Música
As duas razões pelas quais o Pink Floyd não voltará, segundo David Gilmour

O Pink Floyd deixou de estar em atividade no ano de 1994. Nunca houve um encerramento oficial: o grupo apenas parou de trabalhar.
Ocorreram reuniões em 2005 (para o Live Aid, sendo a última com a formação clássica, que não existia desde 1985), 2014 (apenas para lançamento do álbum de sobras The Endless River) e 2022 (para o single beneficente “Hey Hey Rise Up”). Todavia, sem retomada em modo definitivo.
Independentemente da formação — seja com ou sem o dissidente Roger Waters —, o Pink Floyd não voltará. Ao menos é o que afirma David Gilmour, vocalista e guitarrista que liderou a banda em seus anos finais.
Ao longo dos anos, o músico citou duas razões para manter o grupo na “geladeira”. A primeira é a recusa de tentar “capturar o passado” sem recair em “viagem nostálgica”. A segunda tem a ver com uma ausência forte: a do tecladista Richard Wright, falecido em 2008.
David Gilmour, Pink Floyd e a “nostalgia”
Em entrevista de setembro de 2025 à Associated Press (transcrita pela Rolling Stone Brasil), David Gilmour foi perguntado sobre a possibilidade de volta do Pink Floyd. Ele garantiu, com todas as palavras, que “não irá acontecer”. E explicou o primeiro motivo citado.
“Como posso ser mais claro? Não irá acontecer. É impossível capturar o passado. Recriar algo é uma tentativa vaidosa e por vezes valente. Mas me diga alguma vez que algo assim tenha funcionado e não seja meio que uma viagem nostálgica.”
Gilmour, que lançou em 2024 o álbum solo Luck and Strange, declarou que gostaria de priorizar o presente e o futuro. Seu passado é inevitavelmente abordado, mas não deve ser protagonista de sua produção artística.
“Minha ambição é trabalhar e olhar para frente. Não quero descartar o passado, mas também não quero me escorar tanto nele.”
Ausência de peso para David Gilmour
Em entrevista à Classic Rock, publicada em janeiro deste ano, David Gilmour disse ter colocado “toda essa coisa do Pink Floyd para hibernar há muitos, muitos anos”. E o motivo mencionado nesta ocasião é a ausência do tecladista Richard Wright.
“É impossível voltar sem o Rick. E eu não gostaria. Está encerrado.”
Além disso, Gilmour afirma estar contente com sua carreira solo. Ele complementou:
“Estou muito feliz e satisfeito com a pequena equipe que tenho ao meu redor hoje em dia. Tivemos muitas ofertas para fazer turnês, mas estou nessa posição egoísta de ter dinheiro mais do que suficiente e ter tido fama mais do que suficiente.”
David também foi pontual em esclarecer que não tem qualquer insatisfação com o trabalho realizado junto ao Pink Floyd. Talvez por isso ele não esteja disposto a considerar uma expansão desta obra.
“Simplesmente não preciso dessas coisas hoje em dia. Não gostaria que ninguém tivesse a impressão de que não estou cem por cento feliz e satisfeito com o trabalho que fiz com o Pink Floyd ao longo dos anos, que foram produtivos, satisfatórios e alegres, principalmente. É fantástico. Mas meu foco agora é diferente.”
O gigante Pink Floyd
O Pink Floyd saiu de cena como uma das maiores bandas da história. Estima-se que tenha vendido mais de 250 milhões de discos em todo o planeta. Dois de seus álbuns estão entre os mais populares de todos os tempos: The Dark Side of the Moon (1973) e The Wall (1979), respectivamente com 45 e 30 milhões de unidades comercializadas.
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