Música
Por que Bruce Dickinson deixou o Iron Maiden em 1993

No dia 28 de agosto de 1993, Bruce Dickson fazia o último show de sua primeira passagem pelo Iron Maiden. Porém, é correto afirmar que o vocalista já vinha insatisfeito com os rumos da banda há um bom tempo — pelo menos desde 1986.
Afinal, o que levou à saída de Bruce?
Uma soma de fatores contribuiu para a debandada do vocalista. Porém, o motivo preponderante foi o descontentamento musical, conformou o próprio vocalista revelou eu sua autobiografia, What Does This Button Do? (2017), lançada no Brasil como Bruce Dickinson: Uma Autobiografia.
Ao comentar sobre sua saída do Maiden, o cantor afirmou, referindo-se ao fim da turnê do álbum Fear of the Dark, lançado em 1992 (transcrição via Loudwire):
“Estávamos voltando para casa, e era mais um sucesso autossatisfeito. Eu havia tentado expressar minhas preocupações sobre o som e a produção dos nossos álbuns, sobre a presunção de perfeição e a falta de críticas honestas dentro da banda. Todos me olhavam como se eu tivesse enlouquecido. Talvez eu tivesse, ou talvez estivéssemos na lenta trajetória de uma luxuosa extinção criativa.”
Quase uma década de insatisfação
A verdade é que Bruce Dickinson já vinha torcendo o nariz para os discos da banda desde Somewhere in Time (1986), quando sequer contribuiu com o processo criativo. Desgastado pelo ritmo insano de turnês, o cantor até sugeriu algumas músicas que acabaram descartadas por soarem leves demais.
Com a exceção de Seventh Son of a Seventh Son (1988), que o vocalista costuma elogiar e apontar como sendo uma de duas obras favoritas, os trabalhos seguintes também não o agradaram — No Prayer for the Dying (1990) e o já citado Fear of the Dark.
Muito disso se deve à produção. A partir de No Prayer for the Dying, o Iron Maiden passou a gravar no estúdio móvel instalado dentro de um celeiro de propriedade de Steve Harris.
Bruce jamais aprovou o som daquele local. Suas rusgas com o baixista chegaram a um patamar impraticável, incluindo divergências musicais a níveis de composição.
Bruce Dickinson solo e Iron Maiden sem ele
Em 1990, Dickinson já havia lançado seu primeiro álbum solo, Tattooed Millionaire, com uma sonoridade totalmente distinta da praticada pela Donzela de Ferro.
Ainda durante a turnê de Fear of the Dark, ele comunicou sua saída da banda. Seu foco passou a ser a carreira solo. Blaze Bayley assumiu o posto de vocalista do Iron Maiden.
Com Blaze nos vocais, o Maiden lançou dois discos — The X Factor (1995) e Virtual XI (1998) — que não caíram nas graças dos fãs. Em 1999, foi anunciada a volta de Bruce Dickinson, assim como a do guitarrista Adrian Smith.
The Town
Bruce Dickinson retorna ao Brasil em 7 de setembro para show único no The Town, em São Paulo. Na ocasião, divide a programação com Green Day, Iggy Pop, Sex Pistols com Frank Carter, entre outros.
O vocalista promete cantar uma música do Iron Maiden: “Revelations”, do disco Powerslave (1984). A ideia é, com essa faixa, celebrar os 40 anos da primeira visita do Maiden ao Brasil, no festival Rock in Rio, dos mesmos criadores do The Town.
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