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Música

Os méritos de Ace Frehley no começo do Kiss, segundo ex-colegas

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Ace Frehley — que nos deixou nesta quinta-feira, 16, aos 74 anos — teve um talento incontestável enquanto guitarrista. Especialmente em seus primeiros anos de Kiss, o músico apresentou riffs, solos e até composições por completo que entraram para a história do hard rock.

Nomes que se provariam importantes para o instrumento nos anos seguintes não hesitam em citá-lo como influência. De Dimebag Darrell (Pantera) a Mike McCready (Pearl Jam), são muitos os nomes que exaltam o Spaceman.

Apesar disso, a sensação passada quando se analisa a carreira de Frehley por completo é que ele nunca aproveitou todo o seu potencial. Tendo problemas com álcool e drogas, o guitarrista acabou saindo da banda em 1982, não conseguiu repetir o sucesso sozinho e não ofereceu muito ao retornar para uma contestada segunda passagem entre 1996 e 2002.

Paul Stanley e Gene Simmons, líderes do Kiss, nunca esconderam a admiração que têm por Ace enquanto músico. Por outro lado, não deixam de criticá-lo pelas situações “extracampo”.

Em entrevista à Guitar World, no ano de 2014, a dupla voltou a falar sobre o Spaceman — e a deixar claro que talento faltava por ali. Gene, inicialmente, declarou:

“Como músico, você tem que dar créditos a ele. Ele sabia das coisas. Quando ele se importava — durante os três primeiros discos, eu diria —, ele era ótimo. Dava até para cantar aqueles solos dele. Era como ópera. A integridade de seu estilo era instantaneamente reconhecível. Assim que ele tocava, você sabia que era ele. Este é provavelmente o melhor elogio que você pode fazer a um guitarrista.”

De fato, foi a partir do quarto álbum de estúdio, Destroyer (1976), que a situação começou a desandar. O guitarrista passou a se envolver mais com álcool e drogas, reduzindo suas contribuições em estúdio. No disco citado, chegou a ser substituído em alguns momentos por músicos de estúdio.

Ace Frehley, guitarrista do Kiss, em 1976 (Foto: Tom Hill / WireImage)
Ace Frehley, guitarrista do Kiss, em 1976 (Foto: Tom Hill / WireImage)

 

Por sua vez, Paul Stanley destacou que, mesmo em tempos recentes, seguiu falando bastante sobre Ace Frehley em entrevistas.

“Eu digo às pessoas: ele realmente sabia fazer aquilo. Ele pode discutir o quanto quiser sobre o fato de ele ainda tocar da mesma forma, ou dizer o que quiser para explicar por que ele não ascendeu para algo ainda maior. Todos têm direito a uma opinião. Mas eu vi alguém jogar um talento fora.”

Para concluir, Simmons comentou:

“Antes das drogas, do álcool e de tudo, ele era basicamente Ace, um cara amável. Todos nós cuidávamos dele. Eu o amava. Amo o ‘Ace endireitado’. Mas odeio qualquer viciado em drogas, pois eles estão possuídos.”

Gene Simmons e Ace Frehley, do Kiss, em 1977 (Foto: Michael Putland / Getty Images)
Gene Simmons e Ace Frehley, do Kiss, em 1977 (Foto: Michael Putland / Getty Images)

 

Ace Frehley e o Kiss

Ace Frehley foi o último integrante original a entrar para o Kiss, ainda em 1973. Permaneceu até 1982, sendo creditado por todos os álbuns até ali — embora não tenha tocado de verdade em Creatures of the Night (1982), nas faixas inéditas da coletânea de Killers (1982) e em parte do material inédito do ao vivo Alive II (1977), além de canções isoladas de alguns outros trabalhos.

Voltou em 1996, junto do baterista Peter Criss, para uma turnê com a formação original. Após a realização de uma tour de despedida que não encerrou de fato a banda, Frehley se desvinculou do grupo em definitivo no ano de 2002. Nesse período, gravou apenas duas faixas do álbum Psycho Circus (1998).

Ele faleceu nesta quinta-feira, 16, aos 74 anos, semanas após ter sofrido uma queda em seu estúdio caseiro. O músico teve hemorragia cerebral e não resistiu à lesão.

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Igor Miranda (@igormirandasite)
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Começou em 2007 a escrever sobre música, com foco em rock e heavy metal. É colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022 e mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, revista Roadie Crew, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram e outras redes: @igormirandasite.



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