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Música

‘Lisonjeado de continuar esse legado’, diz Matheus Boa sobre ‘tick, tick… BOOM!’

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tick, tick… BOOM! conta a história de Jon, um jovem compositor nos anos 1990, com a ambição de escrever o maior musical daquela década. Escrita por Jonathan Larson, a produção é inspirada pelos próprios anseios do autor, responsável por Rent, que faleceu antes de testemunhar que, de fato, havia criado um dos maiores musicais dos anos 1990.

Atemporal, a obra conversa com aqueles que ainda ousam sonhar, como aconteceu com Lin-Manuel Miranda, autor dos musicais HamiltonEm um Bairro de Nova York, que levou tick, tick… BOOM! para os cinemas em 2021, com Andrew Garfield(Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa) — outro amante do teatro — no papel de Jon.

Quatro anos depois, um grupo de jovens atores do Rio de Janeiro decidiu apostar no poder inspirador de Larson para montar uma nova versão da peça e, mais de um ano após plantar a ideia, ela começa a dar frutos: estrelada por Matheus BoaCamille DutraPedro BaluDiego Monteztick, tick… BOOM! se aproxima do fim de sua primeira temporada no Teatro Solar de Botafogo, na zona sul carioca, com sessões esgotadas e, especialmente, a aprovação em massa do público.

'Apoio deu força para continuar', diz Matheus Boa, estrela da nova montagem de tick, tick... BOOM!, em cartaz no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)

“O mundo chama, é agora ou nunca mais”

A ideia para o espetáculo surgiu quase por acidente. Acostumados a estudar textos teatrais em grupo, tick, tick… BOOM! surgiu como uma das opções, sugerida por Pedro Balu, um dos intérpretes de Michael, melhor amigo de Jon: “Foi tão legal a leitura, tão maneira, que a gente pensou: ‘Será que isso vai pra frente? Será que isso tem futuro’”?, relembra Matheus Boa em conversa com a Rolling Stone Brasil.

A ideia ganhou força quando o grupo notou que, apesar do sucesso do filme de Lin-Manuel Miranda, que ganhou o Globo de Ouro e chegou a ser indicado ao Oscar, outros artistas ainda não tinham tido interesse em trazer a peça de volta aos palcos brasileiros:

“O filme é de 2021 e é muito louco que ainda não tinha vindo nada depois dele. Tudo bem que foi [lançado] no meio da pandemia, mas eu jurava que, nos anos seguintes, alguém ia trazer e não veio. Então, a gente falou: ‘Cara, temos que aproveitar esse momento, porque o filme deu um nome maior para o título'”, conta Matheus.

De uma possibilidade remota, tick, tick… BOOM! foi ganhando corpo: “Há coisas que nós achamos que são impossíveis de acontecer, ou que estão muito longe da realidade, e às vezes nem estão tão distantes assim”, reflete.

Os amigos, então, entraram em contato com a Music Theatre International, detentora dos direitos das obras de Jonathan Larson, e logo tudo “estava muito real e concretizado na nossa frente”, relembra. “Foi muito bacana ver esse processo sair de um sonho, de uma brincadeira até, para virar uma coisa real e concreta. Que a gente, de fato, materializa. Foi bem legal.”

'Apoio deu força para continuar', diz Matheus Boa, estrela da nova montagem de tick, tick... BOOM!, em cartaz no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)
‘Apoio deu força para continuar’, diz Matheus Boa, estrela da nova montagem de tick, tick… BOOM!, em cartaz no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)

“Sapatinhos se quebrando, o seu tempo está passando…”

Porém, o grupo levou quase dois anos para tirar tick, tick… BOOM! da ideia e levá-la aos palcos. Segundo Matheus, os planos surgiram no final de 2023, a aquisição dos direitos autorais ocorreu em março de 2024, o anúncio da nova montagem veio em outubro do mesmo ano e a estreia quase um ano depois, em agosto de 2025. E o processo não foi fácil:

“A gente tinha um receio de anunciar nossas caras, porque ainda somos atores mais para desconhecidos do que conhecidos no mercado. E pensamos muito em fazer um teaser que não mostrasse os nossos rostos, para ser algo mais misteriosos e gerar um alarde, tipo: ‘Meu Deus, quem vai fazer?’”, conta.

No final, o grupo decidiu ser aberto com os interessados — “até para não gerar uma quebra de expectativas” — e a resposta dos fãs acabou surpreendendo Matheus e os outros: “A recepção foi muito positiva. A gente via pessoas postando, comentando no Instagram, repostando nos Stories, e indo para outras redes sociais, no Twitter, no TikTok. Foi uma surpresa ver uma recepção tão positiva”, confessa o ator.

