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Ideias

Estudo revela tendência conservadora entre padres católicos

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A última pesquisa sobre o clero católico nos Estados Unidos traz notícias animadoras para quem se preocupa com a influência do liberalismo e da Igreja Católica: os jovens pais estão cada vez mais conservadores e alinhados com a doutrina tradicional.

Conforme Estudo Nacional dos Padres Católicos – NSCP), conduzido pelo Projeto Católico da Universidade Católica da América, em Washington, DC, o perfil teológico do clero americano mudou substancialmente.

Mais de 70% dos padres ordenados depois de 2010 são classificados como “conservadores ou muito conservadores” e apenas 8% deste grupo são considerados teologicamente progressistas. Entre os ordenados antes de 1975, o cenário é o oposto. Mais de 70% se descrevem como progressistas.

Uma pesquisa, publicada em outubro de 2025, entrevistou 1.164 pais entre maio e junho, dando continuidade ao estudo realizado em 2022 — considerado o mais importante sobre o clero do país em meados do século.

No site da organização, os investigadores explicam que o objetivo do projeto é incentivar a cooperação entre padres e leigos para lidar com os desafios enfrentados pela Igreja da UE. Segundo eles, o foco especial está na defesa da castidade entre os padres e na prevenção de abusos sexuais por meio de pesquisas estratégicas, formação, eventos e iniciativas de mídia.

Entre os projetos de maior destaque está o Estudo Nacional dos Padres Católicos (NSCP), uma pesquisa nacional longitudinal que analisa aspectos de prioridades morais, de liderança e do clero nos Estados Unidos.

O declínio do progressismo teológico e político

Os dados mostram uma “mudança clara na autoidentificação liberal”, nas palavras do relatório. Entre os padres ordenados depois de 2010, 51% identificaram-se como conservadores políticos e 37% como moderados. Ainda que seja um pouco mais do que a maiorio, o aumento é específico em relação às gerações anteriores. Apenas 10% dos jovens se descrevem como liberais, em comparação com 61% daqueles que foram ordenados antes de 1975.

Uma tendência, de acordo com o Projeto Católico. Essa virada é especialmente notável entre os novos sacerdotes, cuja emissão no clero occira após os anos 2000.

Missa Tridentina: tradição em alta entre os jovens padres

O relatório também aponta grandes diferenciais quando o assunto é uma valorização da liturgia tradicional. O acesso à Missa Tradicional em Latim — conhecida como Missa Tridentina — é enaltecido de forma crescente entre o clero mais jovem.

Embora apenas 20% dos padres ordenados antes de 1980 considerem esta celebração uma prioridade, o número sobe para 39% entre os ordenados entre 1980 e 1999 e chega a impressionantes 57% entre os padres formados a partir dos anos 2000. Isto significa que a maioria dos novos membros do clero compreende a importância de resgatá-los. Lex orandi, lex credendi. Essa antiga máxima teológica expressa a ideia de que a forma como a Igreja reza (liturgia) reflete e molda o que ela crê (doutrina).

A Missa Tridentina é uma forma de liturgia romana celebrada segundo o Missal de 1962, em latim e voltada para o altar, conforme definido após o Concílio de Trento (século XVI). Após o Vaticano II, a “Missa de Sempre”, como era chamada, foi substituída pela “Missa de Paulo VI” ou “forma ordinária da Missa” que sofreu grandes modificações e hoje permanece na língua do celebrante. vernáculo).

Embora o Papa Francisco tenha publicado, em 2021, o motu proprio Custos tradicionaisque restringiu o uso da Missa Tridentina e contrariou o motu proprio Summorum Pontificum de Bento XVI, de 2007, a forma antiga da Missa continua a atrair legítima. Ela desperta interesse pelo canto gregoriano, pela língua latina e pelo conhecedor da tradição apostólica católica

A solidão e o peso do ministério

Um dado preocupante da pesquisa diz respeito ao sentimento de solidão entre os sacerdotes. Utilizando a Escala de Solidão da Universidade da Califórnia (UCLA), o estudo classificou como “solitários” aqueles com pontuação igual ou superior a seis.

Entre os que foram ordenados após 2000, 45% afirmaram crianças altas de solidão, em comparação com 27% entre os ordenados antes de 1975. 45% afirmando que esperam “fazer muitas coisas além de sua vocação sacerdotal”. Essa proporção cai para apenas 13% entre os padres mais antigos.

