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Najla Tayfour alia técnica e sensibilidade no combate ao câncer ginecológico

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Médica fala sobre o cuidado com pacientes em situações delicadas, o uso do laser íntimo, os tabus da endometriose e a força de manter viva a obstetrícia

A medicina que acolhe não precisa ser menos técnica. Para Najla Tayfour, ginecologista com atuação destacada em oncoginecologia, cirurgia minimamente invasiva e docência médica, o cuidado com a saúde da mulher exige não apenas conhecimento cirúrgico apurado, mas também acolhimento e sensibilidade diante de cada história que cruza o consultório.

Natural de Goiânia (GO) e hoje à frente do setor de oncoginecologia do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE), em São Paulo, Najla carrega em sua atuação a convicção de que precisão e empatia caminham juntas. “A forma com que você dá um diagnóstico pode sepultar a paciente antes mesmo de o tratamento começar. A maneira como a gente transmite uma notícia muda tudo”, afirma.

O envolvimento da médica com a saúde da mulher começou cedo, ainda durante a graduação na Universidade Federal de Goiás, quando, no quarto ano de Medicina, teve o primeiro contato com a obstetrícia. “Eu me encantei com a maternidade. Decidi fazer ginecologia pela obstetrícia. Foi o nascimento que me trouxe até aqui”, relembra.

Apesar de hoje estar profundamente envolvida com cirurgias oncológicas e minimamente invasivas, Najla faz questão de manter a obstetrícia como parte viva da sua prática clínica. “A obstetrícia é vida. Ela é o contrapeso dos momentos mais difíceis que vivencio na oncologia. Enquanto eu conseguir, quero continuar participando desses momentos de nascimento”, diz.

Liderança no serviço público e formação de novos profissionais

Desde 2010, Najla coordena o setor de oncoginecologia do IAMSPE, hospital referência em atendimento público no Estado de São Paulo. Além de atuar em cirurgias de alta complexidade, ela lidera um time que inclui médicos em formação. “Não ensino apenas a parte técnica. Eles aprendem comigo o que significa segurar a mão de uma paciente, olhar nos olhos e escutar com atenção. Isso também faz parte do tratamento cirurgico”, relata.

Essa vivência entre o centro cirúrgico e a sala de aula reforça sua crença de que o conhecimento não se limita ao bisturi. “Eu faço questão de operar com os residentes ao meu lado, mesmo fora do hospital. Ensinar é plantar consciência. Eles precisam saber que medicina não é só fazer. É também sentir”, diz.

A formação, no entanto, não a isenta dos desafios institucionais. “Trabalhar no sistema público exige ainda mais jogo de cintura. Muitas vezes faltam recursos, mas nunca pode faltar humanidade”, destaca.

Cirurgias oncológicas e decisões que mudam destinos

Na oncoginecologia, Najla atua em casos complexos: câncer de endométrio, câncer de colo do útero, ovário e tumores recidivados (como os de vulva, que exigem equipes multidisciplinares). A atuação nesses quadros vai além do procedimento. Envolve escuta, delicadeza e uma percepção ampliada do que é cuidar.

“Mesmo quando a medicina não pode mais oferecer cura, a gente pode garantir dignidade. E isso, para mim, é essencial”, comenta.

Em cada decisão cirúrgica, a segurança oncológica vem em primeiro lugar. “A via de acesso importa menos do que o resultado. Pode ser robótica, laparoscópica ou aberta. O que define como faremos a cirurgia é o que for melhor para aquela mulher, naquele momento”, explica.

Nos casos de endometriose profunda, por exemplo, ela opta quase sempre por cirurgia minimamente invasiva. Já em tumores específicos, como o de colo de útero, segue os protocolos mais conservadores. “A técnica muda, mas o foco não: segurança, integridade e acolhimento”, completa.

FOTO: Amanda Ocanha

A tecnologia a laser como aliada do bem-estar íntimo

Além das cirurgias, Najla oferece no consultório recursos que contribuem para a saúde íntima de suas pacientes — muitas delas em tratamento oncológico ou em fases como a menopausa. Uma das ferramentas é o laser Fotona, tecnologia não invasiva que estimula a produção de colágeno, melhora a elasticidade da mucosa vaginal e atua na lubrificação e no alívio de sintomas desconfortáveis.

“O laser é muito eficaz para incontinência urinária leve, ressecamento pós-radioterapia e casos de síndrome genitourinária da menopausa. Em alguns casos, a paciente já sente melhora na primeira sessão”, explica.

