Celebridade
‘Tinha que segurar ser gay’

Em entrevista exclusiva, Vitor diCastro fala sobre preconceito, casamento, divórcio e a importância de criar referências gays
O ator e apresentador Vitor diCastro (36) abriu o coração sobre os desafios que enfrentou para construir sua carreira. Formado em Artes Cênicas, ele relembrou que, apesar da paixão pelo ofício, precisou lidar com o preconceito dentro do próprio meio artístico por ser gay.
‘Falavam que eu tinha que segurar esse negócio de ser gay’
Em entrevista exclusiva à Ilha de CARAS by Gav Resorts, Vitor contou que escutou orientações que o marcaram no início da trajetória.
“Nos testes, os diretores e produtores de elenco falavam que eu tinha que dar uma segurada nesse negócio de ser gay, que não podia performar tanto”, revelou.
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Segundo ele, a cobrança para esconder sua identidade evidenciava a falta de espaço e de naturalidade para atores gays no mercado.
A busca por referências após o divórcio
Além da carreira, Vitor também lembrou de um momento delicado da vida pessoal: o fim do casamento:
“E quando me divorciei procurei filmes para assistir, peças que poderiam me ajudar a lidar com esse turbilhão de sentimentos, mas percebi que faltavam referências gays. Porque a gente ainda está batalhando pelo direito de o gay casar. Só que eu, por exemplo, sou um gay que casou e se divorciou. Eu já vivi isso, casei em 2018, no ano do Bolsonaro. Já fiz esse ato político e vivi, lindo, fui um casal para todo mundo ver e quando cheguei a essa parte do divórcio, percebi que não tinha referência”, contou.
Referência para novas gerações
Ao analisar a própria experiência, o ator reforçou a importância de ocupar espaços e criar novas narrativas.
“Se não tem e tenho a possibilidade de fazer algo que sirva de referência, então que seja”, refletiu o artista.