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Paciente em depressão há 31 anos experimenta alegria intensa após tratamento experimental

Um homem de 44 anos, diagnosticado com depressão grave e contínua por mais de três décadas, alcançou uma melhora inédita após passar por um tratamento experimental de estimulação cerebral. Além da depressão, ele também sofria de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e crises de pânico desde a infância, enfrentando múltiplas hospitalizações, 19 medicamentos diferentes e até terapia eletroconvulsiva, sem sucesso duradouro.
O que é a eletroestimulação cortical adaptativa personalizada (PACE)
O procedimento inovador, chamado PACE (Personalized Adaptive Cortical Stimulation), consiste em uma forma de estimulação cerebral minimamente invasiva, direcionada a regiões específicas do cérebro mapeadas por meio de ressonância magnética funcional. No caso do paciente, a técnica identificou uma rede de saliência atípica, quatro vezes maior que a de pessoas saudáveis, já associada à depressão resistente.
Após a implantação de quatro eletrodos em áreas estratégicas do cérebro, a resposta foi quase instantânea. O paciente relatou sentir uma “alegria avassaladora”, acompanhada de lágrimas e sensação de leveza, algo que ele nunca havia experimentado em sua vida adulta.
Outros padrões de estimulação provocaram relaxamento ou ansiedade, mostrando que o método precisa ser adaptado individualmente, mas abrindo portas para personalização em psiquiatria.
Melhora sustentada por mais de dois anos
Em apenas sete semanas, a ideação suicida do paciente desapareceu. Após quatro meses, os testes clínicos indicaram melhora de 59% no humor, com benefícios mantidos por pelo menos 30 meses. Segundo os pesquisadores, esse foi o maior período de bem-estar contínuo que o paciente viveu em décadas.
Apesar do sucesso, trata-se de um único caso clínico, ainda em fase inicial de estudo e sem revisão por pares. Mesmo assim, especialistas veem na PACE um potencial revolucionário para pessoas que não respondem aos tratamentos convencionais. A próxima etapa será a realização de ensaios clínicos em maior escala para avaliar a segurança e eficácia da técnica em outros pacientes.