O procedimento é rápido, ambulatorial e sem necessidade de anestesia. Também pode ser utilizado no puerpério ou em mulheres que desejam recuperar a qualidade da relação sexual sem recorrer a intervenções mais invasivas.

“É uma alternativa que respeita o ritmo da mulher. Serve para quem quer se cuidar com conforto e segurança. Não é uma solução universal. Mas, em muitas situações, é um recurso que devolve autoestima e qualidade de vida”, acrescenta.

Endometriose, infertilidade e desinformação

A endometriose é outro tema frequente em seu consultório. Muitas pacientes chegam sem diagnóstico ou naturalizando sintomas como dor na relação ou cólica incapacitante. “Fomos ensinadas a aguentar dor. A paciente nem sempre sabe explicar onde dói, porque nunca foi incentivada a prestar atenção no próprio corpo”, observa.

Nem todo caso exige cirurgia, mas quando há comprometimento dos ovários ou trompas, a orientação precisa ser mais estratégica. “Nesses casos, discutimos a possibilidade de congelar óvulos antes da intervenção. É um planejamento que envolve idade, desejo reprodutivo e localização da lesão”, explica.

Sobre o medo de que a endometriose vire câncer, Najla esclarece: “Existe uma associação com um tipo específico de câncer de ovário, mas não é uma regra. A maior parte das mulheres com endometriose não terá câncer. Mas o acompanhamento é essencial”, reforça.

Escuta como ferramenta terapêutica

Além dos procedimentos e diagnósticos, a médica observa lacunas de informação que atravessam todas as faixas etárias. “Tem mulher que não sabe que é normal ter secreção vaginal. Acha que tudo é infecção. Isso é básico, mas ainda muito mal orientadas”, aponta.

Para ela, a consulta ginecológica é, sobretudo, um espaço de escuta e educação. “Oriento desde higiene íntima até posturas sexuais que possam causar dor. Às vezes, só no segundo retorno a paciente consegue falar sobre isso, pois nunca prestou atenção no seu corpo. A gente precisa de tempo para ouvir”, diz.

Essa escuta se estende às redes sociais, onde publica com moderação, mas com responsabilidade. “Não sou a médica que posta todo dia, mas sei que muitas pacientes vão atrás disso antes da consulta. Ver uma fala sensata ali, com linguagem simples, já cria confiança”, explica.

O amor como fio condutor da trajetória

Najla faz questão de lembrar que sua carreira foi moldada por escolhas conscientes, mas também por pausas necessárias que envolviam a maternidade. Esse equilíbrio entre a profissão e ser mãe também se reflete na forma como ela cuida das suas pacientes.

“A obstetrícia é um espaço que escolhi manter justamente para equilibrar. Lido com muita perda na oncologia. E o parto é vida, é renascimento”, comenta.

Entre os dias de consultório, salas cirúrgicas e rotina pessoal, ela segue participando de livros e projetos editoriais, como a série “Mulheres na Ginecologia”, e prepara novos lançamentos sobre carreira e oncologia. “Quero contar minha história e inspirar outras médicas que também pensam em desistir. Eu ouvi que não tinha perfil para ser cirurgiã oncologica, que não era para mim. E estou aqui”, afirma.

Para Najla, seguir adiante foi também um exercício de autoconhecimento, de romper expectativas e criar um caminho próprio, mesmo quando isso exigiu parar — e depois recomeçar.

“Ser mulher, profissional, mãe, é muito difícil — mas não é impossível. A gente não precisa seguir receita e nem dar conta de tudo. Tem quem não quer ser mãe, e tá tudo bem. Tem quem parou de trabalhar para cuidar dos filhos, e tá tudo bem também. O que importa é se respeitar. Entender o que te faz bem, o que te sustenta. Eu continuo aqui porque amo o que eu faço. Faço isso há 18 horas por dia, com dedicação e verdade. E nunca desisti de mim.”

CRM-SP: 98883 | RQE: 80338

Instagram: @dranajlatayfour | @clinicaaffettosp

Site: https://www.clinicaaffettosp.com.br

Facebook: https://www.facebook.com/dranajlamohamadtayfour | https://www.facebook.com/clinicaaffettosp

Doctoralia: https://www.doctoralia.com.br/najla-mohamad-tayfour/ginecologista/sao-paulo

FOTO: Amanda Ocanha

O conteúdo dessa publicação é de responsabilidade da TV Notícias Assessoria de Imprensa / Brasil News

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