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Você é muito sensível? A ciência diz que isso pode afetar sua saúde mental
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Uma revisão de 33 estudos, conduzida pela Queen Mary University de Londres com mais de 12 mil participantes, identificou uma associação moderada entre pessoas muito sensíveis e sintomas de ansiedade, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático e fobia social. A intensidade das conexões variou, mas o padrão foi claro: quanto maior a sensibilidade, maior a probabilidade de vivenciar dificuldades emocionais.
Pessoas altamente sensíveis (PAS) são aquelas que processam estímulos e informações de forma mais intensa do que a média. Elas percebem mudanças sutis no ambiente, reagem de maneira profunda a emoções e podem se sentir facilmente sobrecarregadas em situações movimentadas.
Esse traço não é um transtorno, mas uma característica de personalidade que existe em um espectro. Cerca de 31% da população apresenta alta sensibilidade, enquanto 40% têm sensibilidade média e 29%, baixa.
Os sinais de que você pode ser altamente sensível
Pesquisadores utilizam questionários para identificar a sensibilidade. Perguntas comuns incluem:
- “Você é mais afetado pelo humor de outras pessoas do que a maioria?”
- “Você se sente sobrecarregado quando muita coisa acontece ao mesmo tempo?”
Além disso, estudos de neuroimagem mostram que pessoas sensíveis têm maior ativação em áreas do cérebro ligadas à empatia, ao processamento social e ao pensamento reflexivo.
Quando a sensibilidade se torna um desafio
Nem todos os aspectos da sensibilidade estão ligados a problemas emocionais. Por exemplo, a sensibilidade estética, como se emocionar profundamente com arte ou música, não apresentou forte associação com transtornos mentais.
Já a baixa tolerância a estímulos e a tendência a se sentir sobrecarregado tiveram vínculos mais intensos com sintomas psicológicos.
Por que os profissionais de saúde devem considerar esse traço?
Apesar da relevância, a sensibilidade ainda não é avaliada de forma rotineira em consultas médicas e psicológicas. Reconhecer essa característica pode ser útil para adaptar terapias e intervenções. Estudos sugerem que pessoas altamente sensíveis respondem bem a práticas de mindfulness, que ajudam a regular emoções e reduzir a sobrecarga sensorial.
Limitações e próximos passos da pesquisa
Grande parte dos estudos analisados envolveu mulheres jovens universitárias, o que pode limitar a generalização dos resultados.
Além disso, a maioria foi transversal, ou seja, avaliou os participantes em um único momento, sem estabelecer relação de causa e efeito.
Mesmo assim, os pesquisadores defendem que a alta sensibilidade deve ser considerada um fator importante para entender o bem-estar psicológico e personalizar tratamentos.
Estes são os impactos da ansiedade social na sua saúde mental