Celebridade
‘Novela que o público sentia falta de ver’

Gabriela Loran integra o elenco de Três Graças; em entrevista à CARAS Brasil, a atriz fala sobre a novela e parceria com Sophie Charlotte
Gabriela Loran (32) vive uma nova fase de sua carreira e já começou os trabalhos com Três Graças, próxima novela do horário nobre da Globo prevista para estrear no final de outubro. A história escrita por Aguinaldo Silva (82) marca a primeira personagem fixa da atriz em uma trama das nove da emissora.
Em entrevista à CARAS Brasil, Gabriela Loran destaca a expectativa envolvendo Três Graças e avalia audiovisual para mulheres trans. Na novela global, ela dá vida à Viviane, melhor amiga da protagonista Gerluce, papel de Sophie Charlotte (36) e confessa ao falar desta parceria.
“Sem dúvida, ela é um dos maiores presentes que ganhei nesta novela. Desde o nosso primeiro encontro, ainda na fase de testes, senti a energia acolhedora dela. Sophie tem um olhar que abraça, que transmite conforto. Talvez por ambas sermos taurinas, a conexão foi imediata na preparação. Ainda não gravamos muitas cenas juntas por conta da dinâmica de filmagem, mas já na preparação me senti muito feliz em poder somar com ela, ouvir seus conselhos e aprender com sua postura doce, atenta e segura. É uma parceira de cena muito especial”, declara.
A atriz menciona que, já no primeiro contato com o texto, sentiu uma conexão muito forte com a personagem e menciona: “Foi uma identificação imediata”. Gabriela Loran revela que fez o teste para novela com o apoio e os conselhos de Marisa Orth (61), por isso foi cheia de vontade em conquistar o papel de Viviane.
‘É o tipo de novela e de personagens que eu acho que o público sentia falta”
Três Graças marca o retorno do renomado autor Aguinaldo Silva ao horário nobre da emissora e parece que o canal não pretende poupar esforços nesta volta! Gabriela Loran abre os bastidores da novela e entrega o que o público pode esperar.
“Acredito que essa é uma trama e um enredo que estávamos sentindo falta na teledramaturgia. Quando li os capítulos, fiquei muito feliz em fazer parte desse projeto, pois é o tipo de novela e de personagens que eu acho que o público sentia falta de ver. Podem esperar muita emoção, suspense, risadas e momentos de grande conexão. É uma novela que parte de um lugar muito próximo do público, com personagens reais, do dia a dia, com quem as pessoas vão se identificar”, diz.
Abaixo, confira trechos editados da entrevista da atriz Gabriela Loran à CARAS Brasil.
Quais as expectativas com Três Graças e o que podemos esperar?
– Minhas expectativas estão muito altas […] Não há catarse maior do que se reconhecer na TV, enxergar a verossimilhança e se conectar verdadeiramente com o que está sendo contado. Esse é um grande diferencial da obra.
Grandes nomes da atuação integram o elenco de Três Graças, como foi contracenar com eles?
– Primeiro, é uma honra poder compartilhar a mesma obra com atores tão talentosos. Ainda não tive a oportunidade de contracenar diretamente com a Grazi [Massafera], mas durante a preparação tivemos trocas muito enriquecedoras. Ela é uma atriz extremamente entregue e completa, admirável na forma como mergulha no personagem. Fora de cena, é uma pessoa muito simpática, sincera e honesta, sempre com comentários construtivos. Amei poder me aproximar, mesmo que brevemente, da Grazi.
E como é contracenar com o Pedro Novaes?
– Participamos da preparação juntos e, até o momento, gravamos apenas uma cena. Mesmo assim, tem sido uma troca muito positiva. Ele é um ator que se entrega completamente, se joga na cena e tem uma escuta atenta. Possui bons conselhos, está sempre aberto a ouvir, trocar e experimentar coisas novas. Essa disponibilidade torna o trabalho muito mais rico, especialmente porque vamos passar um ano inteiro juntos nesse projeto. Tenho certeza de que será um período muito produtivo e prazeroso, e espero construir uma amizade com ele e com a Grazi, dentro e fora do set.
Como concilia tantos projetos na carreira ao mesmo tempo?
– Eu sempre fui muito trabalhadora e apaixonada pelo que faço. Não recuso trabalho, porque tudo isso é fruto de muito pedido, esforço e dedicação. Além de Três Graças, também estou gravando Arcanjo Renegado. A agenda é corrida, mas é exatamente a vida que eu sempre sonhei. Não posso reclamar, apenas agradecer e aproveitar cada oportunidade.
Qual a importância de uma atriz trans estar conquistando este espaço no audiovisual e no horário nobre de uma novela?
É extremamente importante porque só conseguimos combater o preconceito mostrando que existimos e que fazemos parte da sociedade de forma plena. Comecei na novela das seis e hoje estou vivendo minha primeira personagem fixa na novela das nove, do início ao fim. Isso é revolucionário e gratificante. Já tive participações marcantes, como em Renascer com a personagem Maite, mas agora estar no elenco fixo com uma personagem tão rica, complexa e cheia de nuances tem um sabor muito especial.
Em que pontos nossa sociedade precisa melhorar para proporcionar maiores oportunidades à mulheres trans?
– O Brasil ainda é o país que mais comete violência contra pessoas trans, e ocupar esse espaço no horário nobre é uma forma de mudar narrativas e inspirar outras pessoas. Estar nessa novela é um avanço, mas espero que seja apenas o começo. Continuo reivindicando papéis de relevância, com profundidade e protagonismo. E quero ver cada vez mais mulheres trans, mulheres negras e mulheres da periferia ocupando o audiovisual com personagens complexos e reais.
Como avalia este momento da sua carreira? Quais as novidades?
– Sempre quebrando barreiras. Vivo um momento extremamente frutífero e sou muito grata por cada oportunidade. Nos últimos anos, tenho falado sobre a necessidade de protagonismo e de viver personagens mais complexos e inseridos na trama. Essa fase representa muito para mim: mostra que pessoas trans, assim como qualquer outra pessoa, amam, vivem histórias reais e têm direito a mostrar isso na tela. O que nos falta é oportunidade, e estar nessa novela prova que essas oportunidades estão acontecendo. É um momento de reconhecimento, mas também de responsabilidade, para continuar abrindo portas para outras atrizes negras, trans e da periferia.
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