Celebridade
Lia Costa fala sobre desafios da cirurgia plástica e escolha consciente

Com especialidade em mama, abdômen e lipoaspiração, a médica reforça que resultados duradouros dependem de segurança, equilíbrio e expectativas reais
Lia Ormieres Costa cresceu em Pirassununga, no interior de São Paulo, cercada pela influência do pai, o cirurgião plástico Rubens Costa. Desde cedo, a medicina parecia um destino natural. “Minha mãe sempre dizia que eu falava em ser médica, mas sei que a influência do meu pai foi muito grande. Ele faleceu no meu último ano de faculdade, e mesmo assim continuei nos passos dele”, recorda.
Aos 19 anos, ingressou na Faculdade de Medicina de Jundiaí. Após a graduação, seguiu para o ABC, na região metropolitana de São Paulo, onde realizou residência em Cirurgia Geral e, em seguida, em Cirurgia Plástica. Buscou ainda um ano de especialização em reconstrução mamária no Hospital Pérola Byington. “Foram mais de 13 anos até me tornar cirurgiã. Cada etapa da formação teve seu peso e me preparou para olhar as necessidades das pacientes de forma ampla, unindo técnica e acolhimento”, explica.
Hoje, Lia divide sua rotina entre São Paulo, Santo André (SP) e Pirassununga. O retorno ao interior trouxe não apenas lembranças, mas também responsabilidades. “No começo, senti pressão pelo nome que meu pai construiu. Precisei aprender a equilibrar essa tradição com a minha identidade, para não ficar só atrelada ao legado dele e construir o meu próprio caminho”, afirma.
Cirurgias de mama, abdômen e lipoaspiração
Grande parte da atuação da cirurgiã está voltada para procedimentos de contorno corporal. As cirurgias de mama estão entre as mais frequentes, seja para aumento, redução ou levantamento. Para Lia, o impacto vai além da estética. “Quando falamos em mamas, não é apenas uma questão de imagem. Muitas mulheres sofrem com dores, limitações no dia a dia e até situações de constrangimento. A redução de mamas, por exemplo, devolve liberdade de movimento e qualidade de vida”, comenta.
Na mamoplastia de aumento, os questionamentos giram em torno da escolha da prótese. Lia ressalta que o tamanho não é o único fator. “O primeiro passo é verificar se a paciente tem condições clínicas para ser operada. Depois avaliamos medidas do tórax, grau de flacidez, volume já existente e o resultado desejado. Às vezes a prótese não é a melhor solução. Pode ser apenas levantar ou reduzir”, explica.
Sobre a troca, lembra que as orientações evoluíram. “Antes se falava em troca obrigatória a cada dez anos. Hoje, com próteses mais modernas, não existe esse prazo fixo. O acompanhamento deve ser feito com exames de imagem. As trocas ocorrem, em geral, por motivos estéticos, contratura da cápsula ou ruptura – que não é comum”, acrescenta.
A lipoaspiração também é bastante procurada, mas exige orientações claras. “A lipo é para contorno corporal, nunca para perda de peso. Existe um limite seguro de até 7% da gordura corporal que pode ser aspirado, mas o mais importante é avaliar o biotipo da paciente e deixar claro o que é possível alcançar”, explica.
Já a lipo de alta definição, conhecida como lipo HD, é um trabalho ainda mais delicado. “É uma escultura, em que criamos jogos de luz e sombra para evidenciar a musculatura. Só indico para pacientes com estilo de vida muito regrado. Caso contrário, o risco de deformidades no futuro é maior do que o benefício”, ressalta.
No caso do abdômen, a indicação pode variar entre a versão completa e a miniabdominoplastia. “Na completa, retiramos pele até acima do umbigo. Na mini, apenas a parte inferior. A escolha depende do grau de flacidez e do incômodo da paciente. A decisão correta evita frustrações e melhora o resultado final”, afirma.
Esses mesmos princípios se aplicam a pacientes que passaram por cirurgia bariátrica. “Eles enfrentam grande excesso de pele e flacidez, o que traz limitações e desconforto. As cirurgias pós-bariátricas devolvem não só a forma, mas também qualidade de vida, porque permitem retomar atividades do dia a dia com mais conforto”, descreve.
Entre as mulheres que buscam procedimentos após a gestação, Lia acrescenta a própria vivência como referência. “Depois do parto, é natural que a mulher olhe no espelho e não se reconheça. O recomendado é esperar pelo menos seis meses para pensar em cirurgia plástica, porque o corpo precisa estabilizar. Mais do que prazos, é o tempo do coração que importa. A maternidade transforma muito e precisamos respeitar essas fases”, reflete.
Humanização, preparo emocional e tecnologia
A escuta atenta é o ponto de partida de cada consulta. “Sempre pergunto o que trouxe aquela pessoa até mim. Muitas vezes não é apenas estética, mas um momento de vida. Preciso entender se é o momento certo para operar. Às vezes o mais difícil é dizer não, mas sei que isso pode evitar frustrações futuras”, diz.
Além disso, no pós-operatório, a ansiedade é uma constante. “Sempre digo que o resultado começa a aparecer a partir do terceiro mês. No início, há inchaço e desconforto, e isso pode gerar frustração se a paciente não estiver preparada. Por isso, faço questão de instruir detalhadamente e reforçar a importância da rede de apoio. Quando percebo ansiedade excessiva, às vezes indico avaliação psicológica”, afirma.
Embora a essência da cirurgia seja manual, Lia incorpora tecnologias como apoio. “Hoje temos vibrolipo, laser, argoplasma e ultrassom para auxiliar na retração da pele, reduzindo a necessidade de cortes maiores. Em alguns casos selecionados, até a robótica pode ser usada para corrigir diástases musculares e associar à lipoaspiração. Esses recursos não substituem a técnica, mas oferecem alternativas quando a paciente não deseja cicatrizes mais extensas”, explica.
O trabalho, seja antes, durante ou após a cirurgia, é sempre multidisciplinar. “Quando há necessidade de perda de peso antes da cirurgia, indico nutricionista. Na cirurgia conto a ajuda de cirurgião auxiliar, instrumentadora e anestesistas. No pós-operatório, indico fisioterapeutas para drenagens. É um cuidado conjunto, porque a plástica não é isolada”, pontua.
A clínica e o legado do pai
Além do atendimento em São Paulo e Santo André, Lia mantém a tradição em Pirassununga, à frente da Clínica Dr. Rubens Luís Costa. O espaço, fundado por seu pai, é um dos mais tradicionais da região. “A clínica faz parte da minha história. Cresci nesse ambiente e hoje tenho a oportunidade de dar continuidade a um trabalho que sempre foi reconhecido pela dedicação e pela proximidade com os pacientes”, diz.
Maternidade e futuro profissional
Mãe recente, Lia afirma que a experiência ampliou sua compreensão sobre o corpo e suas transformações. “Entendo de forma diferente o que significa entregar o corpo. A maternidade transforma não só o exterior, mas também o interior. Isso me trouxe ainda mais empatia pelas pacientes”, observa.
O futuro segue no horizonte com a mesma dedicação. “Quero seguir crescendo na prática. Quanto mais operamos, mais aprendemos. É uma jornada contínua”, afirma.
“O medo sempre vai existir, mas quando a vontade é maior do que o medo, é porque chegou a hora. O importante é estar com um profissional em quem confie e que caminhe junto com você em todo o processo”, alerta.
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