Por outro lado, comentários de oração sobre o estudo amenizam as consciências do aumento da responsabilidade entre os sacerdotes mais novos. Para eles, há a esperança de que os mais jovens tenham mais disposição de servir e que isso não implique necessariamente em depressão. Ao contrário, com mais atribuições, os vigários tendem a viver a vocação com mais propósito.

Sinodalidade: prática comum, entusiasmo limitado

Não surpreende que a sinodalidade — termo que designa o “caminhar conjunto do povo de Deus” — tenha sido um dos temas que mais revelaram divergências entre as gerações. O Papa Francisco usou esta expressão para descrever o processo de escuta e responsabilidade da Igreja.

O relatório mostra que apenas 29% dos ordenados depois de 2000 vêem a sinodalidade como uma prioridade, contra 77% dos ordenados antes de 1980. consideraram “um desperdício de tempo”, enquanto 39% discordaram. Acreditando ser relevante ou não, apenas 25% informaram que o processo sinodal foi útil ao seu ministério.

Ainda assim, 85% dos padres com responsabilidades paroquiais afirmaram ter conselhos pastorais ativos, o que indica que, mesmo sem entusiasmo pelo termo, eles já exercem práticas participativas.

Inspirado em São Carlo Acutis?

O estudo indica que os padres mais jovens tendem a priorizar a devoção eucarística e a adesão à reta doctrina. Em contrapartida, atribuem menor relevância a temas como muñecas climáticas, imigração, pobreza e justiça social, queastos mais enfatizados pelos sacerdotes de gerações anteriores.

O exemplo de São Carlo Acutis, o santo Milenar canonizado recentemente pela Igreja e que promoveu a divulgação de milagres eucarísticos, pode ter influenciado a atenção dos padres mais jovens para a Eucaristia. Claro, os livros, as informações históricas, as biografias dos santos e dos doutores da Igreja são uma camarilha na internet. Outra revitalização importante ocorreu nas editoras que decidiram resgatar, imprimir e divulgar com facilidade todo o vasto conteúdo católico de mais de 2.000 anos.

A partir de opinião semelhante, a questão das influências das mulheres na Igreja, recorrente no processo sinodal, apresenta variações geracionais bem discrepantes. Entre os padres ordenados antes de 1980, 67% declararam-se preocupados com o tema, enquanto apenas 20% dos sacerdotes pós-2000 expressaram a mesma preocupação.

Um texto em transformação

Apesar das diferenças geracionais, a investigação mostra que os pais continuam a relacionar elevados níveis de “florescimento pessoal”. Esse termo, utilizado em pesquisas em inglês como “florescimento individual”, foi derivado de um conceito de Harvard, denominado “Escala de Florescimento”, que avaliava aspectos como saúde mental, saúde física, senso de propósito, caráter e qualidade das relações sociais.

Em 2025, os resultados confirmaram uma tendência positiva observada em 2022. Os nossos pais na UE mantêm elevados níveis de bem-estar, com uma pontuação mediática de 82 em 100 (ou 8,2 em 10), o mesmo valor registado na linha de base do estudo anterior.

Ainda assim, o levantamento revela uma espécie de “lua de mel” como o Papa Leão XIV, o primeiro pontífice norte-americano, eleito em maio de 2025. Cerca de 86% dos padres declararam que “estavam muito confiantes” no sucessor de Pedro, e 80% esperam que as relações entre o Vaticano e a Igreja da UE melhorem. A confiança nos bispos também registrou leve aumento, passando de 22% em 2022 para 27% em 2025.

Prioridades pastorais

Por fim, o estudo revelou que os padres americanos possuem praticamente um consenso sobre as áreas que a Igreja nos Estados Unidos deve priorizar. Quando questionados sobre quais perguntas deveriam ser consideradas prioritárias, três temas se standaram com aprovação de 94% dos sacerdotes: o ministério para jovens e adultos jovens, a formação familiar e preparação para o matrimônio da evangelização. Entre esses itens, uma formação familiar foi que obteve maior apoio.

Além dessas áreas de consenso, outras questões também foram amplamente aprovadas. Entre elas estão os temas pró-vida, abrangendo o começo e o filme da vida (94%), o combate à pobreza, a falta de moradia e a insegurança alimentar (94%), a assistência a imigrantes e refugiados (88%) e o ministério voltado a comunidade hispânica (87%).

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