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Celebridade

‘Não é um caso isolado’

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Após Fernanda Gentil revelar drama com filho, a especialista Alessandra Paula explica o que realmente pode levar à interrupção precoce

Fernanda Gentil (38) surpreendeu ao contar que amamentou o filho Gabriel (9) por apenas 28 dias. A jornalista descreveu o período como “muito gourmetizado e romantizado” e explicou que, apesar de ter tentado de tudo, seu leite “secou”. Pouco tempo depois, insatisfeita com a aparência dos seios, ela passou por uma cirurgia de redução de mamas.

Para entender o caso, a CARAS Brasil ouviu Alessandra Paula, especialista em amamentação e recém-nascidos, que reforça: o relato de Fernanda é mais comum do que parece e levanta um debate importante sobre como a sociedade encara os desafios da maternidade.

Esse relato não é um caso isolado. Ele revela algo maior sobre como, hoje, a sociedade lida com desafios: se não for rápido, fácil e confortável, parece não valer a pena”, afirma Alessandra.

Segundo a especialista, a frase “meu leite secou” raramente está ligada a uma causa fisiológica: “Sempre digo que leite não seca do nada. Na ausência de fatores clínicos importantes, como cirurgias prévias nas mamas, alterações hormonais graves ou uso de medicamentos que interfiram na lactação, a produção de leite é uma resposta direta à demanda. Bebê que mama bem e com frequência, associado a manejo adequado, mantém a produção estável“, explica.

“Mas, em muitos casos, o que vemos não é um problema fisiológico, e sim um abandono precoce por falta de suporte e informação de qualidade”, completa.

Maternidade não se resume ao peito

Ao comentar a fala de Fernanda de que não se sente menos mãe por não ter amamentado, Alessandra concorda: “Ela está absolutamente certa. Maternidade não se resume ao peito. Mas a forma como descreveu a experiência como ‘gourmetizada’ revela uma frustração que poderia ter sido evitada.”

Para a especialista, amamentar não precisa ser romantizado, mas deve ser encarado como parte essencial do início da maternidade.

“Não é que a amamentação precise ser ‘romantizada’. Ela precisa ser encarada como necessária! Ser realista e bem conduzida. É exaustiva, exige adaptação e, sim, pode doer no início. Mas com orientação correta e apoio especializado, a grande maioria das mães consegue superar essas dificuldades e vivenciar uma amamentação confortável.”

A geração do imediatismo

“A geração atual não tolera o difícil, o cansativo, a entrega”, critica Alessandra: “Vivemos um tempo em que qualquer desconforto parece insuportável. Não é só com a amamentação: é com o parto, com a introdução alimentar, com o sono do bebê. Queremos soluções mágicas e imediatas, mas a biologia não obedece ao relógio da pressa.”

Ela reforça que desistir cedo nem sempre é falta de capacidade: “Ser mãe dá trabalho! Amamentar dá trabalho. É cansativo. Às vezes, exige persistência, ajustes técnicos e até um pouco de renúncia. Mas quando uma mãe desiste sem ter recebido o suporte adequado, não é porque ‘não tinha leite’. É porque o sistema, a rede de apoio e a cultura do imediatismo a deixaram sem ferramentas para continuar.”

O que realmente precisa mudar

Para Alessandra, a mudança começa com informação e acolhimento: “Mais do que apontar quem amamenta ou quem não amamenta, precisamos falar sobre educação, acolhimento e responsabilidade social.”

Ela defende o fim da visão fantasiosa da amamentação: “Precisamos parar de vender a amamentação como um conto de fadas. Precisamos normalizar pedir ajuda e receber intervenção especializada no início. E precisamos lembrar: o leite só seca quando falta apoio, não quando falta capacidade. Se queremos mudar essa realidade, precisamos trocar a lógica do ‘se não for fácil, eu desisto’ por uma nova frase: ‘Se é difícil, é porque ainda não tive a ajuda certa.’”

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