Celebridade
Ravel Andrade detalha desafio de viver Raul Seixas: ‘Um salto no abismo’

O ator Ravel Andrade revela como mergulhou no universo de Raul Seixas para interpretar o ícone na série ‘Raul Seixas: Eu Sou’
O ator e cantor Ravel Andrade (31) deu detalhes sobre o intenso processo de preparação para dar vida ao ícone Raul Seixas (1945-1989) na nova série biográfica Raul Seixas: Eu Sou (2025), disponível na Globoplay.
Em entrevista a Luis Maluf para a Rolling Stone Brasil, o artista revelou como reviveu a trajetória do eterno ‘Maluco Beleza’, desde os primeiros passos da carreira até se tornar uma das figuras mais emblemáticas da música brasileira.
Apoio da esposa
A imersão foi tão profunda que Ravel contou com o apoio da esposa, a atriz Andréia Horta (42), que interpretou Elis Regina (1945-1982) no filme Elis (2016): “Sobre a incorporação, sobre entrar na vida dele e encarnar. Eu pude ter muitas conversas com a minha esposa, que é a Andréia Horta, que fez Elis Regina”, começou o ator.
“Conversei bastante com ela sobre isso. Quando ela fez a Elis, também teve esses comentários de ‘incorporou’. É muito louco, porque a gente cria essa ilusão. A gente vê a pessoa ali e isso causa um nervoso. Você pensa: ‘Meu Deus’. E com ela aconteceu isso também. Quando conversava com ela, ela falava: ‘Incorporar é botar no corpo'”, revelou.
“Encarnar é botar na carne”
Ao longo da entrevista, Ravel explicou o quanto o papel exigiu entrega total: “Encarnar é botar na carne. Não é algo que você faz acendendo uma vela, fechando o olho e chamando e a alma vem: é trabalho”, declarou.
E esse trabalho foi minucioso, como ele mesmo descreve: “Foi um trabalho de pesquisa muito profundo, tentativa e erro, observação. Assisti aos materiais de vídeo que o Raul deixou. Estudei as letras, os discos”, disse o ator.
“Procurei entender como ele se comunicava, o que queria dizer. Tentei compreender a psique dele, o pensamento. Como consegui mimetizar o Raul? Através de muito trabalho. Trabalhei muito para chegar nisso. Estudei muito“, completou.
Um personagem fora do comum
Segundo Ravel, interpretar Raul exigiu desprendimento de métodos tradicionais de atuação: “O Raul é um personagem difícil. Muito complexo. Ele não é um personagem para dentro. Eu não poderia fazer de forma minimalista ou naturalista, aquela atuação mais real. O Raul não era assim. Ele era espirituoso, irreverente. Foi realmente um salto no abismo, no mistério. Eu não sabia se daria certo”, afirmou.
A transformação corporal e emocional também foi parte crucial da construção do personagem: “Foi um trabalho grande de composição. Ele fala diferente de mim, anda diferente de mim, pensa diferente de mim. Precisei trabalhar para colocar esse cara dentro de mim e não tirar de dentro de mim o Raul Seixas. Eu precisava engolir o Raul Seixas”, declarou com intensidade.