E, mesmo com o longo tempo desde o anúncio até a estreia da peça, o entusiasmo não morreu: “Fazer uma produção independente é difícil. A gente sempre tem percalços no caminho e as coisas acabam atrasando um pouco. Então nós ficamos muito impressionados com o quão bem éramos recebidos, mesmo com esse esgarçamento de tempo”, acrescenta.

“Foi muito reconfortante saber que as pessoas estavam com a gente e queriam muito assistir ao espetáculo, estavam curiosas para ver o que ia sair. O apoio deu muita força para a gente continuar”, completa Matheus.

“Como vai seguir?”

Passado o nervosismo inicial, era hora de dar vida a tick, tick… BOOM!. Matheus Boa, Pedro Balu e Caio Loureiro, diretor musical do espetáculo, basearam-se na versão de Bruno Narchi e Thiago Machado — veteranos do teatro musical, que montaram tick, tick… BOOM! pela primeira vez em São Paulo, em 2018 —, mas a tarefa para Matheus era um pouco mais complicada: dar vida a Jon, uma versão do próprio Jonathan Larson.

“É um papel dos sonhos. É maravilhoso. Eu amo o texto, amo as músicas e queria muito estar ali fazendo isso. Porém, ao mesmo tempo, eu tinha muito medo, porque é uma responsabilidade muito grande”, confessa. “Apesar de ser uma peça semibiográfica, é um papel que não tem como não ter a influência da pessoa verdadeira, do ícone que era o Jonathan Larson. E também tinha o filme, que era uma coisa que me botava preocupação.”

Matheus diz que só conseguiu encontrar a sua versão do Jon quando saiu de sua própria cabeça e tentou aproximar a própria experiência no teatro com a de seu personagem: “Ele é parecido comigo em vários lugares, então vamos tentar misturar a ficção com a realidade e tentar trazer um pouco de mim para esse personagem. Afinal, tem um pouco dele em todos nós, que somos artistas. Foi um processo bacana de tentar me despir da vaidade, de tentar seguir por um caminho parecido com o que fizeram antes e encontrar um caminho que funcionasse para mim. Para nós”, completa.

'Apoio deu força para continuar', diz Matheus Boa, estrela da nova montagem de tick, tick... BOOM!, em cartaz no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)
‘Apoio deu força para continuar’, diz Matheus Boa, estrela da nova montagem de tick, tick… BOOM!, em cartaz no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)

Apesar do trabalho individual para a construção do personagem, Matheus confessa que, se não fosse o trabalho e empenho de todos os envolvidos na produção de tick, tick… BOOM!, o espetáculo talvez tivesse ficado apenas na ideia:

“Se não fosse a Camille de Susan, o Pedro e o Diego de Michael, as meninas, Luiza [Lewicki], Julia [Varga[ e Marcela [Pires], dirigindo, o João [Ferreira], nosso assistente de direção… Se não fossem todas essas pessoas trabalhando junto e trabalhando comigo, a gente não teria chegado no resultado que a gente chegou”, diz. “Eu só consigo ser extremamente grato a todas as pessoas maravilhosas que estão ali trabalhando com a gente e que, no fim das contas, emprestaram um pouquinho delas mesmas para criar o Jon, essa figura que é como uma alma do artista presente em todos nós.”

“Eu fico muito lisonjeado de poder continuar esse legado, de poder espalhar a mensagem que essa peça traz, que é de aproveitar o tempo que você tem, de fazer o melhor que você puder fazer com os recursos que você tem e de seguir os seus sonhos. Eu fico até emocionado. Eu amo muito”, completa Matheus.

SERVIÇO tick, tick… BOOM!:

  • Temporada: Até 30 de agosto
  • Local: Teatro Solar de Botafogo
  • Endereço: Rua General Polidoro, 180 Botafogo Rio de Janeiro/RJ
  • Dias e horários: Quartas, quintas, sextas às 20h, sábado (23) sessão dupla às 16h e às 20h, sábado (30) às 20h
  • Duração: 100 min.
  • Classificação: 14 anos
  • Ingressos: De R$ 50 (meia entrada) a R$ 100 (inteira)
  • Vendas:Sympla

FICHA TÉCNICA:

  • Elenco: Diego Montez, Pedro Balu, Camille Dutra e Matheus Boa
  • Direção Artística: Luiza Lewicki, Julia Varga e Marcela Pires.
  • Direção Musical: Caio Loureiro
  • Direção de Movimento: 53 produções
  • Cenografia: Pugli
  • Ass. de Direção: João Ferreira
  • Design de Som: Guilherme Benna
  • Produção: Play It Produções
  • Produção Executiva: Flávio Boa
  • Direção de Produção: Gabriel Barbosa
  • Ass. de Produção: Layla Santos
  • Design e Identidade Visual: Beatriz Monken e Daniel Lima
  • Assessoria de imprensa: MercadoCom (Ribamar Filho e João Agner)

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