Celebridade
Marcos Oliveira, o Beiçola, faz reflexões sobre a vida no Retiro dos Artistas

Após anos afastado de projetos audiovisuais, o ator Marcos Oliveira compartilha lições de vida sobre sua profissão e o envelhecimento
O ator Marcos Oliveira (69), conhecido por interpretar Beiçola em A GrandeFamília, vive a nova fase de sua vida no Retiro dos Artistas, uma instituição que acolhe profissionais da cultura na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e contou os detalhes de como vê a vida profissional, o envelhecimento e a melhora na qualidade de vida após entrar para a instituição.
O depoimento dele foi dado em um mini documentário produzido pela própria organização para as redes sociais. Nas imagens, o ator contou sobre as peças de teatro que participou e destacou o personagem Beiçola de A Grande Família, que interpretou por mais de uma década.
Marcos destacou que seu ingresso no Retiro dos Artistas, em abril, aumentou sua qualidade de vida, uma vez que o artista havia entrado no que chamou de “declínio” profissional. “Não tinha mais condições de sobreviver, pagar o aluguel e não cuidar da saúde, foi aí que vim aqui pro Retiro, graças a Deus. (…) Estou vivendo tudo com a possibilidade de ter esperanças de trabalho.”, afirmou o ator. “O Retiro é maravilhoso. É um encontro de pessoas já com uma certa idade, que o mercado não aceita, e aqui você tem um amparo”, continuou ele.
O ator também detalhou sobre os desafios enfrentados por artistas experientes para se manterem vivos profissionalmente. “É difícil restabelecer sua condição de vida, de saúde e aprendizado para continuar no trabalho, na produtividade”, desabafou Marcos.
Marcos Oliveira fala sobre o etarismo no audiovisual
Além disso, ele destacou a influência do etarismo no mercado de trabalho, em especial no ramo cinematográfico. “As pessoas não querem você porque você é um velho, fracassado, motivo de deboche. Riem muito da sua cara. Fica sempre uma coisa meio duvidosa: até que ponto você foi engraçado e até que ponto: ‘Ah, olha lá, tá vendo. Tá lá no Retiro, se perdeu’”, compartilhou o antigo Beiçola.
O artista defendeu a ideia de que as pessoas se prendem muito ao passado, que apesar de ser grato pelos seus papéis, reconhece que artistas veteranos ficam presos em personagens específicos e não conseguem alavancar na carreira. “Tem uma sociedade e um monte de gente voltando para trás, com esse sentimentalismo do passado. Que, claro, foi bem, maravilhoso, mas foi do passado. Eu quero ir para frente, fazer coisas novas. Não quero ficar no passado. Eu não estou morto. Estou muito vivo e quero trabalhar”, refletiu Marcos.
Por fim, ele ainda trouxe reflexões sobre o envelhecimento e afirmou que se recusa a ficar parado. Tanto que ele está estudando dublagem no Retiro dos Artistas. “Temos que ter essa condição de vida de não parar. De sempre estar se atualizando”, aconselhou o artista.
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