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Celebridade

Autêntica, Larissa Bocchino foge dos rótulos e padrões: ‘Não quero me limitar’

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Durante o especial CARAS Inverno, a atriz Larissa Bocchino diz que passou a focar em projetos para ter autonomia artística

Quem viu Larissa Bocchino (27) vencendo o Melhores do Ano por sua Quinota, da novela global No Rancho Fundo, nem imagina que a fogosa lvonete, de Guerreiros do Sol, trama do Globoplay, nasceu antes da protagonista que brilhou no folhetim das seis. Guerreiros, gravada em 2023, foi a porta de entrada da atriz em uma nova realidade, cheia de oportunidades.

Convidada da Temporada de Inverno de CARAS, em Campos do Jordão, ela fala sobre seus próximos projetos, e sua força inabalável de poder ser livre para ser quem ela realmente quiser, sem amarras ou imposições.

– Guerreiros do Sol, na verdade, foi sua estreia na Globo…

– Abriu muitas portas para mim. A produtora de elenco de No Rancho Fundo me conheceu a partir do teste de Guerreiros. Uma coisa levou à outra. Foi uma escola de atuação muito grande. Convivi com muitos atores nordestinos e o sotaque me levou a fazer a novela seguinte com mais solidez. Me dá orgulho fazer parte disso. 

– Você é mineira, mas tem uma relação forte com o Nordeste.

– Meus pais nasceram em Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais. Muitos de lá se consideram baianos e não mineiros, porque é muito mais perto da Bahia do que da capital, Belo Horizonte. O próprio sotaque tem muita similaridade ao sotaque baiano. Minha mãe morou seis anos em Recife, a família do meu avô é toda de Caruaru, passei minha infância indo para lá. Quando surgiram os rumores dessa novela, pedi muito para o universo para que desse certo. Depois, descobri que meu bisavô foi do bando de Lampião. Esse meu parente saiu fugido do cangaço e se deu o nome de Assis para assumir outra identidade e eu carrego esse nome também. Acho isso muito simbólico. É uma história que faz parte de todos os brasileiros. Foi a partir dessa obra que fui pesquisar minhas raízes. Em todo personagem que construímos, precisamos enxergar em si lugares semelhantes. É a busca do autoconhecimento. A lvonete, por ser uma mulher forte e dona de si, me trouxe um empoderamento que eu nem achava que tinha. Foi legal brincar com esse lado sexual, que muitas vezes é um grande tabu para a mulher.

Leia também: Estrela de No Rancho Fundo, atriz já foi professora e revela desejo: ‘Comecei a ter sonhos’

– No fim do ano passado, você venceu o Melhores do Ano como Revelação e agora emplaca outro grande papel. Como sua vida mudou após esses trabalhos?

– Todo ator que faz novela na Globo sempre sonha com o Melhores do Ano. Ser reconhecido pela casa e pelo público é muito especial. Recebi muitas mensagens de carinho do público. Como eu sou atriz que tem ganhado reconhecimento aos poucos, as pessoas não sabiam me diferenciar da Quinota. Quando me viram como uma atriz politizada, defendendo o que eu acredito, as pessoas não acreditaram que essa menina era a mocinha da novela. Ano passado, fiz uma protagonista e ainda tive um prêmio no final. Este ano, temos Guerreiros e estou protagonizando um longa do Cao Hamburguer, uma produção voltada para o cinema, não necessariamente para o grande público. Na minha avaliação, eu sinto que preciso aprender a lidar com a minha ansiedade. Todo ator passa por crises profissionais. É uma profissão de montanha-russa. Já pensei em desistir 500 vezes e, mesmo fazendo bons trabalhos, é muito árduo. Você sempre está sendo testado aos olhos dos outros. Estamos sempre fazendo entrevista de emprego e, na maior parte das vezes, recebemos nãos. Comecei a ter lnstagram em 2012, ainda criança. Crescer com esse imediatismo nos coloca num lugar pouco saudável. Tem trabalhos em que não passei no teste, fiquei triste, mas depois passei em outros testes que, aliás, faziam mais sentido para mim.

– A pressão das redes e da constante comparação afeta você de alguma maneira?

– Eu apaguei o aplicativo do lnstagram para entrar com menos frequência. Entro só aos fins de semana. Sinto que fiquei mais saudável ao estar longe das redes. Falando de padrões de beleza, estamos num momento de ode aos iguais. O que é diferente assusta. Eu comecei a me entender como uma mulher bissexual de uns tempos pra cá. Me sinto pan, me atraio por pessoas. Não quero me limitar a gêneros. O mais legal é a diversidade. Há uma pressão, especialmente nesse meio artístico, de todos fazerem procedimentos. Eu respeito, mas eu sinto que vamos perdendo essas diferenças, esse senso de humanidade. Sinto falta de pessoas reais. Se eu fui a uma dermatologista duas vezes na vida, foi muito. Nunca fiz procedimentos de pele. O ruim é tudo ser tão impositivo. Os corpos deveriam ser plurais e as vivências também. Meninas da minha faixa etária começam a fazer procedimentos aos 20 anos, com o corpo ainda em formação. Eu sou uma atriz que não faço nenhum desses procedimentos. É difícil ficar olhando para essas coisas. De certa forma, também sou uma pessoa jovem e quero fazer parte disso. Mas por outro lado, não quero fazer parte. Parece que você precisa entrar nessa porque o mercado contrata essas figuras e isso vende. É um movimento bonito ser contra tudo isso.

– Você também é dona de uma produtora audiovisual e ainda comanda trabalhos por trás das câmeras, nos bastidores. Como surgiu essa vontade?

– Abri a produtora porque percebi um movimento de que precisava passar por etapas de aprovação que não dependem só de mim. Eu acho que esse lugar do artista ser sempre o empregado traz essa montanha-russa. Abrir a produtora me trazia uma autonomia maior de ser dona dos meus projetos.

– Como começou?

– Eu não tinha passado num teste na época e vinha de uma leva de nãos. Fiz curso de roteiro e direção, me formei em Letras também. Comecei a estudar cinema e escrevi meu primeiro roteiro, foi um curta. Minha avó de 70 anos conheceu um homem de 81 anos por aplicativo. Começaram a namorar e viajar pelo Brasil de carro. Me deu vontade de filmar uma das viagens deles. Uma paixão na terceira idade, com tesão, algo que atrelamos muito aos jovens. É um docudrama, uma ficção misturada com documentário. Estamos no processo de finalização do filme, lançamos em 2026.

– E já tem outro projeto?

– Fazer os meus projetos me alimenta como artista e criadora do que quero colocar para o mundo, com o meu olhar e sensibilidade. Meu próximo roteiro será outra brincadeira nessa linguagem do docudrama. Sinto que trabalho em várias vertentes. Serei júri do festival de curtas em Gramado e estou muito grata. Será minha terceira vez por lá. O Festival de Gramado abriu portas para mim, um filme que fiz ganhou dois Kikitos. Priorizo meus estudos e, aos 27 anos, ser júri de uma mostra de cinema é gratificante. Indica que estou na direção correta.

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