Celebridade
Nova coleção de designer evoca gesto artístico e promove beleza como ato de resistência

Na nova coleção apresentada na temporada de Nova York, a designer americana Ulla Johnson (51) amplia o território estético que vem construindo ao aprofundar sua relação com o universo das artes visuais. Desta vez, o diálogo se estabelece com a artista Helen Frankenthaler (1928-2001), figura central do expressionismo abstrato norte-americano.
A escolha não é apenas uma reverência à artista, mas um ponto de partida para refletir sobre o valor da beleza e da leveza dentro de uma lógica criativa aplicada na moda que, historicamente, associou o feminino ao superficial. Johnson reconhece o impasse e propõe uma abordagem mais direta.
Em vez de evitar elementos tradicionalmente considerados ‘bonitos’, ela os assume como linguagem própria. Tecidos esvoaçantes, aplicações de penas, franjas e cores que evocam as pinceladas fluidas de Frankenthaler reforçam esse grande gesto de afirmação.
As referências às obras escolhidas, como Western Dream, Nature Abhors a Vacuum e Moon Tide, aparecem não só nas estampas e nas composições cromáticas, mas também na maneira como as formas escapam de estruturas rígidas, sugerindo um movimento contínuo, quase sem limite.
A ideia de expansão aparece também na forma como Johnson amplia os códigos visuais já conhecidos em seu trabalho. As bolsas, por exemplo, incorporam as cores e texturas inspiradas nas obras de Frankenthaler e se tornam novo espaço de experimentação dentro da coleção.
Ao traduzir elementos normalmente aplicados ao vestuário para os acessórios, a estilista reforça sua proposta de construir uma narrativa mais coesa, em que cada peça da coleção contribui para a identidade estética da marca.
Leia mais: Estilista libanês evoca opulência e promove universo de esplendor e fantasia
