sim por propósito compartilhado. Segundo ele, as ONGs precisam profissionalizar seus processos, falar a linguagem de quem investe e apresentar resultados claros. “O impacto no momento é importante, mas a transformação ao longo do tempo é o legado”, afirmou.
Governança e experiência da Espro
A governança foi outro ponto central da conversa. Saade defendeu que prestação de contas precisa ir além de fotos e boas histórias. Para ele, ONGs devem apresentar números, indicadores e se comunicar com clareza com diferentes públicos — do governo à comunidade. “Ser poliglota é essencial. Sem essa tradução, as organizações perdem credibilidade.”
Como exemplo prático, Saade apresentou a trajetória do Espro, que hoje é autossuficiente e funciona com base em inteligência de dados e inovação. A organização realiza pesquisas, mede a satisfação de seus públicos e avalia os próprios processos. “Medir o impacto é a única maneira de medir a governança. É mais do que estratégia: é uma crença”, explicou.
Criado para preparar jovens para o mercado de trabalho, o Espro também inspira outras iniciativas a adotarem uma gestão mais ágil, com base em resultados e foco em transformação. “Nosso objetivo não é ganhar dinheiro, é subir a régua”, disse Saade. Ele também reforçou que fome, saúde e educação devem ser as prioridades centrais de quem busca causar impacto social duradouro.