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Professor indígena defende blockchain e criptomoedas pela proteção da floresta

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Professor ensina indígenas do seu povo Paiter Suruí a utilizarem contratos inteligentes para negócios e finanças descentralizadas
Professor ensina indígenas do seu povo Paiter Suruí a utilizarem contratos inteligentes para negócios e finanças descentralizadas – Divulgação

Professor, cacique e ativista, Uraan Anderson Suruí lidera uma revolução silenciosa na Terra Indígena 7 de Setembro, em Rondônia. Ao unir tecnologia, ancestralidade e soberania, ele idealizou a Amazon Tech House, espaço onde jovens do povo Paiter Suruí aprendem programação, design, robótica, blockchain e finanças descentralizadas. O objetivo é capacitar a juventude indígena para que seja protagonista na proteção territorial, geração de renda e preservação cultural — tudo com base na Web3.

A inspiração veio da experiência pessoal. Uraan, que já lecionou por sete anos e hoje preside a Cooperativa Agro Florestal Suruí (COPSUR), se aprofundou no universo das criptomoedas após perder R$ 11 mil em investimentos mal orientados. Transformou o prejuízo em aprendizado e desenvolveu uma proposta ousada: rastrear produtos da floresta via blockchain, criar NFTs para salvaguardar saberes ancestrais e implementar protocolos financeiros que incentivem a autonomia das comunidades.

A iniciativa enfrenta desafios práticos. A Tech House ainda funciona na sala da casa do próprio Uraan, equipada com apenas seis computadores doados. Mesmo assim, já atende mais de 40 alunos em três turnos, com aulas online de programação e Web3. A meta agora é construir uma sede física e conseguir voluntários para ampliar a formação. “Temos fibra óptica na aldeia, mas os jovens estão reféns das redes sociais. Precisamos dar direção a esse acesso”, afirma o professor.

O projeto Amazon Tech House é coordenado por dois institutos do povo Paiter Suruí, o Instituto Wãwã Ixotih e o Centro de Convenções, Inovação e Intercâmbio Palagah Global
O projeto Amazon Tech House é coordenado por dois institutos do povo Paiter Suruí, o Instituto Wãwã Ixotih e o Centro de Convenções, Inovação e Intercâmbio Palagah Global – Divulgação

Além da educação tecnológica, o projeto visa romper a lógica assistencialista das parcerias tradicionais com ONGs. “Muitos projetos captam recursos em nome dos indígenas, mas só repassam uma pequena parte às aldeias. A descentralização da blockchain é uma forma de retomarmos o controle”, diz Uraan. Com as NFTs, por exemplo, ele quer registrar oralidades e conhecimentos dos mais velhos diretamente na blockchain, garantindo autoria e autenticidade.

Sem patrocínio fixo, a Amazon Tech House segue viva pela persistência de Uraan e pequenas colaborações. A energia e internet ainda são bancadas por ele. “Quando perdi dinheiro com criptomoedas, decidi que precisava entender esse sistema para ensinar meu povo a usá-lo com consciência. É assim que vamos proteger nosso território e formar os nossos próprios desenvolvedores e líderes”, afirma.

Quer apoiar essa causa?

O projeto Amazon Tech House é coordenado por dois institutos do povo Paiter Suruí, o Instituto Wãwã Ixotih e o Centro de Convenções, Inovação e Intercâmbio Palagah Global. Para fazer doações, entre em contato com Uraan Anderson Suruí pelo Instagram ou doe diretamente em criptomoedas no Dominó do Bem.


 



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